A Incorporação Existe Sim, e Citamos Outra Forma de Incorporação, Ainda Inexplorada.
É necessário e louvável mesmo, estejamos nas escolas de estudos básicos do espiritismo, reprisando as informações, pois não podemos principiar orientando os neófitos, com algumas questões sofisticadas que desenvolvemos em nossos estudos.
Mas importa entendamos que o espiritismo é a religião universal do amor e da sabedoria, que palpita inevitável no coração de cada criatura, é o encontro marcado com as lições do Cristo de Deus, e nos demoremos a extrapolar Kardec, pois as obras básicas do espiritismo são completas, utilizemo-nos da lógica, e da razão, e entenderemos que não temos o que mudar, mas entender e extrapolar.
Mas a questão em pauta é a incorporação, pois muitos confrades alegam que esta não existe, mas o próprio André Luiz, escreve um capitulo sobre a mesma, em “Os Missionários da Luz”, capitulo 16, pagina 260, e nos propomos explicar que a incorporação existe sim, e sequenciando nossos estudos, apresentar algo ainda não estudado, e que a lógica e a racionalidade corroboram.
E um dos fenômenos que estudamos, e alguns confrades acreditam não haja nenhuma incógnita, que tudo já foi esclarecido a respeito, é a mediunidade, vero engano, sabemos pouquíssimo sobre este fenômeno, e não me reporto aqui a mediunidade no genérico da vida no universo, mas da mediunidade que permite a comunicação dos humanoides, encarnados e desencarnados.
O mecanismo da mediunidade inconsciente difere da mediunidade consciente, apenas no que concerne à sensibilidade, sensibilidade esta que evidentemente esta no espírito, pois tanto o médium consciente quanto o médium inconsciente, no momento da comunicação da entidade, o espírito se desloca do corpo de matéria, sendo que no médium consciente o deslocamento é menor, conforme André Luiz esse deslocamento é de aproximadamente vinte centímetros. Enquanto que no médium inconsciente o espírito se desloca com maior facilidade, combinando em muitas oportunidades, a incorporação com o desdobramento, o que lhe possibilita em alguns casos buscar uma entidade a distância, apresentando-lhe a oportunidade de se comunicar, ou em desdobramento realizar outras atividades, enquanto a comunicação esta acontecendo.
Vimos na mediunidade consciente que o espírito não se desliga do corpo, liberando este por completo, permitindo ao espírito comunicante substituir o espírito do médium, e na mediunidade inconsciente não é diferente, pois como já o sabemos através de André Luiz; o corpo energético (períspirito) é elaborado pelo espírito célula a célula, na esteira dos milênios incessantes, (livro Entre a Terra e o Céu, página 132) e sabemos também que o elemento mediador entre o espírito e a matéria é o períspirito, ou corpo energético, e estamos informados que espírito, períspirito e matéria, se demoram em simbiose, ocupando um mesmo espaço.
Entretanto, estes três corpos em condições vibracionais diferentes, ocupam um mesmo espaço, devido ao vazio interno do átomo, e o vazio externo entre átomos, pois a lei apresentada pela física, é correta, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço, ou seja, um átomo não pode ocupar o espaço de outro, como é impossível encaixarmos uma mesa na outra, uma cadeira, etc., isto por serem corpos de mesma dimensão vibracional.
Demorando-se em simbiose, o espirito, o corpo energético, e o corpo material, a lógica nos diz que é impossível a um espirito desencarnado substituir o espirito encarnado, pois cada célula que forma o corpo físico demora-se entranhada ao períspirito e ao espirito, o corpo material lhe pertencerá até que desencarne, e muitos espíritos ao desencarnarem carregam por um período de tempo as influencias da matéria.
