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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ministério, Mediunidade e Medicina

Luiz Carlos Formiga





Credibilidade e Competência


Arthur Chioro, Ministro da Saúde, é autor de dois livros sobre mediunidade. Médico, com doutorado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foi Secretário da Saúde de São Bernardo de 2009 a 2014, Secretário de Saúde de São Vicente (SP) de 1993 a 1996 e presidente, desde 2011, do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (1). Nomeado para assumir o Ministério da Saúde em 3 de fevereiro, deixou o comando da pasta nessa quinta-feira, 20. A exoneração foi publicada no Diário Oficial desta sexta, 21, e ocorreu "a pedido" para que possa assumir o cargo de professor na Unifesp. Aprovado em concurso, não poderia tomar posse em razão do vínculo com o ministério. Após formalizar a contratação na universidade, deve reassumir o ministério.

A escolha de Arthur Chioro para o cargo provocou questionamentos em razão de o ex-ministro ser proprietário de uma empresa de consultoria especializada em saúde, prestadora de serviços a municípios no Estado São Paulo. O caso é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por suspeita de improbidade administrativa. Antes de assumir a pasta, Chioro pediu afastamento da empresa e transferiu suas ações para sua mulher. O PPS chegou a entrar com representação junto à Comissão de Ética da Presidência da República para cobrar explicações (2). 

O Prof. Dr. Ismar Silveira, Redator-Chefe do Jornal Brasileiro de Medicina nos chamou a atenção para o texto "Reputação Médica", Revista Medicina, Conselho Federal, maio-junho de 2000. Nele o Dr. José Gallo, Membro do Conselho, escreveu que "a boa reputação do médico é a pedra de toque de seu poder de cura. Nenhuma outra profissão exige maior credibilidade que a médica..." Recordando Chico Xavier fizemos transferência: nenhuma outra condição exige maior credibilidade que a de médium.

Credibilidade é fundamental em qualquer lugar, assim como a competência. Alguns médiuns iniciam bem, ganham credibilidade, mas depois são apanhados pelo orgulho e pela vaidade. Na realidade não eram assim tão competentes. Em mediunidade existe o fator complicador que é a obsessão. A pessoa perde o senso de equilíbrio. A entidade subjuga-a, imprime-lhe a sua vontade e passa a exercer nela um predomínio quase total. O médium se torna prepotente, passa a usar "sandálias douradas" e até diz que em mediunidade também é Doutor. Torna-se negligente, não mais se esforça por dominar suas inclinações menos éticas (3, 4).

Ser médico e médium é estar diante de uma grande oportunidade de servir. Mas, aqui entre nós, é uma prova muito difícil. Como na paternidade, no Ministério da Saúde estará também diante de uma arriscada missão. 

Recentemente comentando a missão paterna disse que nossos pais fizeram o que puderam, diante de nossas tendências e que se leitor pudesse oferecer à sociedade um filho “homem de bem” já estaria de “bom tamanho”. O que lembrar ao Ministro da Saúde? Que a semeadura é livre? Que somos arquitetos do próprio destino? Mas, isso ele já sabe! Vocês sabem como ele se posiciona diante do Estatuto do Nascituro? (5)






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