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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

EUTANÁSIA, ALGUMAS REFLEXÕES


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Por Paula Span, The New York Times News Service/Syndicate

Um teste para a morte assistida

Um teste para a morte assistida
Armond e Dorothy Rudolph temiam um declínio lento e um sofrimento prolongado em sua terceira idade, o que fez com que se juntassem a uma organização que apoia o direito de terminar a vida quando a doença ou dor ficam grandes demais. Eles participaram de reuniões e rascunharam uma declaração antecipada de vontade rejeitando tratamento de suporte à vida no caso de enfermidades fatais e irreversíveis. Eles deram folhetos sobre o tema aos filhos e discutiram os planos com eles.
Porém, anos mais tarde, quando o casal finalmente decidiu desistir desta vida, tudo veio abaixo. Depois que os Rudolphs começaram a recusar a alimentação, o lar para terceira idade onde moravam em Albuquerque, Novo México, tentou despejá-los. Quando a família recusou, os gerentes ligaram para a emergência e tentaram transportar o casal idoso para um hospital.
Os Rudolphs deixaram o local e morreram numa casa alugada, cercados pelos filhos e cuidados por profissionais especializados em pacientes terminais.
Leia mais http://nytsyn.br.msn.com/cienciaetecnologia/um-teste-para-a-morte-assistida



O Professor Luiz Carlos Formiga, com enfoque espírita,
faz uma petição diferente, posicionando-se contrário
a eutanásia.

Eutanásia
Lembrando novamente Rogers e aqueles comportamentos, atitudes ou qualidades que considera fundamentais a quem quer que lide com o ser humano, com a finalidade de favorecer o seu crescimento, retomamos a aceitação incondicional.
Esta aceitação dispensa juízo de valores frente a tudo o que poderá ser colocado pelo indivíduo. O outro é o que é.
Espero que meus médicos aceitem a minha posição contra a eutanásia. Que aceitem o fato de que o paciente enquanto está morrendo, está vivendo. Precisa de ajuda para ampliar e valorizar o seu passado, uma vez que aparentemente o futuro é muito pequeno.
Sou contra, mesmo na doença em estado avançado, disseminada, com prognóstico severo, onde já se esgotou todo o arsenal terapêutico, cirurgia, radioterapia, quimioterapia, onde a equipe médica não tem mais nada a oferecer. Onde não há mais lucro. Onde há dor, aparente incurabilidade e inutilidade.
A eutanásia é, sempre e em qualquer hipótese, um homicídio. O "direito de matar" ou "de se fazer matar" não pode configurar-se diante de uma lógica ou de uma necessidade ético-jurídica, pois direito é aquilo que está cristalizado na tradição; nos costumes e no interesse social. Desse modo, não se pode falar em "direito de matar" ou em "direito de morrer", pois a racionalização e a humanização do direito tutelou e consagrou a vida como o mais valioso dos bens.
Difícil conciliar uma medicina que cura com uma medicina que mata. Ensinava Kant que a melhor maneira de se medir a licitude de uma ação era imaginá-la como regra geral. Caso se concluísse pela negativa, a ilicitude seria manifesta. Imagine-se a eutanásia legalizada e nas mãos de todos os interesses: políticos, religiosos, econômicos, eugênicos, entre outros.
Os que justificam a prática da eutanásia o fazem baseados na incurabilidade que é um dos conceitos mais movediços e duvidosos. No sofrimento, mas a dor é algo controlável e extremamente pessoal. Na inutilidade, que nestas condições, é mais uma concepção preconceituosa e consumista do que um meio científico de decisão.
Espero que meus médicos lembrem e aceitem que sou admirador de Kardec e de suas pesquisas. Gostaria de informá-los de que o mestre francês utilizou o método científico das ciências sócio-morais e descobriu que a morte do corpo não mata a vida.
"A vida eterna, é um conceito atraente mas fica na dependência de quem serão nossos vizinhos". Imortalidade é tradição popular, referida por grandes pensadores do passado (Sócrates, Platão, Aristóteles, etc); foi autenticada pela ciência, nas célebres materializações de espíritos, com Crookes. Para os religiosos é pertinente lembrar a enfática demonstração feita a Tomé e também a muitos outros pela conversa que Ele entreteceu com Elias e Moisés. Alias este último quando esteve legislando entre nós proibiu a comunicação com os espíritos dos mortos. Creio que se proíbe só o que é possível!
Uma importante escola psicológica é a de Jung. Em Memórias, Sonhos, Reflexões escreve: "Não é possível apresentar uma prova aceitável ao assunto da sobrevivência da alma, depois da morte; no entanto, existem acontecimentos que dão o que pensar..." Que acontecimentos fizeram Jung pensar?
Meus médicos deverão lembrar que sou reencarnacionista. Até hoje a única desvantagem que se encontrou para a reencarnação é que ela não conta tempo para a aposentadoria.
"Ninguém, se não nascer de novo, pode ver o reino de Deus". Difícil compreender o conceito naqueles tempos. Com Nicodemos Ele nivelou por cima mas mesmo ele que era doutor não entendeu. Difícil explicar a genialidade precoce ou quando crianças lembram que viveram antes e os fatos narrados são comprovados. A regressão de memória é dado complicador.
Lembro com os antropólogos franceses, "La Table, Le Livre et Les Esprits", 1990, que "o fenômeno espírita é hoje de extrema importância no Brasil e sua influência é constantemente crescente" (Reformador, 110 (1958):146, 1992).
Meus médicos deverão pensar neste fato e aceitar que eu tenha esta "nova visão da realidade ", mesmo que seja diferente da concepção de mundo do pensamento hegemônico. Ainda lembro que acaba de ser criado na Universidade de Brasília (UnB) o Núcleo de Estudos dos Fenômenos Paranormais, a exemplo do que acontece em países da Europa e América do Norte.
Hoje somos obrigados a acompanhar as experiências que trazem "evidências sugestivas" da imortalidade e da reencarnação para não sermos colocados no grupo dos indigentes culturais. Saúde também é informação, ou seja, consciência.