E é ainda André Luiz, quem nos fornece parâmetros para analisarmos a impossibilidade do espírito comunicante, desalojar o espírito do médium, usufruindo o corpo, como se este lhe pertencesse, quando nos informa em o livro Missionários da Luz. Pagina 221 “Você não ignora que o corpo humano tem as suas atividades propriamente vegetativas, mas talvez ainda não saiba que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, esta fortemente radicado no sangue”.
Nestes dizeres e seguintes desta mesma pagina André nos deixa claro que o plasma sanguíneo é o laço que permite ao espírito ligar-se a matéria, através do períspirito, em outras palavras o processo de ligação do espírito ao corpo, acontece, desde o inicio da fecundação, o mesmo esta radicado ao vaso de carne, é o eu diretor da matéria, dotado de uma individualidade característica e única, e por essa mesma razão, manifesta suas vibrações, que embora pareça símile a outras, encerra uma especificidade única; como pode ser possível essa substituição, ainda que momentânea?
Como podemos nos aperceber para que o espírito, comunicante ou obsessor, ou ainda possessor, fizesse de nosso corpo, sua moradia absoluta, ainda que por momentos para comunicar-se, ele teria que romper esse laço, e então morreríamos, e isto não acontece, pois em suas obras André nos informa que as entidades infelizes, não têm a técnica nem tampouco as condições necessárias para romper o laço que liga o espírito a matéria, se tivesse esta chave, a vida seria impraticável, estaria ao dispor dessas entidades infelizes.
E é Allan Kardec quem nos confirma esta impossibilidade, apresentando ao espírito da verdade esta questão, 473. Pode um Espírito tomar temporariamente o invólucro corporal de uma pessoa viva, isto é, introduzir-se num corpo animado e obrar em lugar do outro que se acha encarnado neste corpo?
“O Espírito não entra em um corpo como entras numa casa. Identifica-se com um Espírito encarnado, cujos defeitos e qualidades sejam os mesmos que os seus, a fim de obrar conjuntamente com ele. Mas, o encarnado é sempre quem atua, conforme quer, sobre a matéria de que se acha revestido. Um Espírito não pode substituir-se ao que está encarnado, por isso que este terá que permanecer ligado ao seu corpo até ao termo fixado para sua existência material”.
Prestemos atenção a resposta do espírito da verdade, pois ele não diz que o espírito comunicante, não envolve o corpo do médium, mas que o mesmo não substitui o espírito proprietário, ou ao espírito encarnado, e deixa claro que este deve permanecer ligado ao seu corpo até o termo fixado para a sua existência material.
O espírito comunicante, não se apropria do corpo do médium, pois este é o proprietário do mesmo, entretanto dependendo do grau de afloramento da mediunidade, o envolvimento é completo, como acontece no caso da possessão, atuando no sistema nervoso e na mente do médium, - e não atribuo, a mediunidade ao corpo físico, refiro-me ao espirito, pois o espirito desencarnado, comunica-se através do espirito, - comunica-se exercendo um domínio completo, e conforme Calderaro “Todo campo nervoso da criatura constitui a representação de potencias perispiríticas, vagarosamente conquistadas pelo ser, através de milênios e milênios” a subjugação é absoluta, não podemos nos esquecer que quem esta alimentando a vida do corpo é o espírito do médium, o que deixa evidenciado que o envolvimento acontece de espírito para espírito, através do períspirito, - entretanto o corpo de matéria oferecera ao espírito comunicante, campo de atuação e envolvimento do mesmo, como nos informa André Luiz.
Aqui nosso amigo Andre Luiz não faz referencia ao corpo físico, pois este quando do fenômeno denominado morte se desintegra, ele se refere ao espirito, informando-nos que o espirito elabora o períspirito através dos milênios.
E informados como estamos de que períspirito é o corpo plasmático que propicia a aderência das células materiais ao espirito, e conforme André Luiz, o períspirito esta fortemente radicado ao plasma sanguíneo, compreendendo ainda de que espirito, períspirito e matéria se demoram em simbiose profunda, é natural entendamos que o próprio corpo material, participa das comunicações, oferecendo vibrações adequadas para que as incorporações aconteçam.
