A propósito da última reunião da Comissão Executiva do CEI realizada em Miami
RICARDO A. LEQUERICA
lequerica@ieee.org
Cartagena de Índias, Colômbia
Depois de assistir às belas reuniões em Miami-EUA, onde pudemos confraternizar e tomar algumas decisões, fiquei preocupado com alguns temas ali tratados, especialmente um deles, ao qual quero me referir, unicamente com o desejo de, humildemente, chamar a atenção sobre as dúvidas que temos no que se refere à resistência e ao progresso do Movimento Espírita Internacional.
Quando na reunião comentávamos sobre os perigos da introdução e o avanço, em alguns países, de outros movimentos espíritas com práticas não recomendáveis, eu me permiti sugerir o repasse da Parábola do Semeador e, posteriormente, comentamos sobre a necessidade de fortalecer o ensino da Doutrina Espírita nos Centros Espíritas. Nos países e movimentos onde impera a pureza da doutrina, esses outros movimentos não conseguiram penetrar.
Porém, minha reflexão vai mais além. Minha grande preocupação é com os movimentos onde os dirigentes, talvez por descuido ou por falta de aprofundamento nos conhecimentos de nossa Doutrina, ainda são vencidos pelas paixões do orgulho e, possivelmente, sejam objetos de sutis processos obsessivos.
Devemos levar em conta que nosso caráter temporal de dirigentes do Movimento Espírita não nos oferece proteção contra o ataque dos obsessores, muito pelo contrário, nos converte no objetivo preferido deles e principalmente quando as sombras, de forma organizada, têm a finalidade de impedir o avanço do Consolador.
Chamamos a atenção para a apresentação que o caro irmão Alírio de Cerqueira realizou recentemente em alguns Centros Espíritas da Colômbia: OBSESSÃO E MOVIMENTO ESPÍRITA, à qual recomendo assistir e estudar.
Nela se notam claramente as coincidências com as causas da debilidade doutrinária de alguns Centros Espíritas, a “pouca profundidade do estudo espírita, especialmente das obras de Kardec”, a “utilização da mediunidade para a autopromoção” e o uso de “literatura espírita superficial e falsos livros espíritas”.
Em algumas ocasiões o processo obsessivo se esconde debaixo de falsas interpretações de mensagens recebidas mediunicamente de Espíritos amplamente reconhecidos pelo Movimento. A mensagem pode ser correta, porém, sua interpretação é errônea. Lembremos que os Espíritos Superiores não nos dão ordens, apenas sugerem o caminho.
Nossos dirigentes devem ter clara e firme convicção de que seguimos apenas a Kardec, do contrário, não seguimos o Espiritismo, estaremos fascinados com algumas ideias espiritualistas, porém, não seremos profundamente Espiritistas!!!
Creio que este é um chamado para que realizemos uma autoanálise em cada Centro, em cada Federação, em cada País e em especial individualmente para verificar se realmente estamos cuidando da semente e semeando adequadamente no sulco da terra preparada e adubada. Estamos evitando a erva daninha? Estamos espantando os pássaros?
Por favor, voltemos também a ler o Capítulo XVIII do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, “Porque Muitos são os Chamados e Poucos os Escolhidos”. Para mim, pessoalmente, me chamou muito a atenção a mensagem de Um Espírito Amigo, contido no número 15 do mesmo capítulo.
Caros irmãos, hoje mais do que nunca temos todas as condições e ferramentas para ajudar a construir o caminho para um mundo melhor, onde reine a paz, o amor e a harmonia. Temos uma organização, temos a informação, temos o método (ESDE) e temos a ajuda do plano superior, só nos falta um pouco mais de trabalho e esforço para ter a caridade para com aqueles que ainda se encontram na escuridão. Resta-nos dizer também que temos sobre nossos ombros a responsabilidade de servir humildemente à Doutrina que nos levará ao caminho da Luz e do Amor.
A maior caridade é a difusão da Doutrina Espírita!
Ricardo Lequerica, engenheiro e empresário, é membro do Conselho Espírita Internacional (CEI).
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home