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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

LÚCIDO COMENTÁRIO SOBRE AS CÉLULAS TRONCO EMBRIONÁRIAS



Sérgio de Jesus Rossi



Caro Jorge,

Li, embevecido, mais uma aula de cultura e, principalmente, de bom senso.

Kardec, com seu raciocínio claro e racional, dizia que o Espiritismo não vinha para contradizer a ciência, mas para caminhar junto, explicá-la; se algum dia esta o desmentisse, haveria que se corrigir a nossa doutrina.

Na verdade, sabemos que isso dificilmente acontecerá, porque os espíritos sempre estiveram bem à frente de nosso conhecimento terreno, que adquirimos à custa de muito estudo e sacrifício.

Lembro-me da época em que se começou a falar de clones, e quanta asneira – não acho palavra mais suave – se falou a respeito como se essa conquista da ciência fosse uma ameaça às religiões; no meio religioso, também se produziu muito palavrório inútil.

Um amigo, de uma denominação evangélica absolutamente respeitável, perguntou-me como o Espiritismo explicaria um novo corpo, cópia do anterior, especulando se haveria também “cópia” do espírito.

A provocação, mal dissimulada, era evidente, como se isso jogasse por terra toda estrutura da vida espiritual, que é a verdadeira.

Percebi que ele realmente não entendera o pouco, talvez nada, que tivesse lido sobre a nossa doutrina; tive de explicar que o espírito não é parte do corpo, mas apenas ocupa um durante a etapa terrena. Disse também que a espiritualidade estava preparada, há muito tempo, para os futuros avanços da ciência humana: se um dia houver clones humanos, espíritos serão designados para emprestar-lhes a centelha divina.

Ainda brinquei com ele perguntando o que ele achava de si mesmo, que ele era apenas aquele corpo, e que estava dentro do cérebro, “atrás” dos olhos; foi uma ironia deliberada para que ele aceitasse que somos muito mais, que somente achamos que estamos na altura dos olhos porque esse sentido é dominante no corpo humano.

Por falta de oportunidade, a conversa não prosperou.

Voltando ao nosso tema, entendo que vale o mesmo para os embriões congelados: no momento em que nossos protetores percebem que não haverá a nidificação, o espírito retorna e aguarda nova oportunidade; é o que acontece nos abortos e nos acidentes que vitimam a mãe durante a gravidez.

Quando o embrião congelado é ativado, após anos de espera, ele se converte em nova oportunidade para a imensa “fila” de espíritos necessitados de reerguimento moral pela dureza da lida terrestre.

Então, meu irmão e amigo, muito grato por seu texto tão esclarecedor e completo.

Grande abraço fraterno,

Sérgio

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