Lembramos ainda de que o espírito alimenta seu corpo de matéria ainda que a distância, e para compreendermos melhor o que estamos dizendo, lembremos o sono, em muitas oportunidades o espírito esta vivendo experiências outras, em regiões as vezes distante, mas continua alimentando o corpo de matéria, não fosse assim morreríamos, e lembramos ainda o desdobramento, pois mesmo desdobrado o espírito do médium esta alimentando o corpo, embora esteja vivendo experiências outras, e como vimos estamos conforme o pensamento de Allan Kardec.
Embora o espírito obsessor não possa desalojar o espírito do “médium” do corpo que lhe pertence, ele pode envolver o corpo do obsidiado através de seus fluidos e irradiações magnéticas, subjugando lhe a vontade, levando-o a praticar atos infelizes, de que o espírito do possuído não tem como evitar. Isto parece contraditório a resposta de Kardec, pois ele diz, “é o encarnado que sempre atua conforme quer”, entretanto o querer do espírito encarnado necessita antecipar-se a subjugação, pois se não o permitirmos não seremos subjugados, mas conforme o próprio Kardec depois que estamos submetidos a vontade do espírito obsessor, necessitamos da intervenção magnética de terceiros, para nos libertarmos desta entidade, o que acontece na desobsessão.
Importa lembrar que nós somos invioláveis, em nosso campo intimo, pois somos vidas concebidas por Deus, e quando o criador da vida nos concebe ou exterioriza a mesma, nos dota de Seus atributos divinos, de inteligência e amor, e nos faculta com o livre arbítrio, a partir desse momento a vida nos pertence, nos transformamos em construtores do nosso próprio destino, e passamos a viver a escolha de nossas decisões, pois nem Deus adultera nosso livre arbítrio, não nos obriga a evoluir, aguarda que o façamos quando bem nos aprouver, e tampouco os espíritos superiores o podem fazer, eles podem nos inspirar para o bem e para o amor, mas a decisão de aceitar esta inspiração ou não, depende de nós.
E em se tratando de entidades infelizes e revoltadas, a situação é a mesma, depende de aceitarmos ou não o envolvimento dessas entidades, entretanto esta aceitação ou não do envolvimento das mesmas, acontece por lei de sintonia vibracional, se não estivermos vibrando na mesma faixa em que estas se demoram, elas estarão impossibilitadas de nos envolver, em outras palavras somos nós quem lhe abrimos as portas.
Quando em trabalhos desobsessivos, o envolvimento das entidades infelizes, evidentemente não acontece através de sintonias negativas, o médium se predispõe a servir e através de seu magnetismo, e de seu campo mediúnico, atrai o espírito comunicante, entretanto, este obedece a um determinismo maior, apresentado por parte dos espíritos dirigentes do trabalho, isto quando o mesmo atende a uma disciplina moral, e aos princípios do amor fraterno, caso contrário permanece valendo apenas a lei de sintonia, e neste caso negativa.
Acreditarmos que pelo fato do médium estar inconsciente quando da comunicação de uma entidade, esta completamente entregue aos desejos da mesma, é equivocado, desde que seja um médium que estuda que se aplica na conquista de valores morais, intelectuais, que se esforça para viver a reforma intima, a vivência do evangelho de Jesus, o mesmo desenvolve condições que lhe permite uma ascensão moral sobre a entidade comunicante, não lhe permitindo fazer o que quer.
Mesmo sendo inconsciente o médium, a entidade comunicante ainda que seja um espírito infeliz que costuma dizer palavras obscenas, ele não vai encontrar material na mente do médium, pois um médium espiritualizado, que vive os princípios do amor e da caridade, não vive esse habito infeliz, e embora a entidade consiga se individualizar apresentando características de revolta e violência, apresentando informações que lhe identifique a personalidade através de hábitos que viveu quando encarnado, o espírito estará submetido a ascensão moral do médium.