As religiões são reencarnacionistas. Até a Católica já o foi.
Em "Muitas vidas, muitos mestres", há o relato de uma experiência bem sucedida de uma senhora diante de um câncer, que se disseminara dos seios para os ossos e o fígado. O processo se arrastou por quatro anos e não foi possível retardá-lo através da quimioterapia. Neste mesmo período o doutor Weiss prosseguia com Catherine nas sessões de regressão de memória à outras vidas e resolveu dividir a experiência e as revelações obtidas com a paciente, que era sua sogra. Ela as aceitou querendo saber mais. Weiss deu-lhe diversos livros e também acompanhou-a num curso sobre cabala, os centenários textos místicos judaicos. "A reencarnação e os planos intermediários são os princípios básicos da literatura cabalística, mas os judeus modernos não têm consciência disto."
A sogra de Weiss sentiu-se fortalecida para atravessar o corredor da morte e a tristeza dos que ficaram foi mitigada por toda aquela experiência. O médico percebeu também que tinha aumentado sua capacidade de transmitir sentimentos de tranqüilidade, calma e esperança, em especial quando se tratava de morte, tristeza e aconselhamento.

Como ajustar as noções de imortalidade da alma e reencarnações à sua educação e às suas crenças?
Esta preocupação tinha feito o doutor Weiss reler o livro do curso de religiões comparadas, da Universidade de Colúmbia. Ele chega a conclusão que "havia de fato referências à reencarnação no Velho e no Novo Testamento. Em 325 d.C., o imperador romano Constantino, o Grande, e sua mãe, Helena, suprimiram as que estavam contidas no Novo Testamento. O segundo Concílio de Constantinopla, reunido em 553 d.C., validou este ato, declarando herético o conceito de reencarnação. Aparentemente, ele enfraqueceria o poder crescente da Igreja, dando aos homens tempo demais para buscarem a salvação. Mas as referências originais existiam, os primeiros padres da Igreja haviam aceitado a idéia. Os antigos gnósticos - Clemente de Alexandria, Orígenes, São Jerônimo e muitos outros - acreditavam ter vivido antes e que voltariam a viver."
É como negar o conceito de transversalidade trazido pela Análise Institucional. Há pelo menos duas formas radicais de negar a transversalidade. Uma, negando ativamente toda influência externa - são os paranóides. Outra, acreditando apenas no grupo em que se está engajado - são os depressivos. Nesta segunda forma as pessoas aceitam plenamente sua situação, sua posição e hierarquia de poder.
Paranóides e depressivos são grupos-objeto, porque se subjugam às normas sociais, não as colocando em questão, seja, isolando-se numa atitude belicosa e fanática, seja, neutralizando-se numa postura de alienação frente ao que ocorre em volta de si.
Já Sartre aplica ao grupo sua visão dialética da realidade e nele a alienação é a situação na qual o homem nasce matéria e com ela tende a se identificar, limitando o seu projeto de realização humana. Introduz o conceito de serialidade, situação onde os homens marcados pela inércia da alienação se tornam indiferentes uns aos outros.
Meus médicos deverão lembrar, portanto, que não sou materialista ou agnóstico.

Fonte:
O que espero de meus médicos: idéias para uma "Declaraçäo de Direitos do Paciente Terminal".
Publicado na REVISTA DE ENFERMAGEM da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=177889&indexSearch=ID

Na WEB http://www.iqm.unicamp.br/~formiga/neu/esperodemeusmedicos.pdf

Com o Título – “Somatização” no Jornal dos Espíritos
http://www.jornaldosespiritos.com/2007.3/col49.29.htm

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