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sábado, 9 de março de 2013

“BRASÍLIA ESPÍRITA” - PUBLICOU


“BRASÍLIA ESPÍRITA” 40 ANOS DISSEMINANDO ESPIRITISMO NA PÁTRIA DO EVANGELHO
Jorge Hessen

Em tempos recuados a população brasileira consistia em um arraial incorporado no litoral, lançando um olhar nostálgico para o solo de outros continentes (africano e europeu). Na percepção de que o Brasil jazia de costas para o Brasil, surgiram os amplos clamores para advogar a interiorização do país, opinião primeiramente defendida por Sebastião José de Carvalho e Melo – o Marquês de Pombal – em 1761. Em seguida, em 1789, os inconfidentes, liderados por Joaquim José da Silva Xavier – o Tiradentes – demonstravam um manifesto anseio por um processo de interiorização do Brasil.
Na Assembleia Constituinte de 1823, José Bonifácio – o Patriarca da Independência – no documento intitulado "Memória sobre a necessidade e meios de edificar no interior do Brasil uma nova capital", defendeu a construção da nova cidade, sugerindo dois nomes para o que seria a nova capital do país, idealizada no Planalto Central: Petrópolis e Brasília.
Na Proclamação da República do Brasil, em 1889, a constituição republicana estabelecia a mudança da capital do Rio de Janeiro para o Planalto Central. Mais tarde, o Presidente Epitácio Pessoa, amparado na constituição de 1891, lançou a pedra fundamental da nova capital do Brasil, no Morro do Centenário, em Planaltina, estado de Goiás. Meio século após, mergulhado no arroubo profético, Juscelino Kubitschek registrou: "deste Planalto Central, desta solidão em que breve se transformará em cérebro das mais altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada, com uma fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino", inaugurando a 21 de abril de 1960 a Capital de todos os brasileiros.
Carlos Torres Pastorino, 13 anos após a fundação de Brasília, assinalou na primeira edição do jornal BRASÍLIA ESPÍRITA que a fronteira do Distrito Federal “é a atmosfera brilhante e límpida de um céu que se perde no infinito, conectando-a apenas com o sol durante as horas do dia, e com as estrelas semeadas pela imensidão sideral nas horas silenciosas e meditativas das noites serenas que refrigeram as almas. Por sua natureza, Brasília é um apelo para todos que voltem seus olhares para o Alto, numa ascensão sem fim, fora do espaço e do tempo, na subida evolutiva mais rápida e mais firme, para a eternidade e para o infinito.” (1)
Naquele áurico 21 de abril de 1973, data escolhida para o lançamento do jornal BRASÍLIA ESPÍRITA, duas motivações fundamentais planavam no imaginário dos fundadores: “o martírio de Tiradentes e a “inauguração de Brasília”. À época, Mário de Almeida, diretor secretário do jornal, enunciava que o periódico era consagrado para a divulgação espírita cristã na Capital da Pátria do Evangelho, enquadrado “no desígnio da evangelização das almas e no estudo pacífico das verdades espirituais aclamadas por Kardec. Seu escopo é o de unir todos os esforços na Doutrina Espírita e construir a frente única da espiritualidade acima e além das controvérsias e dos desentendimentos.” (2)
BRASÍLIA ESPÍRITA tem desempenhado seu compromisso doutrinário convidando seus leitores para a reverência da liberdade de crença de cada qual, até porque é um predicado constitucional e um direito do indivíduo.
A Terceira Revelação abanca seus alicerces na composição de todos os princípios religiosos: Deus, justiça divina, imortalidade da alma, caridade e amor. Considerando os distintos graus em que estagiam as pessoas no campo da consciência e do pensamento, tornam-se cogentes formulações, não exclusivamente religiosas, todavia, igualmente de condutas ajustadas com o estágio de desenvolvimento em que cada ser humano se encontra.
Almejamos que pelo pensamento construtivo e pelo progresso moral e espiritual da geração nascida no Distrito Federal, o brasiliense, que já é uma espécie de síntese nacional, transforme Brasília na Capital do Evangelho ante a Pátria do Terceiro Milênio. Até porque é forçoso rememorarmos que “o Brasil facultará ao mundo inteiro uma expressão consoladora de crença e de fé raciocinada, e será o maior celeiro de claridades espirituais do orbe inteiro” (3), embora compreendamos não ser uma programação para imediato, e nem será antecipada ao desdobramento dos ensinos de Jesus apenas no Brasil, visto que a lição doutrinária do pensamento do Cristo é Universal.


Referências:
(1)           Pastorino, Carlos Torres. Artigo intitulado “21 de abril” , publicado na primeira edição do Jornal Brasília Espírita em 21/04/1973
(2)          Mário de Almeida, Diretor Secretário do Jornal Brasília Espírita, publicado na primeira edição do Jornal Brasília Espírita em 21/04/1973
(3)           XAVIER, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (pelo Espírito Humberto de Campos). 11. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

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