Pode acontecer, e algumas vezes acontecem, em que o espírito do médium inconsciente e sonambúlico, esta consciente da comunicação de uma entidade por seu intermédio, e interfere não permitindo a este, praticar atos incondizentes com o momento, e o faz através da sustentação de sua vontade, impedindo que o comunicante lhe domine o campo de atuação mediúnica, agindo a bel prazer. Mas comumente esta proteção acontece de forma inconsciente, ou seja, o espírito não participa de maneira direta, este domínio do médium acontece pela aquisição de valores morais adquiridos, que impregnam o campo nervoso e perispiritual como fomos informados por André Luiz, impossibilitando o comunicante extravasar sua vontade infeliz e inglória.
Quando o médium for despreparado, mas o ambiente vibracional do trabalho mediúnico for bom, ou seja, os demais médiuns estiverem equilibrados, a própria espiritualidade estará impedindo os possíveis transtornos que a entidade infeliz que esta se comunicando viesse causar, mas se não houver suporte vibracional necessário, então o grupo esta sujeito a transtornos e pior, a serem envoltos por entidades mistificadoras.
Vamos então, confirmar o titulo que demos a este texto, pois nos propusemos a esclarecer que a incorporação existe, e embora pareça de somenos importância, não o é, pois um querido confrade, palestrando na casa espírita em que trabalho, afirmou que não existe incorporação, mas o fez de maneira irresponsável, pois apresentou esta negação, entretanto não a explicou, e se houvesse tentado, não a explicaria de forma lógica e racional, pois no decorrer deste texto, apresentei informações, e quem leu os textos do amigo Paulo Neto, haverá se apercebido que a incorporação existe, é pena que muitos não estudem a questão a fundo, e uns negam a incorporação, outros confirmam esta possibilidade, sem explicá-la, esta nossa atitude é uma atitude leviana, pois para confirmar, ou negar, alguma informação doutrinária ou fenomênica, temos que detalhar o porquê é, ou não é.
Deixamos claro, que o espírito comunicante, não desaloja o espírito do médium, em outras palavras mais comuns, não toma o corpo do médium expulsando-o de sua própria casa, isto vimos dito por Kardec, retro inserido, e confirmando Kardec, André Luiz nos informa, “mas talvez ainda não saiba que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, esta fortemente radicado no sangue”, e como sabemos que espírito, períspirito, e corpo material, se demoram em simbiose, ocupando um mesmo “espaço”, entendemos que para arrancar um espírito de seu corpo, o espírito invasor, teria que romper o laço que liga o espírito a matéria, e com isto aconteceria a morte do médium.
Entretanto, se o espírito comunicante, não tira a “casa física” do médium, ele envolve o corpo do mesmo sim, e é ainda André Luiz quem nos explica como o corpo do médium é envolto pelo espírito comunicante, ou obsessor, vejamos:
“Todo campo nervoso da criatura constitui a representação de potencias perispiriticas, vagarosamente conquistadas pelo ser, através de milênios e milênios”, e como informados, na doutrina espírita, e em o livro “Missionários da Luz”, André Luiz no capitulo da reencarnação de Segismundo, deixa claro que é o espírito revestido do períspirito, que modela o corpo a partir da fecundação, e o espírito diretor deste corpo, insere ao mesmo, suas virtudes, ou anomalias, conforme somos informados neste livro, pois Segismundo estaria apresentando uma anomalia no sistema cardíaco, e no que concerne a mediunidade o principio é o mesmo, pois essas potencias perispiriticas, conquistadas pelo mesmo, através dos milênios, pelo visto estão no períspirito, e este quando da elaboração do corpo, as inseriu na matéria, pois o corpo de matéria se desintegra com a morte, e quando da nova reencarnação o corpo de matéria elaborado é virgem, entretanto o períspirito havendo arquivado essas potenciações, como visto as insere ao sistema nervoso do corpo físico, e este apresenta campo apropriado para o envolvimento e a incorporação; entretanto, a mente é sempre a fonte de comando de todo esse processo, pois importa ofertarmos condições sintônicas, e não podemos nos esquecer, que a todo instante, nossas mentes estão em comunicação com outras mentes, o que deixa evidenciado, que antes de ser físico o envolvimento é espiritual.
