A REFORMA ÍNTIMA
Roberto Cury
João Batista Armani, no seu texto “Reforma Íntima”, publicado no site Portal do Espírito, da cidade de São José do Rio Preto – SP, conta uma pequena história de um doente que padecia de cirrose hepática em consequência da ingestão de bebidas alcoólicas, para, ao final, citar u’a mensagem de Emmanuel: “O pastor conduz o seu rebanho, mas são as ovelhas que andam com as próprias pernas”.
Assim, deve ser a questão da Reforma Íntima.
Reforma Íntima e Livre Arbítrio, ligam-se entre si, como se a primeira jamais poderia acontecer sem o exercício do Livre Arbítrio.
Como podemos entender o que é Reforma Íntima?
Há quem responda com as mais variadas expressões, todas muito bem colocadas e elucidativas. Algumas são grandiloquências doutrinárias de auto-afirmação do próprio autor, outras singelas palavras de clareza meridiana e de fácil entendimento.
Certa feita, em conversa com o escritor, palestrante, conferencista espírita e professor universitário de Direito Emidio Silva Falcão Brasileiro, que juntamente com sua esposa, também escritora espírita, possuidora de invejável cultura Marislei Espíndula Brasileiro, formam uma dupla em que a alegria é constante, a segurança nos princípios doutrinários são evidentes e irrestrita a confiança em Deus e na Sua Sabedoria Infinita, concluímos Emídio e eu que a Reforma Íntima, nos termos em que vem sendo colocada não acontece.
O que existe, ao nosso ver, é a Transformação Íntima, porque enquanto na Reforma os vícios e erros permanecem reformados apenas através de alguma luta, muitas vezes inglória, contra eles; na Transformação, como afirmou José Herculano Pires, “o Homem Velho é substituído totalmente pelo Homem Novo”, ou seja, arranca-se o homem velho e instala-se o Homem Novo, ou, ainda, elimina-se, totalmente, tudo o que amarfanhava o ser interior, para expor um novo ser, diferente, luminoso e definitivamente no caminho do Bem.
Ora, direis, caro leitor, isso é ilusão. Ninguém se transforma do dia para a noite.
É comum o dito espírita de que a natureza não dá saltos.
Como um homem vicioso, pode se transformar, de uma hora para a outra, em um ser equilibrado e sábio conquistador de virtudes?
As mais das vezes, queremos nos reformar intimamente. Então nos propomos a fumar apenas 19 cigarros quando fumávamos 20 por dia. A beber, uma dose a menos da bebida alcoólica que ingeríamos. A xingar, a maldizer, a vociferar, a reclamar, a murmurar entredentes, só 23 horas quando assim agíamos durante as 24 horas de cada dia. Agindo destarte entendemos que estamos fazendo uma linda e eficiente reforma.
Ainda, na Reforma, nos propomos a enganar menos os nossos semelhantes. Então a traição e a desídia, são contemporizadas porque apenas nos permitimos a olhar cobiçosamente sem exprimir o que pensamos, ou a afirmarmos que estamos somente descansando, quando a indolência e a preguiça, são velhas e conhecidas marcas do nosso caráter leviano.
Sem sombra de dúvidas que há sinceridade em muitos corações que se propõem caminhar para a Reforma Íntima, mas, infelizmente, muitas vezes há hipocrisia e insinceridade como se fosse possível enganar a Deus que tudo vê, tudo sabe, tudo conhece, pois que é a Suprema Inteligência e Causa Primária de todas as coisas, menos das coisas do mal, porque somente o Bem é Sua Criação enquanto que o mal foi e continua sendo criado, trabalhado e gerido pelo homem.
Ninguém quer se propor em paladino das virtudes, nem em potência capaz de transformar os erros da humanidade em sublimidade dos anjos.
A cada instante nos deparamos em encruzilhadas. De um lado, os erros, de sempre, cometidos e que mantemos, sob a capa da austeridade ou porque nos consideramos sistemáticos, comumente com o objetivo de nos afirmarmos corretos nas atitudes. De outro, o desejo, nem sempre desenvolvido, de caminharmos nas trilhas do Bem.
Busquemos, pois, o auxílio da Lei do Livre Arbítrio, ou das Opções, ou das Escolhas.
Somos produto de nós mesmos.
Somos responsáveis por nossos atos, omissões e pensamentos.
Tudo o que fizermos ou deixarmos de fazer, conta contra ou a nosso favor, dependendo do bem ou do mal, praticado ou omitido.
Se somos viciosos e resolvermos mudar nosso comportamento, não caberá a
Reforma, mas a transformação. Enquanto a Reforma apenas melhora um aspecto ou outro do caráter, a Transformação muda radicalmente. Plagiando mais uma vez J. Herculano Pires, a Transformação arranca, do ser, o homem velho, instalando, no seu lugar, um homem novo e não renovado.
É verdade que, muitas vezes, o homem não está preparado para a Transformação, preferindo partir para a Reforma de alguns dos aspectos que sabe negativos. Então se propõe a ser apenas um homem renovado.
“Para elevar a própria vida, é necessário gastar muitas emoções, aparar inúmeras arestas da personalidade, reajustar conceitos e combater sistematicamente a ilusão”.
Agora, quem quiser, realmente assumir a mudança, partindo do mal, definitivamente para o Bem, que adote a Transformação Íntima e tudo será diferente, porque sua escolha se faz com base na Lei Universal do Livre Arbítrio e nada, nem ninguém, conseguirá impedi-lo de chegar ao desiderato proposto por Jesus: “SEDE PERFEITOS, COMO PERFEITO É O PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS”.
1 Comentários:
Ruth Céline Japhet sou eu, este era meu pseudônimo fui Anna Blackwell. E Charles Kempf já sabe disto, e esconde bem bonito de vocês.
www.acordainfinita.blogspot.com
Por Amália, às 29 de agosto de 2012 às 16:57
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