Harley Lane, um menino inglês de 4 anos, teve uma meningite e foi desenganado pelos médicos. Sofreu uma septicemia,  uma infecção que ocorre no sangue causada pela proliferação de bactérias e toxinas,  conhecida  também como sangue envenenado. Essa infecção danifica os tecidos do  organismo e diminui a pressão arterial, provocando o fechamento de  veias, interferindo na circulação sanguínea.  Harley precisou amputar os braços e as pernas e pouco tempo depois, utilizando  próteses  e uma cadeira de rodas, voltou à escola e se tornou o garoto mais  popular da classe, devido ao seu esforço de superação em um corpo físico  completamente mutilado. Atualmente, é amparado por um assistente de  ensino para ajudá-lo na higienização, prevenindo assim novas infecções. 
  
Jessica  Cox, uma americana nascida sem os braços, por conta de uma enfermidade  congênita, vem ganhando popularidade nos Estados Unidos como exemplo de  superação. Ela se tornou a primeira pessoa a conduzir uma aeronave  somente com os pés e conseguiu um brevê de piloto. Cox não se entrega  aos limites físicos e não se prende ao “não posso”, costuma dizer ante  os desafios “ainda não consegui”. Sob esse raciocínio, acredita que  quando na limitação física não se pode fazer algo, mas pode-se buscar  meios de superação a fim de vencer, quebrar limites, expandir, ampliar  horizontes, levando a barreira limite para mais distante do ponto  anterior.
  
A  maior conquista de Jessica é a auto-estima e elevado grau de  auto-aceitação, o que dá a ela esses talentos. Em suas palestras,  Jessica procura mostrar às outras pessoas que a auto-confiança é a  principal arma para superar as adversidades. Há muitas pessoas ditas  “normais” que sofrem de uma deficiência real – a falta de confiança em  si mesmas, eis aí os verdadeiros aleijões humanos. Outro caso  de  superação é de Flávia Cristiane Fuga e Silva, uma brasileira de 26  anos, portadora de paralisia cerebral, que recebeu sua carteira de  advogada, após cinco anos de faculdade e três exames da OAB-SP. Flávia  praticamente não fala e se locomove com o auxílio de uma cadeira de  rodas. Foi aprovada no exame 133, realizado em agosto de 2007, em que  84,1% dos 17.871 candidatos foram reprovados. 
  
Muitos  paralíticos, surdos, mudos e cegos, sob essa égide valorativa de  "eficiência", são considerados "deficientes", isto é, aqueles cuja  "eficiência" é falha, é  insuficiente, e não tem como ser  vencida, superada. Entendendo que o limitado físico não sofre de falta  de "eficiência", por essa razão postulamos que os “deficientes” não são  deficientes, apenas estão temporariamente restritos para fazerem uma ou  outra coisa. 
  
Os preceitos espíritas nos remetem a entender que somos sempre  herdeiros  de nós mesmos, motivo pelo qual é importante que nos esforcemos, a fim  de crescermos emocionalmente, amadurecendo conceitos e reflexões,  aspirações e programas reencarnatórios, cuja materialização nos  submetemos. É importante reconhecermos as próprias dificuldades e  esforçar-nos para vencê-las, evitando a queixa a fim de  não  deprimir o entusiasmo de viver, levando-nos a estados depressivos. Não  devemos nos deter na autocompaixão piegas e inútil, precisamos nos  motivarmos para crescer e alcançarmos os patamares psicológicos mais  elevados de autosuperação.
  
É  bem verdade que há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta  expiatória para as almas necrosadas no vício. As vicissitudes da vida  corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente,  provas com relação ao futuro a fim de  depurar-nos e  elevar-nos, se as suportamos resignados e sem autopiedades. A paralisia,  o câncer, a epilepsia, a cegueira, a mudez, a idiotia, a surdez, a  hanseníase, o diabete, o pênfigo foliáceo, a loucura e todo o conjunto  das patologias de etiologias obscuras e quase incuráveis significam  sanções instituídas pelo Criador da vida, portas a dentro da Justiça  Universal, atendendo-nos aos próprios pedidos, para que não venhamos a  perder as glórias eternas do espírito a troco de lamentáveis ilusões  humanas. 
  
Diante dos desafios do viver na Terra, devemos trilhar pelo caminho da  autosuperação  sob os influxos tenazes da autoconfiança. Esse estado de espírito  resulta das conquistas contínuas que demonstram o valor de que se é  portador, produzindo imensa alegria íntima, e esta se transforma em  saúde emocional, com a subseqüente superação dos conflitos remanescentes  das experiências de vidas pregressas.
  
  
Jorge Hessen
  
http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com
    
     
    
    
  
  
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