Mas para não ficar duvidas estarei citando mais informações de Allan Kardec, e como sempre suas palavras estão corroboradas pela lógica e pela razão, então estarei apresentando tópicos do Mestre Lionês que corroboram o que estou dizendo.
Nas duas primeiras obras - O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns – Kardec nos informa que não há possessão corporal, entretanto, quando analisando o Um caso de possessão - Senhorita Julie (Revista Espírita 1863), ele textualmente afirmou:
“Dissemos que não havia possessos no sentido vulgar da palavra, mas Subjugados; retornamos sobre esta afirmação muito absoluta, porque nos está demonstrado agora que pode ali haver possessão verdadeira, quer dizer, substituição, parcial, no entanto, de um Espírito errante ao Espírito encarnado “.
No livro A Gênese, publicado em janeiro do ano de 1868, do qual transcrevemos o seguinte excerto:
47. - Na obsessão, o Espírito atua exteriormente, com a ajuda do seu períspirito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado por uma como teia e constrangido a proceder contra a sua vontade.
Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte.
A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão de que a união molecular do períspirito e do corpo só se pode operar no momento da concepção. (Cap. XI, nº 18.)
De posse momentânea do corpo do encarnado, o Espírito se serve dele como se seu próprio fora: fala pela sua boca, vê pelos seus olhos, opera com seus braços, conforme o faria se estivesse vivo. Não é como na mediunidade falante, em que o Espírito encarnado fala transmitindo o pensamento de um desencarnado; no caso da possessão é mesmo o último que fala e obra; quem o haja conhecido em vida, reconhece-lhe a linguagem, a voz, os gestos e até a expressão da fisionomia.
48. - Na obsessão há sempre um Espírito malfeitor. Na possessão pode tratar-se de um Espírito bom que queira falar e que, para causar maior impressão nos ouvintes, toma do corpo de um encarnado, que voluntariamente lho empresta, como emprestaria seu fato a outro encarnado. Isso se verifica sem qualquer perturbação ou incômodo, durante o tempo em que o Espírito encarnado se acha em liberdade, como no estado de emancipação, conservando-se este último ao lado do seu substituto para ouvi-lo.
Quando é mau o Espírito possessor, as coisas se passam de outro modo.
Ele não toma moderadamente o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para com este, a quem tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar exterminá-lo, já por estrangulação, já o atirando ao fogo ou a outros lugares perigosos. Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema, injuria e maltrata os que o cercam; entrega-se a excentricidades e a atos que apresentam todos os caracteres da loucura furiosa. (KARDEC, 2007b, p. 349-350)
Verificaremos que Kardec parece haver mudado de opinião a respeito do que afirmou no Livro dos médiuns e no Livro dos espíritos, entretanto, não foi Kardec que mudou de opinião, somos nós que extrapolamos de forma equivocada, o que ele escreveu.
Kardec não se equivocou o que aconteceu é que com o aprofundar do tema se apercebeu da possibilidade de o espírito comunicante, envolver o corpo do médium e deu sequência ao estudo que havia começado.
E é isto que nos importa fazer em nossos estudos, compreender que algumas premissas por nós apresentadas, se demorem incompletas, e não nos demorarmos vivendo a pretensão de havermos apresentado a ultima palavra sobre determinado fenômeno, ou premissa.
