A Doutora, Alice Teixeira Ferreira, em seu artigo – A Origem da Vida Humana e o Aborto (1), diz:
“Em 1839, Schleiden e Schwan, ao formularem a Teoria Celular, foram responsáveis por grandes avanços da Embriologia. Conforme tal conceito, o corpo é composto por células, o que leva à compreensão de que o embrião se forma a partir de uma ÚNICA célula, o zigoto, que por muitas divisões celulares forma os tecidos e órgãos de todo ser vivo, em particular o humano. Com base nestas evidências experimentais, o Papa Pio IX aceitou a concepção como a origem do ser humano, em 1869. Não se trata, portanto, de um dogma religioso, mas da aceitação de um fato cientificamente comprovado. Para não dizer que se trata de conceitos ultrapassados, pode-se verificar que TODOS os textos de Embriologia Humana consultados, nas suas últimas edições, afirmam que o desenvolvimento humano se inicia quando o ovócito é fertilizado pelo espermatozoide. TODOS afirmam que o desenvolvimento humano é a expressão do fluxo irreversível de eventos biológicos ao longo do tempo, que só para com a morte. TODOS nós passamos pelas mesmas fases do desenvolvimento intrauterino: fomos um ovo, uma mórula, um blastocisto, um feto. Em todos os textos, os autores expressam sua admiração de como uma célula, o ovo, dá origem a algo tão complexo como o ser humano. Alguns afirmam tratar-se de um milagre.
Em 2002, na revista Nature, Helen Pearson relata os experimentos de R. Gardener e Magdalena Zernicka-Goetz, onde demonstram que o nosso destino está determinado no primeiro dia, no momento da concepção. Mais recentemente, também na Nature (2005), Y. Sasai descreve os fatores/proteínas que controlam o desenvolvimento do embrião a partir da concepção, descobertos por Dupont e colaboradores. O embriologista Lewis Wolpert chega a afirmar que o momento em que o ovo começa a se dividir é o momento mais importante de nossa vida, mais que o nascimento, casamento ou morte.
Tenta-se atualmente, através de uma retórica ideológica, justificar a morte de embriões e fetos com argumentos despidos de fundamentos científicos, tais como: "Não sabemos quando começa a vida do ser humano". Pelo visto acima, não é verdade. "O embrião humano é um montinho de células". Se fossem células comuns, certos pesquisadores não estariam tão interessados nelas. São tão extraordinárias que dão origem a um indivíduo completo. "O embrião humano não tem cérebro e é comparável à morte cerebral". Comparação absurda, pois a morte cerebral é uma situação irreversível — não há maneira de recuperar os neurônios mortos — e o embrião dispõe das células pluripotentes, que vão originar o cérebro. "O embrião com menos de 14 dias não tem consciência porque não tem tecido neural". Mas este argumento decorre apenas e tão somente da separação entre mente/alma e o corpo operada pela filosofia cartesiana.
(***)
Assim, ser a favor da descriminalização do aborto equivale a ser conivente com o assassinato de embriões e fetos que, como vimos, já são vidas humanas. E, com isso, não há como concordar.
Atualmente, não se discute a realidade dos fatos biologicamente comprovados. Aceita-se que se está matando um ser humano através do aborto. Buscam agora justificativas "sociais" e para isto dão números falsos: O DataSUS relata 115 mortes de mulheres em 2004, no Brasil, causadas por aborto (a pesquisa não especifica se foram abortos provocados, ilegais, etc.).
São enganosas as estatísticas de milhões de mortes referidas pelos que são favoráveis ao aborto” (os grifos são do original).
A vida humana começa na concepção, isto é fato científico e confirma o que os Benfeitores Espirituais revelaram à Humanidade há mais de um século:
“344 – em que momento a alma se une ao corpo?
- “A união começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez mais se vai apertando até ao instante em que a criança vê a luz. O grito, que o recém-nascido solta, anuncia que ela se conta no número dos vivos e dos servos de Deus” (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 91. Ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2008. p. 225).
(***)
Quando é detectada a microcefalia, em que semana de gestação?
O médico Artur Timerman, diz que a microcefalia aparece no ultrassom no 6º mês de gravidez.
“No Nordeste do país, as alterações cerebrais dos fetos têm aparecido só por volta da 28ª semana de gestação.
"Fazendo um acompanhamento [com ultrassom] mais frequente, podemos identificar alterações mais cedo", afirma o obstetra Thomaz Gollop, professor da USP.
