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domingo, 28 de junho de 2015

Parábola do Joio e do Trigo (Mateus, 13:24-30)

Arnaldo Rocha
O reino dos céus...
Ele assim lhes respondeu:
Disse Jesus docemente:
- Foi certamente um inimigo
- É semelhante a um homem
Que semeou este joio
Que semeou boa semente;
No meio do meu trigo.


Mas, enquanto seus servos
Os servos prosseguiram:
Dormiam despreocupadamente,
- Queres, senhor, então,
Alguém veio ao seu campo
Que arranquemos o joio
E agiu maldosamente;
Plantado neste chão?


Semeou grãos de joio
- Não. – Respondeu ele –
Em meio aos grãos de trigo
Para que não aconteça
E retirou-se sorrateiramente
Que, arrancando o joio,
Como só faria um inimigo.
O trigo também desapareça.


Quando a erva cresceu
Deixai que cresçam juntos
E o trigal frutificou,
Até a época de ceifar,
Apareceu, enfim , o joio
E, no final, direi aos ceifeiros
Que seus frutos também deitou.
Quando esta ocasião chegar:


Os servos deste senhor,
Arrancai primeiro o joio
Observando o que sucedera,
E em feixes seja atado;
Perguntaram-no na ocasião
Depois de tudo isso,
Como aquilo acontecera:
Levai-o para ser queimado.


- Amo, se semeaste
O trigo será por fim
No teu campo boa semente,
Colhido por derradeiro;
De onde, pois, veio o joio
Que ele seja empilhado
Que cresceu tão de repente?
E guardado no meu celeiro.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Check-in