Conhecendo Allan Kardec como o conhecemos, o sabemos possuidor de dignidade, honra, e amor a verdade, a ponto de haver sido chamado de o bom senso encarnado, se na questão 473 do livro dos espíritos, houvesse se equivocado, teria apresentado uma nota se retratando, entretanto, mesmo nós que estudamos a questão, não encontramos equivoco, e o mesmo quando afirma que o espírito se incorpora, e se apossa do corpo do médium, nos lembra que esse envolvimento é temporário, pois não é possível ao espírito envolvente, tomar em definitivo o corpo do médium, este lhe pertence ate a morte.
Apresentei vários tópicos em que Kardec confirma a possibilidade da incorporação, ou seja, que o espírito comunicante, envolve o corpo do médium, e temos outros tantos, apresentados por ele, mas entendo que estes bastam.
E vamos ainda apresentar um tópico de Leon Denis, apresentado por ele, em seu livro “O Invisível”, pois tenho este espírito como um dos mais lúcidos, espíritas que desfilaram pelas lides doutrinaria do espiritismo, depois de Kardec, vejamos:
No corpo do médium, momentaneamente abandonado, pode dar se uma substituição de Espírito. É o fenômeno das incorporações. A alma de um desencarnado, mesmo a alma de um vivo adormecido, pode tomar o lugar do médium e servir-se de seu organismo material, para se comunicar pela palavra e pelo gesto com as pessoas presentes. (DENIS, 1987, p. 249)
Leon Denis em vários tópicos de suas obras, refere-se a possibilidade de o espírito comunicante envolver o corpo do médium, entretanto, por não estudarem a fundo a questão, alguns confrades, acreditam que este foi o seu único engano.
Entendemos, entretanto que existem manifestações de espíritos, em que estes não envolvem o corpo do médium, atuam apenas na mente do mesmo, a estas manifestações chamamos de conscientes, pois ao médium cabe reproduzir o pensamento do espírito, e esta reprodução acontece muitas vezes modificada, o mesmo acaba dando uma versão diferente ao pensamento do espírito, contudo o conceito da mensagem se preserva, desde que o médium seja disciplinado.
Agora vamos ver André Luiz, pois muitos alegam que ele não faz referencia alguma a incorporação, ou seja, a possibilidade do espírito envolver o corpo do médium vejamos: Em o livro Nos Mecanismos da Mediunidade, no capitulo “Possessão” pagina 77, 78, 79, nosso amigo nos relata um caso de possessão, diagnosticado como epilepsia, em que Pedro, se demora subjugado por uma entidade infeliz, e o relato de André se faz nestes termos; “Pedro e o obsessor que o jugulava pareciam agora fundidos um ao outro.”
“Eram dois contendores engalfinhados em luta feroz”.
E um pouco adiante; “O insensível perseguidor como se entranhara no corpo da vitima”.
E finalizando: “Nosso amigo esta inconsciente? – aventurou Hilário, entre a curiosidade e o respeito”.
Sim, considerado como enfermo terrestre, esta no momento sem recursos de ligação com o cérebro carnal”.
E tem mais, pois em o livro Sexo e Destino, conforme André Luiz, a entidade se entranha de tal forma a Cláudio, a ponto de transformá-lo em um caneco vivo, levando-o a afirmar que o obsessor parece um pé que se ajusta ao sapato; e temos muitas outras informações nesse sentido.
Esta informação de André Luiz vem de encontro a apreciação que apresento, quando informo que é possível a um espirito envolver outro, seja através da incorporação, ou através da possessão, pois Claudio permanecia no corpo, e era envolvido pelo obsessor, de forma tão nítida, que levou Andre Luiz a afirmar que este parecia um pé que se ajusta ao sapato, um pouco adiante estarei explicitando melhor esta possibilidade.
Como pudemos ver, tanto Kardec quanto André Luiz, nos apresenta em suas obras, tópicos que afirmam textualmente que o espírito desencarnado envolve o médium ou possesso, e apresentei ainda um extra, de Leon Denis; mas o amigo Paulo Neto, nos apresenta alguns mais em sua matéria.
