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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Para a Nossa Cura

LUIZ CARLOS AFORMIGA


O teólogo Leonardo Boff lembra que “a maioria dos profissionais de saúde perderam a visão da totalidade. O ser humano inserido num todo maior e a doença como uma fratura nesta totalidade e, ainda, a cura como sua reconstrução.” (1)
Em Saúde e Doença, a médica comentando a fratura na totalidade afirma que “para entendermos o estado de saúde e doença é primordial compreendermos seus conceitos.“ Foi por isso que destacou autores diversos de escolas distintas ao longo do tempo.  Citou a Medicina Ayurvédica, a tradicional chinesa, Hahnemann no seu Organon da Medicina, as Lições de Filosofia Homeopática, com James Tyler Kent e a Medicina Floral. (2)
Boff nos diz que “há uma instância em nós, que responde pelo cultivo desta totalidade, que nos alimenta o sentimento de pertença e que zela pelo eixo estruturador de nossa vida: é a dimensão do espírito. De espírito vem espiritualidade.  Espiritualidade é toda atitude e atividade que favorece a expansão da vida, a relação consciente, a comunhão aberta, a subjetividade profunda e a transcendência como modo de ser, sempre disposto a novas experiências e a novos conhecimentos.“
Isso nos faz lembrar os postulados de uma ética  transdisciplinar, aquela que não aceita a atitude que recusa o diálogo, a discussão, seja qual for sua origem – de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica, política ou filosófica. O reconhecimento da existência de diferentes níveis de realidade, regido por lógicas diferentes é inerente à atitude transdisciplinar. (3)
Talvez seja também por isso que Leonardo Boff tenha sugerido ao médium de cura, da Organização Paracientífica Adolfo Fritz a mudança para “Transcientífica”.(4)
Assim, poderemos entender os resultados satisfatórios obtidos nas irmandades, tendo como ponto de partida os 12 passos dos Alcoólicos Anônimos. (5)
O dependente químico no fundo do poço apresenta fratura na totalidade, personalidade frágil, vai encontrar o apoio necessário na visão transdisciplinar. Ao examinarmos a orientação dos 12 Passos, vamos perceber que o descrente pode espernear, mas um Poder Superior pode lhe devolver a sanidade. Na realidade há um poderoso incentivo ao desenvolvimento de sua inteligência espiritual.
Todo descrente deveria ser informado que  “neurobiólogos e estudiosos do cérebro identificaram a base biológica da espiritualidade. Ela se situa no lobo frontal do cérebro. Que quando são produzidas experiências de veneração, devoção e respeito é possível se verificar uma alta de vibração em hertz dos neurônios. Estamos diante do fenômeno chamado “ponto Deus” no cérebro ou da emergência da “mente mística”, captando a presença do Inefável dentro da realidade. Este dado constitui uma vantagem evolutiva do ser humano que, enquanto homem-espírito, percebe a Última Realidade penetrando em todas as coisas. Este ponto Deus se revela por valores intangíveis como mais compaixão, mais solidariedade, mais sentido de respeito e de dignidade. Despertar este “ponto”, tirando as cinzas que a cultura racionalista e materialista cobriu, é permitir que a espiritualidade aflore.“
Nos 12 passos há estímulo à percepção de uma Inteligência Suprema, Causa Primária, que deu origem às galáxias, o que nos torna mais humildes, menos manipuladores, e nos impele a rogar que Ele, Ela, nos ajude a nos libertarmos de nossas imperfeições. Diante dessa Inteligência e perante outro ser humano conseguimos finalmente admitir a natureza de nossas falhas e nossos defeitos de caráter. Começa aí o fenômeno de nossa reconstrução e escalada evolutiva.
Boff diz que no termo, espiritualidade não é pensar Deus, mas senti-Lo mediante este órgão interior e fazer a experiência de sua presença e atuação a partir do coração. Ele é percebido como entusiasmo (em grego significa ter um deus dentro) que nos toma e nos faz saudáveis e nos dá a vontade de viver e de criar continuamente sentido de existir e de trabalhar. Trata-se de potenciar aquelas energias que são próprias da dimensão espiritual tão válida como a inteligência, a libido, o poder, o afeto entre outras dimensões do humano. Estas energias são altamente positivas como amar a vida, abrir-se ao demais, estabelecer laços de fraternidade e de solidariedade, ser capaz de perdão.
