A música é uma reserva cultural do
homem. Pode ela, entretanto, excitar, agitar, intranquilizar se grotesca, ou
acalmar, tranquilizar, sensibilizar, se harmoniosa.
A propósito de sua utilização no Centro
Espírita servirá para tranquilizar, harmonizar, sensibilizar.
Em mensagem publicada na revista “O
Reformador” de janeiro de 1992, págs. 20 a 24, Bezerra de Menezes refere-se ao
assunto: “(...) Não se pode, pois, permitir em seu seio festas, músicas de
fundo não edificante, peças teatrais, aplausos, conversação tumultuada e não
construtiva, discussões violentas, homenagens humanas, “comes e bebes”,
reuniões sem disciplinas, rifas,
leilões, comércio, brincadeiras, competições, ataques a outras religiões, enfim
tudo aquilo que não se concebe num hospital, junto a um leito de dor ou um
santuário de oração. (...)”
Conclui-se assim, ser natural
utilizar-se da música no Centro Espírita como preparação do ambiente,
necessitando, porém, conciliar qualidade e harmonia para conseguir-se tal intento.
Tendo alguém se dirigido a uma casa
Espírita com a finalidade de ouvir uma palestra, fica sendo este o seu objetivo
maior, não sendo bom que fique antes, a ouvir determinadas músicas que o
coloque mais enterrado no mundo físico, dificultando-o atingir o seu propósito.
Se o tribuno comparece à casa Espírita
preparado para apresentar o melhor das verdades do Consolador, poderá contar
com a execução de músicas de qualidade que prepare os assistentes para
ouvi-lo. Entretanto, se lá encontra
algum irmão que, ao contrário, esteja a apresentar coisas do dia a dia
material, ou a improvisar canções que até relembram situações do cotidiano,
nada encontrará que coloque os assistentes em condições de entender a sua
mensagem.
No livro “Obras Póstumas”, de Allan
Kardec, 20ª edição pág. 184, encontramos, do Espírito Rossini, a respeito da
música, o seguinte: (...) “Sua explicação está toda neste fato: que a harmonia
coloca a alma sob o poder de um sentimento que a desmaterializa. Este sentimento existe em certo grau, mas desenvolve-se sob a ação
de um sentimento similar mais elevado. “Aquele que esteja desprovido de tal
sentimento é conduzido gradativamente a adquiri-lo: acaba deixando-se penetrar
por ele e arrastar ao mundo ideal, onde esquece, por instantes, os prazeres
inferiores que prefere à divina harmonia”.
“(...) Se o compositor é terra-terra,
como poderá exprimir a virtude de que desdenha, o belo que
ignora e o grandioso que não compreende? Suas composições refletirão
seus gostos sensuais, sua leviandade, sua negligência. Serão ora licenciosas,
ora obscenas, ora cômicas, ora burlescas; comunicarão aos ouvintes os
sentimentos que exprimirem e os perverterão, em vez de melhorá-los”.
“O Espiritismo, com o moralizar os
homens, exercerá, pois, grande influencia sobre a música (...)”
Não é prudente o improvisar na casa
Espírita, muito embora devamos estar preparados para tal, quando o imprevisto
aparecer. Porém, em matéria de música, a improvisação não deve acontecer, pois
poderá excitar, agitar, prejudicar, ao invés de ajudar. Que os ensaios musicais
fiquem reservados para os conservatórios de música!..
Se nos posicionamos no Centro Espírita
para ouvir uma palestra, certamente que um orquestrado qualificado e harmonioso
antes da mesma cai bem, por sensibilizar-nos, caso contrário, poderá excitar-nos,
dificultar-nos atingir o nosso objetivo, qual seja, entender a palestra a ser
proferida.
Cachoeiro de Itapemirim, ES.
Domingos Cocco
Domingoscocco1931@yahoo.com.br
Rua Neca Bongosto n° 06 – Bairro Sumaré
Telefone: (28) - 3522-4053 – CEP 29304-590
Cachoeiro de Itapemirim – Estado do
Espírito Santo
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