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quarta-feira, 31 de julho de 2013

O Direito à Diferença


Luiz Carlos D. Formiga
Rio de Janeiro


Luiz Carlos Formiga
Carlos Brickmann escreveu que “Francisco falou de religião enquanto as autoridades tentavam conquistar eleitores. Mas, principalmente, ganhou o país por outro fator positivo: a tolerância. Enquanto fundamentalistas partiram para a grosseria e a intolerância (...) o papa tomou cafezinho com um pastor evangélico, conversou com dirigentes de várias religiões, monoteístas ou não, e admitiu que muitos católicos se afastaram da Igreja, porque ela não lhes dava assistência espiritual.
Há anos, é grande amigo de um rabino e com ele escreveu um livro sobre tolerância, convivência entre pessoas com crenças diferentes. O papa mostrou que discordar de um comportamento não significa discriminar pessoas. O Brasil preferiu a tolerância ao rancor.”(1)
Permitam-me revisitar a Carta Náutica do Núcleo Espírita Universitário publicada, na década anterior, na Revista Internacional de Espiritismo (2): nessa questão do aperfeiçoamento da prática sócio-afetiva enfatizamos que: Modelo e Guia, Jesus. "Os meus discípulos serão conhecidos por muito se amarem". É a lição de que o progresso do conhecimento é estimulado pelo regime de diálogo franco e aberto. É convite à fraternidade, ao amor em ação, na aceitação da diversidade e no relacionamento pacífico entre os diferentes.
Tornando relativo o conhecimento humano, de modo geral, e, em particular, o das coisas espirituais, a lição nos faz suspeitar que a coexistência pacífica, proporcionada pela fraternidade autêntica, é o ambiente, favorável à produção intelectual e à tolerância das nossas diferenças, que podem ser exibidas sem conflitos, inibindo o autoritarismo, o fanatismo, o preconceito e a exclusão. Amai-vos e Instruí-vos indicou que o segundo verbo é adequado, quando apoiado pelo primeiro.
Afinal, em matéria religiosa, para que possamos desenvolver quaisquer convicções é necessário que haja a possibilidade de comunicação com outros e conseqüentemente ter acesso a diferentes pontos de vista. Num Estado de Direito, a liberdade religiosa só tem sentido em condições de reciprocidade e o direito de igualdade pressupõe o direito à diferença (3).

(2) Revista Internacional de Espiritismo, LXXVI (4): 181-182, 2001

1 Comentários:

  • O Espiritismo desde o seu surgimento em 18/04/1857 com a publicação do Livro dos Espíritos defende o AMAR UNS AOS OUTROS independente de qualquer coisa e em seus estudos respeita todas as religiões inclusive os chamados ateus.
    Alguns religiosos agindo contrariamente a Boa Nova que dizem seguir pregam o preconceito, em contra partida, aqueles que praticam a caridade não são preconceituosos, isso me faz lembrar um período há alguns anos atrás o Centro Espírita A Caminho da Luz realizou por 10 anos uma atividade que chamávamos "RONDA DA CARIDADE" saiamos na madrugada de sábado atendendo as pessoas que estavam dormindo nas ruas e nesse trabalho muitas das vezes encontrávamos outros grupos de outras religiões e era uma alegria de ambas as partes, naquela ação não havia diferenças.
    Um abraço.
    Marcos Fonseca

    Por Blogger Marcao, às 14 de agosto de 2013 às 05:42  

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