Luiz Carlos Formiga


Há sempre um planejamento, tanto do passageiro quanto da companhia aérea. Toda aeronave para realizar sua trajetória deve estar de posse de documento técnico e oficial chamado plano de voo. Há o cálculo do consumo de combustível e a concordância do plano, com o controle do tráfego aéreo, o que minimiza a possibilidade de acidentes.
Enquanto passageiros, devemos chegar "bem antes" do horário do embarque. Teremos que conferir a reserva, bilhete, assento, número de volumes que serão despachados, pesagem e colocação de etiquetas. A bagagem de mão também deverá ser identificada.
Com a evolução, procedimentos se aperfeiçoam. Hoje, temos totens, que funcionam com tela trouch e foram criados para o autoatendimento. O objetivo é facilitar e tornar rápido o processo de embarque, pois já podem ser utilizados por passageiros das diferentes empresas. Totens permitem a impressão de bilhetes e etiqueta de identificação da bagagem.
Como humanidade, fizemos progressos. Muitos reencarnaram depois da descoberta da penicilina, da estreptomicina e da fralda descartável. Como deve ser hoje o check-in nos momentos que antecedem o embarque no aeroporto da reencarnação?
Vocês lembram como eram os primeiros aeroportos e como pensavam os passageiros daquela época? Como era feito o controle do “tráfego aéreo”e como é hoje?
Nessa fase de regeneração do planeta, muitos compradores de passagens estão tendo seus cartões de crédito recusados por causa dos limites das possibilidades e do mérito.
Recordemos, com o capítulo I do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Deus enviou Moisés e profetas para tornar-se conhecido dos hebreus, povo instrumento, e dos povos pagãos. As vicissitudes porque passaram os hebreus foi para chamar a atenção geral e fazer cair o véu que ocultava a divindade.  Embora adiantados em artes e ciências, não teriam compreendido que se pode reencarnar; adorar a Deus sem a necessidade de perseguições e extermínios e nem que se deve perdoar um inimigo.
 A moral era apropriada ao seu estado “meio”selvagem, em relação à inteligência espiritual, ao aperfeiçoamento da alma, espírito reencarnado. Não se teriam convertido sob o império de uma religião inteiramente espiritual. Era-lhes necessária uma representação semimaterial, qual a que apresentava então a religião hebraica.
Os 10 mandamentos contêm o gérmen da mais ampla moral cristã. Mesmo mal compreendidos não deixaram de ser como um farol a clarear a estrada ética que a Humanidade deveria percorrer.
O Cristo foi o iniciador da moral evangélico-cristã e Kardec o da ética espírita, trazendo explícita a reencarnação, conjugada à Lei, educativa, de Causa e Efeito. Renovará o mundo e irmanará os homens. Fará brotar assim a caridade e o amor do próximo, estabelecendo uma solidariedade comum. Surge assim uma moral que transformará a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores. A lei do progresso está se cumprindo e o Espiritismo é a alavanca de que Deus se utiliza para fazer avançar a Humanidade.
Novas ideias se desenvolverão e seguirão a mesma rota das precursoras ideias de liberdade. Haverá lutas, abalos e discussões, a fim de que atraiam a atenção das massas, para atingirem a maturidade. Uma vez alcançado esse objetivo, a beleza e a santidade da moral tocarão os espíritos, que então abraçarão uma ciência que lhes dá a chave da vida futura e descerra as portas da felicidade eterna. Moisés abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá. Kardec deixou uma síntese: “nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.”
Aqui é um paciente com fantasias suicidas, que recordou uma vida pregressa. Acolá, outro lembrando que numa vida anterior, reencarnado como mulher, foi obrigada a casar-se com um homem que detestava. Este, agora reencarnado como homem, relembrou a tentativa de suicídio, quando se surpreendeu grávida. No parto, há mais 150 anos, houve grave hemorragia, só se poderia salvar a mãe ou a criança. Ela deu ordem ao médico para que fosse sacrificada, pois detestava viver. Morreu amaldiçoando a família e a vida, num terrível sofrimento físico e mental. Fora do corpo, viu-se flutuando no ambiente, tentando contatar pessoas. “Foi horrível!”
No estado atual das coisas, há uma boa razão para se supor que a hipótese da reencarnação seja a melhor explicação para diversos casos documentados pelo Prof. Stevenson.
No livro Xenoglossy, o médico pesquisador, Stevenson relata o caso Lydia Johnson, de xenoglossia responsiva. A pessoa é capaz de responder numa língua que não lhe foi previamente ensinada, revelando capacidade de compreender a língua falada. Nesse caso, durante a regressão de memória, ela começou a falar e linguistas suecos traduziam as declarações feitas pela nova personalidade, que se referia como "Jensen Jacoby". “Ele” falou em sueco medieval, língua estranha para Lydia. Perguntas foram feitas em sueco e respostas foram dadas em sueco do século XVI.
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei.” Kardequizar é tornar explícita a reencarnação, uma verdade axiomática. Ela é a única Filosofia que poderá enfrentar o Materialismo, por isso tanta resistência “religiosa” e “política”.
Hoje sabemos que libertos do corpo, pelo mecanismo da desencarnação, passamos por uma fase onde atualizamos a consciência, com fatos de outras reencarnações e reestudamos procedimentos. No plano espiritual, o estado do espírito é caracterizado pela consciência, desperta, lúcida ou não, pelo crédito moral, representado pelo “bônus hora” e pela densidade do corpo sutil do espírito. Esta densidade está se modificando a todo momento, pelos pensamentos, palavras, atos e intenções.
Depois de “cair em si” o espírito passa a planejar uma nova encarnação, elaborada dentro dos limites das possibilidades, méritos e das Leis das probabilidades. Como deve ser o check-in antes do embarque para voltar à vida, na carne, na Terra? Lembram?
Um funcionário do Ministério da Reencarnação no aeroporto, uniformizado de espírito protetor, nos ajuda a fazer a recapitulação do “plano de voo”, mais ou menos assim:

