O Diálogo Mais Difícil.
“Boi, Boi da Cara Preta pega essa criança que tem medo de careta"
Por sua origem poderíamos julgar que o Espiritismo fosse aceito, com facilidade, pelos docentes e discentes universitários. Não é bem assim. Defrontamo-nos com espíritos caprichosos que não estão à nossa disposição para ouvir argumentações. Logo percebemos que estamos num “campo minado”.
Trabalhando com intelectualizados, dialogando com as sombras, através da prática mediúnica, o pesquisador concluiu que os intelectuais nem sempre são materialistas. Miranda aponta perfil diverso, fazendo-nos lembrar dos espíritos encarnados que transitam na cidade universitária.
A escala cromática é ampla e variada. Encontramo-los de todos os feitios, variedades e tendências. Há os descrentes, indiferentes, materialistas, espiritualistas, religiosos ou não. Foram escritores, sacerdotes, artistas, poetas, médicos, advogados, nobres, ricos, pobres. Quase sempre se deixaram dominar por invencível vaidade, fracassando na provação da inteligência.
No binômio cérebro/coração, no qual o homem deve buscar equilíbrio, deixaram disparar na frente um dos componentes, em sacrifício do outro. Brilhantes, demoram-se na doce e venenosa contemplação narcisista da própria inteligência, fascinados pelos seus mecanismos, sua engenhosidade e os belos pensamentos que produzem.
Na realidade brasileira vamos encontrar a corrida de obstáculos para os atletas da produção científica, artística ou intelectual. Pressionados pelo binômio indissociável que é ensino-pesquisa, que não deveria ser uma questão de lei, mas de visão de mundo, transitam com dificuldade na estrada mais longa que vai do cérebro ao coração.
O pesquisador registra, depois do diálogo com essas mentes desencarnadas, que eles
Julgam-se geniais — e muitas vezes o são mesmo. São bons argumentadores e, quando movidos para objetivos bem definidos, tornam-se verdadeiramente difíceis de serem despertados, pois se acham solidamente convencidos do poder e da força das suas próprias fantasias, suas doutrinas, seus sofismas e suas auto-justificações.
Diálogo com as Sombras http://www.aeradoespirito.net/
Em 1999, Revista Internacional de Espiritismo, recorda-se a frase do codificador da Doutrina Espírita, nessa hora emblemática: “O primeiro indício da falta de bom-senso está em crer alguém infalível o seu juízo.”
O artigo cita o trabalho, do professor universitário, que faz estudo grafoscópico apontando para a veracidade das mensagens psicografadas pelo médium Francisco Cândido Xavier e faz advertência aos médiuns, para não caírem na mesma cilada que caíram os espíritos classificados “intelectuais”, por Miranda.
http://www.espirito.org.br/
Na Revista Internacional de Espiritismo - As Ciências Biomédicas, os Doutores, o Espiritismo e os Cegos de Nascença - vemos outra frase, no Livro dos Médiuns: “o melhor método de ensino é o que fala à razão antes que aos olhos “. Se esta técnica não funcionar teremos que aplicar o plano “B”, como o fez Miranda, diante do espírito endurecido. Neste artigo, da RIE, informa-se que ao redor do Núcleo Espírita Universitário a população é heterogênea e vamos encontrar diversos comportamentos, já mencionados pelo codificador e também encontrados entre os contemporâneos de Jesus.
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Miranda continua e enfatiza o plano “B” (grifos nossos).
Os vemos, às vezes, na condição de ex-sacerdotes também, como exímios criadores de sofismas. Estudaram profundamente os Evangelhos e a teologia ortodoxa. Leram os seus filósofos, escreveram tratados, pregaram sermões belíssimos, do ponto de vista literário, e tanto consolidaram suas construções, que acabaram acreditando nelas. São estes que constituem o diálogo mais difícil para o doutrinador. Não se exaltam, nem dão murros.
Parecem, mesmo, suaves e tranqüilos. Têm respostas prontas e engenhosas para tudo, fazem perguntas bem formuladas, procurando confundir, para desarvorar o interlocutor.
Ao cabo de algum tempo de observação atenta, descobrimos que o intelectualismo é como qualquer outra forma de fuga; é também um esconderijo, para o Espírito que reluta em enfrentar uma realidade dolorosa.
Se conseguirmos restabelecer o vínculo, que sempre deverá existir, entre cabeça e coração, estaremos a caminho de ajudá-lo.
Entre espíritas que são universitários o diálogo pode ser difícil. No NEU também pode existir as “fogueiras de vaidades”, alguns podem, eventualmente, se achar verdadeiros “missionários” e tudo fazer para “permanecer no cargo”, mitigando “encargos”. Deixam transparente a existência do “poder neurótico”.
http://orebate-jorgehessen.
1 Comentários:
O entendimento é tudo. Para ter entendimento é necessário o diálogo, e para ter o diálogo é necessário falar a mesma língua. Não é atoa que o Esperanto foi criado.
Temos também que levar em consideração a RAZÃO, pois o pouco que aprendemos das Leis Naturais é suficiente para nos conduzirmos respeitando o nosso semelhante e o eco sistema como um todo.
Não podemos deixar nosso orgulho suplantar a nossa razão.
Marcos Fonseca
Por Marcao, às 31 de maio de 2015 às 03:58
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