Já o obstetra Manoel Sarno, especialista em medicina fetal e que já acompanhou 80 casos de microcefalia associados à zika na Bahia, diz que será "improvável" o diagnóstico antes da 20ª semana” (2).
Temos assim que a microcefalia só é detectada pelo 5º/6º mês de gestação, o que faz pensar e, muito, sobre se a prática do aborto diante deste caso não seria uma forma sutil de se implantar a busca pelo bebê perfeito...
Já em termos de Doutrina Espírita, os casos vários que têm ocorrido, mormente na região Nordeste do país, trazem a característica de um resgate coletivo de Espíritos que, por Ordem da Lei Divina, encontraram o momento preciso para a sua rearmonização com a Lei.
“Os diversos casos de microcefalia que está ocorrendo por todo o Brasil, e com mais intensidade no Nordeste, e os números cada vez mais aumentando. Nos faz indagar: por que isto está acontecendo?
Para nós espíritas isto não é por acaso. Na visão da Doutrina Espírita esta situação enquadra-se nas chamadas provações coletivas, é um resgate coletivo. São espíritos que trazem necessidade de provas ou expiações semelhantes, nisto são atraídos a lugares ou situações, onde graves desequilíbrios destes espíritos são tratados em conjunto. Sobretudo nas doenças, chamadas de congênitas, que a criança já traz ao nascer, não se pode atribuir ao acaso ou a má sorte elas passarem por esta situação.
Há casos também em que esses espíritos reencarnam com este problema para ajudar os familiares a desenvolverem boas qualidades, a terem mais paciência, para desenvolver o cuidado pelo próximo, a compaixão, a generosidade...
O Espiritismo nos esclarece que estamos num mundo de efeitos, de consequências, onde percebemos que na reencarnação encontra-se o “por que” para compreendermos o que está ocorrendo, as causas e as consequências” (3)
(***)
Causas da microcefalia:
“O que pode gerar uma microcefalia? (5)
Tânia Saad: A microcefalia é uma situação bastante antiga dentro da medicina. Justamente porque ela não tem uma única causa. Os vírus, de uma forma geral, podem causar microcefalia. O que a gente mais conhece é o vírus da rubéola, um dos mais antigos e que a gente já tem campanhas para evitá-lo, como a vacinação. Mas o citomegalovírus, que parece uma gripe para a mãe, também pode ser causa de microcefalia. O herpes vírus, a toxoplasmose, alguns estágios da sífilis, menos frequentemente, mas além desses quadros que são infecciosos, você também pode ter alterações do metabolismo do bebê, causando isso; você pode ter alterações do fluxo da placenta, da quantidade de sangue com nutrientes que passa da mãe para esse bebê. Por exemplo, problemas de pressão alta, que muitas vezes acontecem durante o pré-natal, podem acabar gerando um crescimento intrauterino restrito, além da própria situação genética, muitas vezes é uma família que tem tendência a ter um crânio menor ou maior”.
Diante de tantas causas para a microcefalia, é justo que se pense na discussão da legalização do aborto, conforme tem explorado a mídia? E o combate ao vírus? Poucas são as notas colocadas sobre isso. Havendo tratamentos para rubéola, herpes, toxoplasmose, sífilis, seria justo dizer a uma mulher grávida e que tem estas doenças para ela abortar, quando é possível se ter um bebê saudável? Como ocorre em todos os casos de uma doença nova, é preciso aguardar tempo para que se tenha um tratamento a não permitir danos nem para as mães e nem para os bebês e, hoje, a ciência está bem avançada para auferir resultados em pouco tempo. Fazer desta questão trampolim para a legalização de um crime é deixar de atuar sobre a causa para se fixar em um efeito e que é provável, pois não se tem certeza da ligação do vírus zika e casos de crianças com microcefalia. Vejamos:
Revista Científica – Nature – expõe a dificuldade de se dizer imediatamente da ligação entre o zika vírus e os casos de microcefalia. Deixamos aqui o artigo inteiro em tradução livre (4):
Provando ligação Zika a defeitos de nascimento representa grande desafio.
Obtenção de provas conclusivas de qualquer forma poderia levar anos, dizem pesquisadores.
Erika Check Hayden
09 de fevereiro de 2016
As mulheres grávidas infectadas com o vírus Zika estão sendo monitorados para efeitos sobre seus fetos.