Senhor passageiro. Tua mente já possui, nas criptas da memória, recursos enciclopédicos da cultura de todos os grandes centros do Planeta. Teu perispírito já se revestiu com porções da matéria de todos os continentes. Tuas irradiações, através das roupas que te serviram, já marcaram todos os salões da aristocracia e todos os círculos de penúria do plano terrestre.
Tua figura já integrou os quadros do poder e da subalternidade em todas as nações. Tuas energias genésicas e afetivas já plasmaram corpos na configuração morfológica de todas as raças. Teus sentidos já foram arrebatados ao torvelinho de todas as diversões
 Tua voz já expressou o bem e o mal em todos os idiomas. Teu coração já pulsou ao ritmo de todas as paixões. Teus olhos já se deslumbraram diante de todos os espetáculos conhecidos, das trevas do horrível às magnificências do belo.
Teus ouvidos já registraram todos os tipos de sons e linguagens existentes no mundo. Teus pulmões já respiraram o ar de todos os climas. Teu paladar já se banqueteou abusivamente nos acepipes de todos os povos.
Tuas mãos já retiveram e dissiparam fortunas, constituídas por todos os padrões da moeda humana. Tua pele, em cores diversas, já foi beijada pelo Sol de todas as latitudes. Tua emoção já passou por todos os transes possíveis de renascimentos e mortes.
Senhor Passageiro, não te permitas impressionar apenas com os holocaustos, com as alterações que convulsionam hoje todas as frentes de trabalho e descobrimentos na Terra. Olha para dentro de ti mesmo e mentaliza o futuro.
 O teu corpo físico define a atualidade do teu corpo espiritual. Já viveste vidas incontáveis e trazes, no bojo do espírito, as conquistas alcançadas em longo percurso de experiências na ronda de milênios Eis porque o Espiritismo te pergunta:
Você vai continuar repetindo o que já foste e o que fizeste?(*)

No Código Penal brasileiro encontramos o artigo 63. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Reincidência prejudica a densidade do espírito.
No plano espiritual, dependendo de nossa densidade, podemos volitar. No entanto, aeronave em reparo não tem plano de voo e fica numa oficina do planeta azul. Sem cometer o crime grave do suicídio, não podemos abortar o voo da reencarnação.
Depois de Moisés, Jesus e Kardec, que desculpa poderá justificar a repetição dos mesmos erros?
Aperte o cinto. Leia as instruções disponíveis no compartimento a sua frente.
Boa Viagem! Mas, “cuidado com o orgulho”. “Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco afinal”.(**) Respeite os pobres e não cultive preconceito racial
Durante o processo da reencarnação você vai esquecer o passado, mas de algum modo vai lembrar.
“A bruxa é cega, esbarra na gente, o enfarte pega e acaba essa banca”.
“Pra que tanto orgulho, doutor?”
Todo mundo fica igual, quando a reencarnação “termina com terra por cima e  na horizontal.  Billy Blanco.

(*) O Espírito da Verdade
(**) Billy Blanco.


segunda-feira, 22 de junho de 2015

É PELA “EDUCAÇÃO”, MAIS DO QUE PELA “INSTRUÇÃO” (Jorge Hessen)

Jorge Hessen

Algumas propostas sócio pedagógicas atuais são elogiáveis para instruir e formar o homem, entretanto "é pela educação, mais do que pela instrução, que se transformará a humanidade". [1] Para o notável Allan Kardec, “há um elemento que não se ponderou bastante, e sem o qual a ciência econômica não passa de teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a moral, e nem ainda a educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar o caráter, aquela que cria os hábitos adquiridos”. [2]

O que identificamos de forma generalizada é o absoluto distanciamento dos pais contemporâneos ao nível de educação dos filhos nesse sentido. De regra, transferem suas responsabilidades para as escolas ou para o Estado, enquanto eles, os pais, é que tinham que ensinar aos filhos se isso ou aquilo é acertado para eles. Sobretudo “os pais espiritistas devem compreender essa característica de suas obrigações sagradas, entendendo que o lar não se fez para a contemplação egoística da espécie, mas sim para santuário onde, por vezes, se exige a renúncia e o sacrifício de uma existência inteira.”[3]

Para Viviane Senna, coordenadora do Instituto Ayrton Senna (IAS), que vem organizando programas de reforço escolar , capacitação de professores, “numa escola não dá para continuar com um sistema retrógrado em que o professor é o detentor do conhecimento e o aluno um arquivo em que esse conteúdo deve ser "depositado". Segundo Viviane, o aluno não pode apenas decorar conceitos, precisa desenvolver um pensamento crítico e um raciocínio lógico aguçado, desenvolver sua capacidade de inovar, ser criativo e flexível e de resolver problemas.[4]

