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sábado, 1 de dezembro de 2012

Supostas reencarnações de Chico Xavier(*)


PAULO SILVA NETO SOBRINHO

PAULO DA SILVA NETO SOBRINHO
paulosnetos@gmail.com
Belo Horizonte, MG (Brasil)
 
 

Parece que os espíritas continuam descobrindo as várias reencarnações de Chico Xavier, pois sempre se vê na internet uma lista delas.

Vejamos o quadro comparativo em duas listas:
Chico Xavier, Diálogos e Recordações... - Carlos Alberto Braga Costa
Vivências de um Espírito – Médium do Cristo
Nome
Local
Época
Nome
Época
 
 
 
Profeta Isaac
c. 1900 a.C.
Hatshepsut
Egito - Tebas
c. 1470 a.C.
Faraó Hatshepsut
c. 1.470 a.C.
Chams
Egito - Tânis
c. 800 a.C.
Faraó Chams
c. 800 a.C.
Sacerdotisa
Grécia/Atenas
c. 600 a.C.
 
 
 
Profeta Daniel
c. 622 a 550 a.C.
Platão
c. 428 a 348 a.C.
Druida Allan Kardec
c. 58 a 44 a.C.
Lucina
Itália - Roma
60 a.C.
 
 
Flávia Cornélia
Roma e Palestina
26 a 79 d.C.
 
 
 
 
 
João Evangelista
c. 10 a 103 d.C.
Lívia
Ciprus, Massília, Lugdnm, Neápolis
233 a 256 d.C.
 
 
 
Santo Antão
251 a 356
Um sacerdote
c. 440 a 530
Francisco de Assis
1182 a 1226
Lucrezja di
Colinna
Itália 
Século XIII
 
 
 
 
 
Jan Huss
1369 a 1415
Joana de
Castela
(a louca)
Espanha
1479 a 1555
 
 
 
 
 
Manuel de Paiva
1508 a 1584
Dama da
corte
França
1556
 
 
Joanne
d' Arencourt
França - Arras
Séc. XVIII/1789 Revolução Francesa
 
 
Dolores Del Sarte
Espanha - Barcelona
Séc. XIX
 
 
 
 
 
Hippolyte Léon Denizard Rivail
1804 a 1869
Chico Xavier
Brasil – Pedro Leopoldo
1910 a 2002
Chico Xavier
1910 a 2002


A obra de Carlos Alberto Braga é baseada nos relatos de Arnaldo Rocha, que, segundo ele nos informa, foi amigo e confidente de Chico Xavier. Uma publicação da União Espírita Mineira.

Observar que no quadro há sérios conflitos de datas.

Por outro lado, se, pela lista, Kardec foi João Evangelista e Platão, como então fica a assinatura de ambos em Prolegômenos de O Livro dos Espíritos?

Quanto ao fato de a coordenação dos Espíritos da codificação ter sido exercida por João Evangelista, isso, também, não procede, pois, conforme Kardec, quem exercia essa função era o Espírito de Verdade, fato que, ainda, se pode corroborar em uma das mensagens de Erasto.

Wilson Garcia, em Chico, você é Kardec?, apresenta uma entrevista publicada no “'Diário da Manhã”, de Goiânia, em 1998, na qual Chico negou ser Kardec.

Fora isso, podemos acrescentar aquilo que já dissemos anteriormente. Os que advogam a tese de que Chico foi Kardec têm a obrigação de provar que todas as vezes que Kardec manifestou-se em espírito, Chico estava dormindo ou numa condição tal que seu espírito pudesse desligar-se do corpo para se manifestar como Kardec. Inclusive porque ele esteve “assessorando” Léon Denis durante o período e 1926 a 1927, quando Léon escrevia a obra: O Gênio Céltico.

Quando Kardec ficou sabendo que o seu desencarne estava se aproximando, ele também teve a notícia de que voltaria para completar a sua missão. Comparando-se a forma de trabalho de ambos, Kardec e Chico, vemos que esse último apenas serviu de intermediário dos Espíritos, enquanto que o primeiro fez todo um trabalho de coordenação que, para isso, se utilizou de pesquisas e muita análise crítica, não colocando como ponto doutrinário senão aquilo que foi confirmado por vários Espíritos, por vários médiuns de localidades diferentes. Ora, nem mesmo as obras de André Luiz, que dizem completar a doutrina, passaram por tal controle. Com isso não queremos desmerecer essas obras, apenas estamos registrando o fato.

É lamentável que tudo isso venha acontecendo no Movimento Espírita, coisas que os detratores usam como arma contra o próprio Espiritismo.




(*) Publicado na Revista O Consolador - Ano 6 - N° 289 - 2 de Dezembro de 2012

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