Alguns confrades alegam que a mediunidade inconsciente é perigosa, não existe mediunidade perigosa, pois a mediunidade não é boa nem má, é uma ferramenta neutra, em analogia, a mediunidade é tal qual uma enxada, a mesma nas mãos de um lavrador, serve para capinar o joio, permitindo ao trigo crescer e levar o pão a mesa humana. Entretanto, esta mesma enxada nas mãos de um delinquente, pode desferir um golpe fatal, eliminando uma vida; entendo que bom ou mal, é aquele que a utiliza?
Embora Kardec, Leon Denis, Andre Luiz, e vários outros espíritos evoluídos, superiores mesmo, haja nos apresentado estudos profundos e maravilhosos sobre a mediunidade, não nos disseram tudo, como não diremos nós outros que estudamos este fenômeno, pois este como os demais, nos reserva um infinito de ignotos na eternidade, não podemos nos esquecer de que a evolução vai ao infinito.
E no intento de continuarmos nosso estudo sobre esta temática, apresentarei a possibilidade de em muitos casos, um espirito envolver o médium sem que aconteça o afastamento do espirito do mesmo, ocupando junto a este o corpo de matéria, isto é, os dois espíritos passam a ser um, no período da incorporação ou da possessão.
E lembro ainda as palavras de Humberto de Campos, em seu livro “Contos e Apólogos” - Capitulo 11- Seara de Ódio, quando nos informa que um espirito vivendo um desejo ardente de reencarnar, pede em desespero a sua mamãe que deseja aborta-lo, que lhe permita viver deseja progredir, ser feliz, e lhe promete mesmo, proteção, e amparo no futuro.
Mas esta mãezinha que não desejava perder a sua feminilidade, que não queria compromissos que a impedissem de viver uma vida libertina, o rejeitou, o expeliu através do aborto.
Entretanto a mãezinha, acometida de uma hemorragia resultante do aborto desencarnou, e depois da morte, se demoraram alguns séculos entranhados um ao outro manifestando o ódio que sentiam um pelo outro.
Até que um dia um coração amoroso de mulher se compadeceu deles, recebendo-os como rebento de suas entranhas, e sob os auspícios da Misericórdia Divina, reencarnaram ambos, ocupando um único corpo com duas cabeças.
Este relato de Humberto de Campos, através das mãos do médium Francisco Candido Xavier, corrobora o que estou afirmando, pois nos apresenta um fenômeno em que dois espíritos estão ocupando o mesmo corpo, possuindo entretanto, duas cabeças.
Se não aceitarmos a hipótese de que um espirito esta envolvendo o outro; como explicar este fenômeno?
Poderão aventar alguns, de que isto acontece porque, o espirito e o períspirito não estão em simbiose com o corpo, se demoram externos a este, como temos visto e ouvido da parte de alguns confrades.
Entretanto não podemos nos esquecer de que o espirito, o períspirito e o corpo material, estão em simbiose ocupando o mesmo espaço, e não fosse assim, os órgãos internos não teriam como se formar, pois o períspirito como já o sabemos é o elemento plasmático que possibilita a adesão das células ao espirito.
E o espirito como já vimos jamais se dissocia do períspirito, quando desencarna o carrega para a espiritualidade, e quando reencarna, o espirito retorna com seu períspirito, após haver passado este por um processo de miniaturização, e esta informação nós a recebemos de Andre Luiz, quando nos apresenta a reencarnação de Segismundo pela
Psicografia do Chico Xavier.
E é muito interessante prestemos atenção no que nos narra Humberto de Campos, pois os espíritos reencarnaram em um só corpo mas com duas cabeças, pois se reencarnassem com uma única cabeça, se demorariam em um processo de possessão um ao outro, e evidentemente o de maior condição magnética manifestaria sua ascensão sobre o outro, subjugando-o, e esta reencarnação não seria corretiva, mas punitiva .