A fase infantil, em sua primeira etapa, é a mais importante para a educação, e não podemos relaxar na orientação dos filhos, nas grandes revelações da vida. Sob nenhuma hipótese, essa primeira etapa reencarnatória deve ser enfrentada com insensibilidade. Até aproximadamente os sete anos de idade é o período infantil mais acessível às impressões que recebe dos pais, razão pela qual não podemos esquecer nosso dever de orientar os filhos quanto aos conteúdos morais. [5]

Numa análise espírita da questão cremos que a escola (pública ou particular – espírita ou não) deve formar um homem novo e precisa ser uma escola inteiramente inovadora, rompendo com o modelo do século XIX do sistema vigente, pois a educação tradicional, conforme aferimos, já não atende às necessidades da atual geração. A escola deve incentivar a participação, a interação, o diálogo, o debate livre, o estudo em grupo e abolir todas as formas de repressão.

A rede de escolas charter KIPP (Knowlegde is Power Program), nos Estados Unidos, tem como meta levar seus alunos (quase 90% oriundos de famílias pobres) até a universidade. A proposta consubstancia-se em diversas atividades visando despertar entusiasmo, perseverança, autocontrole, gratidão, otimismo, inteligência social e curiosidade em seus alunos. Uma de suas unidades, localizada no Harlem, em Nova York, extrapolou e criou uma inusitada aula de “CARÁTER”. Nesse sentido a escola investiu no ensino de habilidades como comunicação, resiliência e determinação. A proposta é para fazer conexões com a ciência e explicar como o cérebro funciona, através de técnicas de meditação, concentração e yoga. [6]

Os pais são responsáveis pelo desenvolvimento dos valores dos filhos e não devem apostar somente na escola para exercer essa tarefa. Um pai legítimo é aquele que cultiva em casa a cidadania familiar. Ou seja, ninguém em casa pode fazer aquilo que não se pode fazer na sociedade. É preciso impor a obrigação de que o filho faça isso, assim, cria-se a noção de que ele tem que participar da vida comunitária. Não há dúvida, que ante as balizas do bom senso e moderação os pais precisam educar estabelecendo limites. Porém essa exigência é muito mais acompanhar os limites, daquilo que o filho é capaz de fazer. 

Uma legítima educação é aquela em que os poderes espirituais regem a vida social. Antigamente, a pureza das crianças era uma realidade mensurável. Sua perspectiva não ultrapassava os simples livros didáticos, um único humilde caderno e brinquedos baratos. Para repreendê-las e educá-las, às vezes, bastava um olhar firme dos pais. Porém, aquele imaginário infantil, de quietude e sonho ingênuo, desmoronou sob o impacto da era do sensualismo, da violência, do materialismo.

Estejamos atentos à verdade de que educar não se resume apenas a providências de abrigo e alimentação do corpo perecível. A educação, por definição, constitui-se na base da formação de uma sociedade saudável. A tarefa que nos cumpre realizar é a da educação das crianças pelo exemplo de total dignificação moral sob as bênçãos de Deus. Nesse sentido, os postulados Espíritas são antídotos contra todos os venenosos ardis humanos, posto que aqueles que os conhecem têm consciência de que não poderão se eximir das suas responsabilidades sociais, sabendo que o futuro é uma decorrência do presente. Destarte, é urgente identificarmos no coração infantil o esboço da futura geração saudável.