As autoridades de saúde pública estão investigando se o vírus Zika causou um aparente aumento no número de crianças nascidas com microcefalia, ou anormalmente cabeças pequenas, em pelo menos sete países. Mas para ser conclusiva e determinar que o vírus transmitido por um mosquito é o responsável poderia levar meses ou anos, dizem os pesquisadores.
Preocupações surgiram pela primeira vez no Brasil, que em novembro declarou uma emergência nacional de saúde pública. A partir de 2 de fevereiro foram investigados e encontrados 1.113 de 4.783 casos suspeitos de microcefalia relatadso desde o ano passado, e se confirmou que 404 que poderiam estar ligados a Zika. Em 1º de fevereiro, uma comissão convocada pela Organização Mundial de Saúde disse que um nexo de causalidade entre Zika e microcefalia é "fortemente suspeito, embora ainda não cientificamente comprovado".
Isso não é por falta de esforço. Trabalho em curso inclui estudos de caso-controle para comparar as taxas de infecção da Zika em bebês que nascem com microcefalia e naqueles sem ele, assim como o sequenciamento genético do vírus e os esforços para desenvolver um teste de diagnóstico molecular para a infecção Zika.
Fazendo o progresso tem sido difícil porque os cientistas sabem relativamente pouco sobre Zika; não existe um teste fácil de usar para diagnosticar infecções; e os médicos discordam sobre como definir microcefalia, afirma Bruno Andrade, imunologista do Instituto de Pesquisa da Fiocruz na Bahia, Brasil. "Tudo isso começou a menos de dois meses atrás - que é quando tudo se aproximou", diz ele. "Estamos no meio desse pesadelo aqui."
Até agora, duas linhas de evidência apoiam uma ligação entre o vírus e microcefalia. Casos de microcefalia no Brasil começou a subir cerca de 6 meses depois que as autoridades confirmaram a transmissão do Zika, sugerindo que o defeito pode ter sido causado por exposição in utero ao vírus. E pesquisadores no Brasil têm encontrado vestígios do vírus, ou anticorpos para ele, no líquido amniótico, cérebros ou fluido espinhal de 15 fetos e bebês diagnosticados com microcefalia.
Esta pesquisa é sugestiva, mas não conclusiva. "A maioria de nós acredita que é altamente plausível que Zika é a causa desta epidemia de microcefalia, mas precisamos de provas adicionais", diz Albert Ko, um médico em doenças infecciosas e epidemiologista na Escola Yale de Saúde Pública, em New Haven, Connecticut.
Na esperança de produzir dados mais-definitivos, o Ministério da Saúde está agora realizando criação de grandes estudos. Em um deles, os pesquisadores vão acompanhar 6.000 mulheres grávidas no nordeste do Brasil, para investigar os efeitos de Zika e de microcefalia.
Lacunas de conhecimento
Estudos epidemiológicos são muitas vezes complexos porque Zika provoca uma doença relativamente leve em adultos e não há nenhum teste amplamente utilizado para o vírus. Isto significa que a maioria das mães que participaram em estudos anteriores não foram diagnosticadas com Zika. Para resolver este problema, o Ministério da Saúde está agora a pedir às se esses casos tinham sintomas Zika em vez de se eles foram diagnosticados com Zika.
Mas muitos pesquisadores dizem que os dados epidemiológicos sozinhos não vão convencê-los de uma ligação entre Zika e microcefalia; eles gostariam de ver a evidência de como e por que o vírus causa a doença. Com isto em mente, os cientistas estão a desenvolver modelos animais para investigar os efeitos do Zika sobre o corpo, os tecidos que infecta, e por que os cérebros fetais podem ser especialmente vulneráveis.
"Há um monte de trabalho a investigação fundamental e que é preciso fazer", diz Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas em Bethesda, Maryland.
"Há um monte de trabalho, a investigação fundamental é que é preciso fazer."
É plausível, por exemplo, que Zika cruza da mãe para o bebê através da placenta, como fazem alguns vírus relacionados, tais como o vírus do Nilo Ocidental. Mas esses outros vírus não costumam causar danos ao cérebro infantil, por isso não é claro por que - ou como - o Zika pode fazer isso, diz David Morens, um conselheiro sênior para Fauci.
O vírus pode ser tóxico somente enquanto o cérebro de um feto ainda está desenvolvendo suas principais estruturas, nos dois primeiros meses de gravidez. Ou pode persistir no organismo por um longo período, o que explicaria por Zika é visto em bebês natimortos com microcefalia. "Se o insulto aconteceu logo no início, então porque é que o vírus presente em sete meses quando o aborto ocorre?", Diz Morens. "Deve haver uma combinação de coisas acontecendo."
