Adolescência: o investimento mais esperado é o fortalecimento dos vínculos afetivos
Por
Jane Maiolo
Pensar na fase da
adolescência nos remete a questões importantíssimas a serem refletidas. Adolescência,
talvez se traduza em uma crise psíquica a ser atravessada. Entretanto, é um
período de desenvolvimento humano marcado por muitas transformações biológicas,
psíquicas e sociais. Dessa forma, nesse período, é muito comum surgirem os
conflitos, as crises identitárias, as dúvidas e alguns transtornos emocionais.
O conflito entre ser aceito ou não, de ser
capaz ou não, de ser amado ou não, as crises identitárias e as dúvidas quanto
ao seu futuro são preocupações que povoam seu mundo mental e transtornam o adolescente
quer a nível consciente ou inconsciente.
O adolescente, muitas
vezes, se encontra em uma fase que precisa romper com o status de criança,
para adentrar ao mundo dos adultos e isso gera aflições. Uma das formas
mais explícitas de se diagnosticar esse quadro é observar os processos de
agressividade e rebeldia que alguns adolescentes passam, pois, no seu
inconsciente é preciso “desqualificar” os primeiros objetos de amor,
outrora idealizados, as figuras do pai e da mãe, para poderem se autorizar ao
investimento libidinal em outro ser, num futuro próximo. E isso gera dor e
angústia. Na fase da adolescência o
sujeito entende que a criança não existe mais e o adulto ainda não é real. Os
pais, no entanto, não percebem que esse sujeito precisa de um novo olhar
que possa dar sentido ao seu existir, ajudando-o no seu processo de auto
afirmação, confiança em si e autonomia para vida, esse excesso de desatenção e
crença de que não precisam mais dos pais, potencializa o sofrimento do
adolescente tornando-o inseguro e desenvolvendo um sentimento de abandono. Os
pais do século 21 precisam entender que o olhar é capaz de atravessar o ser,
ajudando-o a se constituir em um adolescente saudável.
No mundo dos excessos e urgências é preciso
minimizar a sobrecarga das escolhas que o jovem tem que fazer, mesmo sem
condições psíquicas e priorizar o que é importante e essencial. Talvez nesse
período único e peculiar o fortalecimento do vínculo afetivo seja o
investimento mais caro e esperado pelo adolescente, podendo nomear essa atitude
de disponibilidade afetiva.
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