Jorge Hessen
" A dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do progresso"[1]Entendemos que a dor
seja o medicamento que solicitamos na fronteira da experiência terrestre. Sim!
Espíritos doentes e endividados que somos, imploramos, antes do berço, as dores
e as provações capazes de propiciar-nos o regozijo da cura e a benção do
resgate. Portanto, as dificuldades são benfeitoras do coração. Aceitemo-las no
caminho, com o equilíbrio da resignação que tudo abrange para tudo auxiliar e
expurgar, na marcha de nossa via crucis.
A dor , seja física ou espiritual,
é sofrida por quem a provoca e que jamais bate em porta errada. Não há razão,
em hipótese alguma, atribuir a terceiros a culpa de nossas dores, pois que elas
resultam das atitudes, dos procedimentos, das ações praticadas contra as leis
divinas. Para aliviá-la existe a necessidade de assumirmos a responsabilidade
de uma mudança comportamental, que sempre pode libertar-nos da dor, quando bem
realizada segundo padrões éticos/morais cristãos.
“As provações da vida fazem
adiantar quem as sofre, quando bem suportadas; elas apagam as faltas e
purificam o espírito faltoso”.[2] Quando a dor chega, ninguém permanece
indiferente, não importando suas causas. Por vezes, chega através da doença
física, minando a saúde antes inabalável. De outras, é a dor da separação do
ente amado que desencarna.
De toda forma, não importando por
quais caminhos a dor nos visite, sempre é presença contundente, alterando-nos
as paisagens emocionais. Ela sempre traz consigo seu caráter pedagógico, em um
convite ao cultivo das virtudes que ainda não nos dispusemos a acionar. “As
provas rudes são quase sempre indício de um fim de sofrimento e de um
aperfeiçoamento do Espírito, quando aceitas com o pensamento em Deus”.[3]
Há três categorias de dor: a
dor-evolução, a dor-expiação e a dor-auxílio. A dor-evolução atua de fora para
dentro, aprimorando o ser, e sem ela não haveria progresso. A dor-expiação vem
de dentro para fora, marcando a criatura no caminho dos séculos, detendo-a em
complicados labirintos de aflição, para regenerá-la, perante a Justiça. Quanto
à dor-auxílio, pela intercessão de amigos devotados à nossa felicidade e à
nossa vitória, recebemos a bênção de prolongadas e dolorosas enfermidades no
envoltório físico, seja para evitar-nos a queda no abismo da criminalidade,
seja, mais frequentemente, para o serviço preparatório da desencarnação, a fim
de que não sejamos colhidos por surpresas arrasadoras, na transição da morte.
[4]
O enfarte, a trombose, a
hemiplegia, o câncer penosamente suportado, a senilidade prematura e outras
calamidades da vida orgânica constituem, por vezes, dores-auxílio, para que a
alma se recupere de certos enganos em que haja incorrido na existência do corpo
denso, habilitando-se, através de longas reflexões e benéficas disciplinas,
para o ingresso respeitável na Vida Espiritual. [5]
A oração habitual, o comportamento
retificador, o descortino mental e o bem que se pode patrocinar ao próximo,
retratam as atitudes inteligentes daqueles que almejam o bom aproveitamento da
dor no processo de evolução .
Referências bibliográficas:
[1]
KARDEC , Allan . A Gênese, Cap. III, item 5, RJ: Ed. FEB 2001
[2]
KARDEC , Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cap. V, item 10, RJ: Ed.
FEB 2001
[3]
Idem cap. XIV, item 09, RJ: Ed. FEB 2001
[4]
XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação, ditado pelo Espírito André Luiz, cap.
19, RJ: Ed. FEB 1959
[5]
Idem
1 Comentários:
Ultimamente com meus familiares tenho repetido constantemente esse questionamento, diante de diversas situações que dizem: "Isso não é justo? Por que essa família? Por que essa doença? etc...etc..."
Respondo com outro questionamento: Então, você está dizendo que Deus está errado? Que Deus errou no seu planejamento reencarnatório?
Isso me baseando na afirmativa comum a todos os credos: Deus é soberanamente justo e bom.
Agora, você quer entender melhor? Leia sem preconceito O LIVRO DOS ESPÍRITOS e encontrará respostas para esses questionamento e muito mais. De forma clara e racional.
Abraços.
Marcos Fonseca
Por Marcao, às 4 de dezembro de 2017 às 04:40
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