Outro enigma é o que faz com que essas mulheres e bebês sejam tão vulneráveis: a grande maioria das mulheres infectadas com Zika passa a ter bebês saudáveis.
Mas seja qual for a causa os cientistas em última análise, descobrir sobre Zika, outro grande desafio continua: apoiar as crianças nascidas com microcefalia. Muitos vivem em o que Ko chama de "estado vegetativo", e pode passar a ter convulsões. Isso pode ser difícil para as suas famílias - muitos dos quais são pobres - para suportar.
"Temos que começar a se estabelecer e pensar em como vamos cuidar dessas crianças", diz Ko. Se houver uma ligação entre Zika e microcefalia, o número de bebês afetados pela condição poderia dizer como o vírus se espalha, ele adverte. "Não temos ideia de quão grande ele vai ficar."
Nature 530, 142-143 (11 de Fevereiro de 2016)
Aos que apregoam o respeito à opinião da mulher e de sua vida, dizemos duas coisas: primeiro é preciso orientar à mulher sobre quando a vida se inicia e em relação a planejamento familiar, etc, do contrário teremos de admitir que as que se deleitam no sexo casual e que engravidam, devem ter todo o direito de abortarem a vida que, por inconsequência, vieram e não lhes cabe agora arcar com as consequências de um ato inconsequente? Ah! – dirão alguns que o homem por não carregar uma vida em seu ventre, tem uma carga menor e que tudo recai sobre a mulher, mas, e ela não pensou nisto antes?
Outra coisa é o que nos colocou um amigo ateu: “O Livro dos Espíritos, na questão 359 diz o seguinte: Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar-se a primeira para salvar a segunda? – ‘Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe’. E fez um adendo filosófico dizendo que o ser que não existe se refere ali não à vida, mas ao fato de não ser um indivíduo com todo um histórico de experiências como a mãe. Colocou então a seguinte questão a nós: A mãe tem um amor sublime pelo seu filho e renúncia à própria vida por ele, por que não se deixar a criança viva e se matar a mãe, até porque a mãe em seu amor sublime a isso concordaria plenamente? Ao que respondemos que a ética deixa bem claro que, no caso, a mãe é um ser com experiências e condições para cuidar de si, já o bebê ficaria privado do amor de sua mãe? E, por outra, como espírita, sabemos da possibilidade dele ter uma nova encarnação.
Tudo o que aqui escrevemos nos apontam para o acerto do que nos disseram os Benfeitores da Vida Maior há mais de um século:
“Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação?
“Há crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando”.
Nem se alegue que não se deva por questões religiosas nesta discussão (e temos ouvido isso de espíritas?), no caso de nós espíritas, isso é um contrassenso, pois que o Espiritismo é uma Ciência, conforme definição de Allan Kardec no Preâmbulo do livro “O que é o Espiritismo”:
“O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem destas relações.
Podemos assim defini-lo:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos espíritos e de suas relações com o mundo corporal” (¨6).
Recomendamos também uma leitura atenta do item 8 – Aliança da Ciência e da Religião, do capítulo I de O Evangelho segundo o Espiritismo – Não Vim Destruir a Lei.
Para encerrar deixamos aqui a frase do cientista que continua liderando a ciência, Albert Einstein:
“A ciência sem a religião é paralítica - A religião sem a ciência é cega...”
(*) - Leonardo Paixão é Orador espírita (que tem viajado por alguns Estados brasileiros, quando possível, na divulgação da Doutrina Espírita), articulista, escritor, poeta, tem críticas literárias publicadas no site
orientacaoespirita.org e um artigo publicado em Reformador em Agosto de 2010, A Revelação - uma perspectiva histórica e tem escrito alguns artigos no jornal eletrônico O Rebate. Tem livro publicado pela Editora Virtual O Consolador – “Reflexões Doutrinárias” e obras próprias e mediúnicas acessíveis gratuitamente no site
bvespirita.com. Participa com um grupo de amigos de ideal do GE Semeadores da Paz em Campos dos Goytacazes, RJ, onde exerce direção de estudos e trabalhos na área mediúnica, atuando como médium psicofônico na desobsessão e como psicógrafo de mensagens esclarecedoras, poesias e cartas consoladoras.
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