Não devemos nos esquecer de que esta reencarnação tem como finalidade prioritária acordar-lhes o sentimento de amor, e para isto teriam que viver a benção de pensar, de raciocinar, enfim de se imantarem um ao outro do amor que ambos trazem em potencial no núcleo da alma, mas de maneira consciente.
No texto anterior, - Á possibilidade de um espirito atravessar outro - extrapolamos este fenômeno, e isto eu não inventei, quem nos narra esse acontecimento é o irmão Jacob em o livro voltei, a mim coube o simples trabalho de extrapolar este fato.
E a lógica nos diz que se um espirito pode atravessar outro espirito, nada o impede de que ele possa momentaneamente se demorar em simbiose, junto ao espirito do médium, ou seja, o proprietário do corpo.
E importa lembrar que quando o espirito comunicante envolve o espirito do médium, o faz sem conhecimento de causa, ignorando o que esta acontecendo, - como aconteceu no relato do irmão Jacob, em que a mulher encarnada atravessou, os espíritos de Jacob, Bezerra e Andrade, sem se aperceber que o fazia,- exceto é lógico um espirito superior, pois este sabe plenamente o que esta fazendo.
Nos casos de possessão, o visitante sobrepuja a vontade do possuído, o domínio acontece de maneira absoluta, como nos informa Kardec, pois para que aconteça uma possessão, é necessário que o possuído ofereça condições vibracionais símiles as do possessor, caso contrario este envolvimento torna se impossível.
Dir-me-eis, mas no caso da incorporação mediúnica, o médium não oferece leis vibracionais sintônicas, e de fato não, o que acontece neste caso é que o médium se oferece como um instrumento de trabalho, abrindo as portas da alma, possibilitando o envolvimento da entidade, e isto acontece mesmo quando o espirito manifestante não esteja em simbiose com o espirito do médium, em outros processos de manifestação.
Quando o médium de incorporação possui também a faculdade do desdobramento, o espirito do médium se desprende e se desloca do corpo físico, mas isto não quer dizer que o espirito se desprendeu por completo do corpo, pois o desprendimento completo só acontece no momento do desencarne.
Embora não esteja de posse absoluta de seu corpo, esta em simbiose profunda com o mesmo, pois tendo o períspirito como um elemento plasmático que possibilita ao espirito formar o corpo de matéria, o mesmo permanece ligado ao corpo, ainda que se demore distante deste.
Então fica melhormente explicado o que retro informamos, de que o espirito se comunica através do espirito sempre, o corpo do médium é um instrumento pelo qual ele toma contato com a matéria, e quando se entrega a pratica mediúnica, o empresta por momentos a entidade manifestante.
Poderemos sentar em torno de uma mesa, passar algumas informações elementares de mediunidade e começar a invocar os espíritos, e eles atenderão, e nos demoraremos vivendo um trabalho mecânico, quando não perigoso, esquecendo-nos que em todo trabalho que desenvolvamos temos que conhecer a causa, o principio de lei que o determina, para chegarmos ao efeito com segurança.
Poderemos porventura realizar uma experiência de física, a partir do efeito? Não, temos que desenvolver uma formula, apreendê-la, para só então partirmos para a experiência que definirá a causa, revelando-nos a exatidão da mesma no resultado alcançado, este resultado é o efeito.
E Allan Kardec nos adverte, informando-nos que, uma sessão espírita é um laboratório de analises químicas, quem não o conhece, não entre, pois poderá morrer combustado.
Não tenhamos pressa em desenvolver a mediunidade, apliquemos a vontade estudando, não só o mecanismo da mesma, mas a doutrina espírita no seu contexto geral, e evidentemente as temáticas cientificas, pois estas nos oferecem subsídios para que entendamos melhor o espiritismo.
Sola
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home