A fecundidade de Allan Kardec e as contaminações doutrinárias
Por Jane Maiolo
Bem-aventurado o homem
que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos
pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores(...). Antes tem o seu
prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. (Salmos
1:1-3)¹
Hippolyte León Denizard Rivail nasceu em Lyon,
na França, a 3 de outubro de 1804. O discípulo de Henri
Pestalozzi, o eminente educador suíço, era dotado de uma inteligência incomum e
destacado por seu marcante e inconfundível “bom senso”. Temperamento inquiridor,
o mestre de Lyon, sempre conservou em sua mente intrigantes questões acerca da
filosofia, ciência, religião, astronomia, magnetismo dentre outras vertentes.
Questões intrigantes como - “de onde viemos?” “Para
onde vamos? ” “Por que estamos na Terra? ” “Por que sofremos?” Foram paulatinamente
fertilizando a mente aguçada de Rivail. As respostas lúcidas a esses legítimos
questionamentos chegariam, sob os auspícios do Espírito de Verdade, em tempo
oportuno.
O sobrenatural foi sendo desconfigurado e os
fenômenos desconhecidos entrariam na ordem dos fatos naturais marcando o início
de uma nova e esperançosa era, “a era do Espírito”.
A
fecundidade intelectual de Allan Kardec penetrava em pleno vigor no século XIX.
Século este assinalado pela perspectiva econômica, político, social e cultural
advindas das Revoluções Industrial e Francesa. As ideias materialistas eram
hegemônicas, entretanto o discurso espiritualista
ia se fortalecendo e arejando o pensamento de alguns homens da
sociedade parisiense, que se achava confusa, sem norte e sem fé.
O
intercâmbio constante entre os dois mundos: o físico e o espiritual, o amparo
da plêiade do Espírito de Verdade dariam vida a uma obra capaz de regenerar o
pensamento da humanidade.
O notável codificador do Espiritismo trabalhou
por 14 anos consecutivos para produzir
entre os idos de 1855 e 1869 o fruto mais consistente de sua existência: a
Doutrina dos Espíritos.
Conquanto
Hippolyte León Denizard Rivail e Amélie Gabrielle Boudet não tivessem filhos
biológicos deram alento a uma ciência que foi capaz de oferecer laços de
interação entre encarnados e desencarnados com o propósito de soerguê-los à
condição de seres dispostos a abraçarem
os estudos, os esclarecimentos e a consolação.
Não
restaria dúvida alguma quanto à extensão desse movimento fecundo e metafísico, capaz
de oferecer ferramentais de transformação social e moral da Terra sob o efeito
da fé raciocinada e apoiada nos soberanos princípios do amor.
O
clássico “movimento espírita” de procedência exclusiva dos encarnados , se avigora para disseminar as instruções doutrinárias , porém, paira ente os espíritas a infestação de agentes
nocivos provindos, em boa parte , das
mentes e corações dos “espíritas” imaturos , deslumbrados e
titubeantes.
Sabemos que os agentes
etiopatogênicos agridem o nosso organismo e causam constante infecções,
muitas vezes, de difícil percepção no seu estágio inicial. Os microrganismos
invadem as células, se hospedam e se reproduzem no seu interior. O mais
impressionante é agilidade desses microrganismos em alterar a própria estrutura
e a estrutura de um organismo maior. Às vezes a ação é tão insidiosa, invasiva
ao ponto de levar à falência múltipla inúmeras células.
Comparando
o chamado “movimento espírita” como um grande organismo vivo , necessário se
faz desenvolver anticorpos e estruturas de defesa com relação às infecções que
podem deteriorar todo órgão. Infecções doutrinárias onde se
expõe a falta de coerência, a ausência do bom senso, as mistificações, as
idolatrias, e as extravagantes aventuras mediúnicas.
Sabemos, porém, que o antídoto mais eficaz é o estudo, o diálogo, o esclarecimento
e a humildade. Entretanto, tal qual as doenças causadas por vírus, que têm um
ciclo de iniciar e acabar, essa onda de inercias e infecções haverão de passar.
Permaneçamos
otimistas nas diretrizes que a Doutrina Espírita tem para nos oferecer e
saibamos nos vacinar, de tempos em tempos, com a oportunidade de estudo, esclarecimento,
consolo , humildade e muito trabalho. Conforme a mensagem acalentadora de
Bittencourt Sampaio contida na obra “Instruções Psicofônicas” - Cristo
continua no leme da nossa embarcação.[²]
Façamos
a assepsia mental e o cuidado com as células preciosas que tendem a renovar a
mentalidade do homem contemporâneo. O legado fecundo de Allan Kardec continua a
produzir os frutos capazes de saciar os homens combalidos, frágeis e psiquicamente
instáveis. Além de sustentar espiritualmente os demais que assim o desejam.
Tenhamos
zelo pela Doutrina dos Espíritos.
Preciosa
a contribuição do salmista “Bem-aventurado o homem que não anda segundo
o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na
roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei
medita de dia e de noite.”
Imunizemos
nossas mentes e prossigamos sob o abono da humildade com o ânimo inexaurível de estudar as obras codificadas
por Allan Kardec.
Referência
bibliográfica:
1- Salmos
1:1-3
2- Xavier,
Francisco Candido- Instruções Psicofônicas- cap. 64- 10ª Edição- Brasilia –FEB
2013
(*)Jane
Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada
em Psicopedagogia. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales.
Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita-
Jornal O Rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP –Blog do
Bruno Tavares –Recife/PE - colaboradora do site www.kardecriopreto.com.br-
Revista Verdade e Luz de Portugal, Revista Tribuna Espírita de João
Pessoa, Apresentadora do Programa
Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. Janemaiolo@bol.com.br -
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