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quinta-feira, 30 de junho de 2011

CONGRESSO ESPÍRITA


Domingos Cocco
Cachoeiro de Itapemirim - Espírito Santo


Os Congressos Federais ou estaduais, realizados periodicamente em nosso País, são de inteira necessidade ao Movimento Espírita. Entretanto, as taxas inseridas nas inscrições, não refletem justiça. Nem todos têm condições de arcar com as despesas cobradas, daí ficarem à margem dos acontecimentos.
Não desconhecemos que tais eventos trazem custos. Porém, não é do “bom senso” Espírita isolar irmãos, em virtude de não possuírem recursos financeiros, quando é possível evitar, através da união de propósitos.
Se o Espiritismo divulga ser necessária a integração dos espíritas em torno do Movimento, haveremos de encontrar uma solução no sentido de não causarmos a separação de irmãos, praticando-se assim a verdadeira confraternização.
No entanto, o que fazer se o número de participantes for além do que o local do evento comportar e como sanar as despesas existentes?
Se o assunto for colocado em pauta pelos dirigentes do Movimento, por certo encontrarão uma solução. Porém, como me é permitido utilizar este espaço, colocarei minha “colher enferrujada” no assunto, como sugestão: a) Não sendo possível agasalhar todos os concorrentes, usar-se-ia o critério de inscrições por ordem de chegada do pedido: b) Para cobertura das despesas, seria acordada pelos promotores, com os dirigentes dos Centros Espíritas das cidades, municípios, etc, afetada pelo evento, uma taxa mensal como colaboração. O arrecadado com alguma antecedência ao acontecimento seria enviado mensalmente por cada entidade aos organizadores, a serem depositados para as despesas.
Seguramente, o custo não seria de grande monta, ao ser dividido por um grande número de Filiadas que por sua vez, já recebem mensalmente dos associados quantias acessíveis aos mais carentes financeiramente, os quais poderiam participar do conclave.
O exposto serviria também para pequenos eventos nas Casas Espíritas. Os fundos para as despesas seriam do incentivo às contribuições mensais dos sócios, de onde uma pequena parte seria reservada para custear um futuro acontecimento.
Assim, três inconvenientes seriam sanados: Em primeiro lugar, todos estariam dispensados do pagamento; em segundo lugar, as pessoas simpáticas à Doutrina, que em “última hora” desejassem participar, não seriam barradas à porta, o que seria um vexame; em terceiro lugar, tirar-se-ia uma aparente idéia de comercialização.
Com o sistema aplicado hoje nos Congressos e nos pequenos eventos, é possível que alguns espíritas, ou mesmo alguém não espírita, estejam privados por todo esse tempo de participar, o que não aconteceria amanhã.
A verdade é que, o aqui apresentado, refletiria igualdade, cooperativismo, divulgados pelo Espiritismo, e que consta das leis de Deus.
É preciso descerrar o máximo, as portas das Casas Espíritas. “É preciso fugir da elitização que ameaça o movimento espírita... o Espiritismo veio para o povo”, é o que diz Chico Xavier no livro; “Chico, de Francisco”. (Edição: Cultural Espírita União).
Aguardemos, pois, alguma manifestação. O Espiritismo merece...

Cachoeiro de Itapemirim, ES, 25 de dezembro de 2005.

Domingos Cocco




Extraídas da revista “O Espírita”-1º semestre de 2005 - nº 119 - Brasília-DF
Divaldo Franco: responde
Pergunta: A cobrança de taxas em eventos essencialmente espíritas não estaria incorrendo nos mesmos e seculares erros de religiões, que cobram todo serviço que prestam a comunidade? Onde fica o “daí de graça o que de graças recebestes ? Não seria a elitização da cultura doutrinária ?
Resposta: É lentamente que os vícios penetram nos organismos individuais e coletivos da sociedade. A cobrança desta e daquela natureza, repetindo os velhos erros das religiões ortodoxas do passado, caracteriza ambição injustificável, induzindo-nos a erros que se podem agravar e de futura difícil erradicação. Temos responsabilidades com a casa espírita, deveres para com ela, para com o próximo e entre esses deveres o da divulgação ressalta como uma das mais belas expressões de caridade que podemos fazer ao Espiritismo, conforme conceitua Emmanuel, através da mediunidade abençoada de Chico Xavier. Nos eventos essencialmente espírita, deveremos nós, os militantes da Doutrina, assumir a responsabilidades, evitando criar constrangimentos naqueles que, de uma maneira ou de outra, necessitem beneficiar-se para, em assimilando a doutrina, libertarem-se do jugo das paixões, encontrando a verdade. O dar de graça conforme nos chega é determinação evangélica que não pode ser esquecida e qualquer tentativa de elitização da cultura doutrinária, em detrimento da generalização do ensino a todas as criaturas, é um desvio intolerável em nosso comportamento espírita.

Espíritas bolivianos dão exemplo de consciência doutrinária

Cresce no movimento espírita brasileiro o sentimento de repúdio contra a febre da cobrança de taxas em eventos doutrinários do Espiritismo. Ótimo!
Ainda é pouco. É preciso que jornais, revistas, programas de TV e rádio, de cunho espírita, ampliem suas campanhas contra o absurdo das cobranças.
Segundo pesquisas recentemente feitas, que circulam por todo o movimento, os espíritas são os religiosos com cultura e renda “percapita” superiores às dos demais.
É sempre bom lembrar, como se constata facilmente, que a maioria de nossos confrades reside em casas confortáveis, possui carros novos, viaja todos os anos, têm filhos em escolas pagas, veste-se primorosamente, dá festas abundantes com doces, salgados e bebidas... mas para os gastos com atividades religiosas costuma sair de “fininho”, falta “verba”, ou dá contribuições ínfimas, bem abaixo de suas possibilidades.
A Bolívia é um dos países mais pobres do mundo. Tem 70% de sua população abaixo da linha da pobreza, o que se reflete no movimento de lá. Mesmo assim, deu-nos grandioso exemplo. Ao organizar o seu “4º Encontro Espírita Boliviano”, fez questão de colocar nos cartazes a frase “ENTRADA LIVRE”, como se confirma acima.
Não foram poucas as despesas. O consagrado tribuno Divaldo Franco esteve presente com todos os custos cobertos pela direção do evento.
Existem outras formas, Além da contribuição pessoal, que seria o ideal, de se obter recursos para tais fins.
Jantares, almoços, bazares, festivais de tortas e sorvetes etc, são promoções doutrinariamente aceitáveis. Não há o envolvimento de princípios e não impedem o acesso de pessoas pobres aos eventos espíritas.
Chico Xavier nas obras “Encontros no Tempo”, organizado por Jarbas Leone Varanda, e “A Ponte” por Fernando Worm, chama a atenção para a elitização do movimento que vai grassando perigosamente.
A fé verdadeira não abre mão da razão e também do sacrifício pessoal. É fácil custear a crença com o bolso alheio.

1 Comentários:

  • Pois é, meu amigo Jorge, é sempre um problema quando as inscrições são caras demais. Lembro-me bem de somente poder participar de um fórum espírita porque um amigo pagou a minha inscrição, pois era muito cara para mim.
    O fórum foi realizado num hotel cinco estrelas, à beira-mar e um dos expositores chegou a criticar isso afirmando que não era preciso tanto luxo!

    Por Blogger Cláudio Luciano - Palestrante Espírita, às 30 de junho de 2011 às 13:55  

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