.

quarta-feira, 19 de setembro de 2018

A fecundidade de Allan Kardec e as contaminações doutrinárias


A fecundidade de Allan Kardec e as contaminações doutrinárias

Por Jane Maiolo

Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores(...). Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. (Salmos 1:1-3)¹



 Hippolyte León Denizard Rivail nasceu em Lyon, na França, a 3 de outubro de 1804. O discípulo de   Henri Pestalozzi, o eminente educador suíço, era dotado de uma inteligência incomum e destacado por seu marcante e inconfundível “bom senso”. Temperamento inquiridor, o mestre de Lyon, sempre conservou em sua mente intrigantes questões acerca da filosofia, ciência, religião, astronomia, magnetismo dentre outras vertentes.
 Questões intrigantes como - “de onde viemos?” “Para onde vamos? ” “Por que estamos na Terra? ” “Por que sofremos?” Foram paulatinamente fertilizando a mente aguçada de Rivail. As respostas lúcidas a esses legítimos questionamentos chegariam, sob os auspícios do Espírito de Verdade, em tempo oportuno.
 O sobrenatural foi sendo desconfigurado e os fenômenos desconhecidos entrariam na ordem dos fatos naturais marcando o início de uma nova e esperançosa era, “a era do Espírito”.
A fecundidade intelectual de Allan Kardec penetrava em pleno vigor no século XIX. Século este assinalado pela perspectiva econômica, político, social e cultural advindas das Revoluções Industrial e Francesa. As ideias materialistas eram hegemônicas, entretanto o discurso  espiritualista ia  se fortalecendo e  arejando o pensamento de alguns homens da sociedade parisiense, que se achava confusa, sem norte  e sem fé.
O intercâmbio constante entre os dois mundos: o físico e o espiritual, o amparo da plêiade do Espírito de Verdade dariam vida a uma obra capaz de regenerar o pensamento da humanidade.
 O notável codificador do Espiritismo trabalhou por  14 anos consecutivos para produzir entre os idos de  1855 e 1869  o fruto mais consistente de sua existência: a Doutrina dos  Espíritos.
Conquanto Hippolyte León Denizard Rivail e Amélie Gabrielle Boudet não tivessem filhos biológicos deram alento a uma ciência que foi capaz de oferecer laços de interação entre encarnados e desencarnados com o propósito de soerguê-los à condição de seres dispostos a abraçarem  os estudos, os esclarecimentos e a consolação.
Não restaria dúvida alguma quanto à extensão desse movimento fecundo e metafísico, capaz de oferecer ferramentais de transformação social e moral da Terra sob o efeito da fé raciocinada e apoiada nos soberanos princípios do amor.
O clássico “movimento espírita” de procedência exclusiva dos encarnados ,  se avigora para disseminar as  instruções doutrinárias , porém, paira  ente os espíritas a infestação de agentes nocivos  provindos, em boa parte , das mentes e corações  dos  “espíritas” imaturos , deslumbrados e titubeantes.
 Sabemos que os agentes etiopatogênicos agridem o nosso organismo e causam constante infecções, muitas vezes, de difícil percepção no seu estágio inicial. Os microrganismos invadem as células, se hospedam e se reproduzem no seu interior. O mais impressionante é agilidade desses microrganismos em alterar a própria estrutura e a estrutura de um organismo maior. Às vezes a ação é tão insidiosa, invasiva ao ponto de levar à falência múltipla inúmeras células.
Comparando o chamado “movimento espírita” como um grande organismo vivo , necessário se faz desenvolver anticorpos e estruturas de defesa com relação às infecções que podem deteriorar   todo órgão. Infecções doutrinárias onde se expõe a falta de coerência, a ausência do bom senso, as mistificações, as idolatrias, e as extravagantes aventuras mediúnicas.
 Sabemos, porém, que o antídoto mais  eficaz é o estudo, o diálogo, o esclarecimento e a humildade. Entretanto, tal qual as doenças causadas por vírus, que têm um ciclo de iniciar e acabar, essa onda de inercias e infecções haverão de passar.
Permaneçamos otimistas nas diretrizes que a Doutrina Espírita tem para nos oferecer e saibamos nos vacinar, de tempos em tempos, com a oportunidade de estudo, esclarecimento, consolo , humildade e muito trabalho. Conforme a mensagem acalentadora de Bittencourt Sampaio contida na obra “Instruções Psicofônicas” - Cristo continua no leme da nossa embarcação.[²]
Façamos a assepsia mental e o cuidado com as células preciosas que tendem a renovar a mentalidade do homem contemporâneo. O legado fecundo de Allan Kardec continua a produzir os frutos capazes de saciar os homens combalidos, frágeis e psiquicamente instáveis. Além de sustentar espiritualmente os demais  que assim o desejam.
Tenhamos zelo pela Doutrina dos Espíritos.
Preciosa a contribuição do salmista “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.”
Imunizemos nossas mentes e prossigamos sob o abono da humildade com o ânimo  inexaurível de estudar as obras codificadas por Allan Kardec.


Referência bibliográfica:

1-    Salmos 1:1-3
2-    Xavier, Francisco Candido- Instruções Psicofônicas- cap. 64- 10ª Edição- Brasilia –FEB 2013

(*)Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita- Jornal O Rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP –Blog do Bruno Tavares –Recife/PE - colaboradora do site www.kardecriopreto.com.br- Revista Verdade e Luz de Portugal, Revista Tribuna Espírita de João Pessoa,  Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. Janemaiolo@bol.com.br -

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home