Quando falamos na terapia do perdão, não sete vezes mas setenta vezes sete, estamos  também, lembrando que a mágoa, o estresse produz imunossupressão dos mecanismos que nos defendem, sob o ponto de vista biológico, das infecções, das doenças malignas e das enfermidades auto-imunes. (6)
Nos 12 passos aprendemos que por meio da prece e da meditação podemos melhorar o contato consciente com Deus, na forma que O concebemos, e desta forma teremos fé e coragem para nos prontificarmos  a deixar que Ele nos ajude a remover nossos defeitos de caráter.
Boff diz que pertence também ao mundo espiritual, a esperança imorredoura de que a vida continua para além da morte. O ponto Deus no cérebro se revela através de tais convicções espirituais altamente terapêuticas. A morte aparece então como uma sábia invenção da vida para esta que possa continuar num outro nível mais alto.
Anteriormente, no NEU-Fundão, indagaram sobre a nossa visão da morte.(7) A resposta depende da vertente da ciência em que se insere o pesquisador. Faça-o responder primeiro a pergunta: O que somos? Se ele responder que somos impulsos eletroquímicos num biocomputador que se originou por acaso, num universo de partículas matérias mortas e que se movimentam aleatoriamente, certamente a morte é o nada. Embora isto seja apenas uma questão de fé, uma vez que a ciência ainda não o demonstrou.
A vertente espiritualista da ciência possui outra leitura. Poderíamos dizer que a morte é uma mudança de estilo de vida. As evidências científicas estão sempre apontando neste sentido, embora Jesus já nos tenha dado aula prática.
Certa vez um pesquisador da mediunidade perguntou a um espírito orientador qual o tipo mais perfeito que Deus ofereceu ao homem para lhe servir de guia e de modelo.  Resposta não poderia ser melhor quando pensamos em inteligência espiritual. Afinal, melhor a coroa de espinhos na fronte do que as brasas na consciência! (3)
Quociente Intelectual... Quociente Emocional... Inteligência Espiritual! Necessidade de se mensurar? Ou de se conhecer? O homem espiritual é “pleno”... Não existem fraturas... Percebe a essência da flor! (8, 9)
Estamos no século XXI, com o conhecimento tecnológico moderno como grande aliado em todos os campos da vida, e com o conhecimento milenar do equilíbrio entre as forças vivas e vibratórias da Natureza. Devemos valorizar esses presentes e explorá-los com a razão e o Amor Maior que o Criador nos deu, para que entendamos que a vida é o maior tesouro, oportunidade única de crescimento, ter medo da vida nos tira oportunidades impares de crescer individualmente e coletivamente. Que possamos encarar a vida com alegria e gratidão por todas as coisas que o Grande Criador colocou nesse planeta para a nossa cura.(2) 




(1)http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2012/04/29/a-importancia-da-espiritualidade-para-a-saude/
(2) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com/2012/02/saude-e-doenca.html
(3) http://www.espirito.org.br/portal/artigos/neurj/etica-sociedade.html
(4) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/07/escala-de-valores-cura-e-prevencao.html
(5) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2012/03/12-passos-espiritualidade-e-alcoolicos.html
(6) http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2011/08/estou-muito-deprimida-magoada-nao-posso.html
(7) http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.10.htm
(8) http://juli.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2015107
(9) http://juli.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2016352



1 Comentários:

  • Formiga,
    Cada vez mais identifico a importância de nos aprofundarmos no conhecimento da Espiritualidade, pois só assim vamos nos apropriando da LIBERDADE também anunciada pelo Mestre: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!"
    Todos aqueles que se debruçam para pesquisar livre de preconceito se deparam com essa máxima.
    Marcos Fonseca

    Por Blogger Marcao, às 10 de dezembro de 2013 às 23:37  

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