Referências bibliográficas:

[1] Kardec ,Allan. Obras Póstumas, Rio de Janeiro: Ed. FEB 1980, página 384.
[2] ______ Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB 2000, questão 685-A:
[3] XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, Perg. 113
[5] XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995, perg. 113
[6] Disponível em http://www.mundosustentavel.com.br/2014/06/escola-nos-eua-inclui-aula-de-carater-no-curriculo/ acesso em 14/08/2014

sexta-feira, 19 de junho de 2015

“FBI VERSUS FIFA” – PENSANDO UM PAÍS SOB A DEGENERAÇÃO DA ÉTICA (Jorge Hessen)

Jorge Hessen


O deslumbre pelo esporte em quase todo o planeta, com muitos milhões de pessoas de todas as idades procurando dominar uma bola com os pés, potencializou globalmente um dos estupendos fenômenos da Terra, o tal futebol. Sua prática pode ser resumida pelo culminante evento: a “Copa do Mundo” realizada a cada 4 anos pela Fifa, uma organização internacional com mais países integrantes do que a ONU.

Em maio de 2006, o repórter investigativo britânico Andrew Jennings, autor do livro intitulado Foul! The Secret World of FIFA: Bribes, Vote-Rigging and Ticket Scandals, causou polêmica dentro do universo futebolístico ao denunciar as falcatruas da instituição que envolvia a venda de contratos, revelando ainda como alguns altos funcionários do futebol foram forçados a reembolsar as propinas que haviam recebido no passado. Os evangelistas registraram cada qual à sua maneira o seguinte: “pois nada há secreto que não haja de ser descoberto, nem nada oculto que não haja de ser conhecido e de aparecer publicamente”. [1]

Não ignoramos que a corrupção, ou seja, o pagamento de propina para conseguir vantagens, quer sejam de ordem financeira ou tráfico de influência, arruína a aquisição do bem coletivo, pois muitos são lesados para que poucos obtenham espúrios proveitos. No século XX, muito foi escrito denunciando os crimes que envolvem o mundo dos esportes. “Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha”. [2]

Recentemente o FBI mostrou concretamente a abominável putrefação moral que se instalou na entidade máxima do futebol mundial. A mídia divulgou a prisão de sete cartolas ligados à Fifa (em Zurique) por acusação de corrupção envolvendo acordos de marketing, venda de direitos de transmissão de eventos e escolha das sedes da Copa do Mundo. Outros sete foram indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em lista que reúne presidentes de federações e confederações, além de empresários.

Paradoxalmente a Fifa é uma organização sem fins lucrativos. No entanto, mantém uma grande reserva de dinheiro, que contabilizava mais de US$ 1,5 bilhão em 2014 – baseada na Suíça, onde é isenta de impostos. A Copa do Mundo 2014 no Brasil rendeu US$ 4,8 bilhões (R$ 15 bilhões) em quatro anos – o evento gerou um lucro de mais de US$ 2 bilhões para a Fifa. Direitos de transmissão pela TV são uma das principais fontes de renda da entidade. O lucro da Fifa é maior, na média do ciclo de quatro anos, do que o PIB de diversos países membros da organização, como a Guiné-Bissau e as Seicheles. 

Há mais de dez anos, na cidade mexicana de Mérida, mais de 110 países assinaram a Convenção Nações Unidas contra a Corrupção. [3] O referido acordo prevê a cooperação para a recuperação de somas de dinheiro desviado dos países e a criminalização do suborno, lavagem de dinheiro e outros atos de corrupção. Infelizmente não é só na Fifa que prolifera a desonestidade. É com pesar que vemos no Brasil a improbidade, a falcatrua, a propina com o status de “normalidade”. Na suposta pátria do “Evangelho” se observa a crise que desafia o otimismo de cartolas [4], políticos e eleitores. Estamos assistindo a uma enxurrada de denúncias, que vão desde o chamado caixa 2 de campanha política, até a compra de votos para aprovar projetos importantes na área governamental. 

Nos noticiários descobrimos que os governantes brasileiros não conseguem viver longe da corrupção, ela está institucionalizada. O noticiário político é um oceano de lodo; na área econômica, irrompem golpes dos mais variados tipos, com prejuízos globais em cifras de bilhões de reais. A desonestidade fincou raízes e chegou ao seu cume ante os comportamentos maquiavélicos na administração do Estado. Os nossos governantes, ao defenderem a falácia de que os fins são justificados pelos ilegítimos meios, têm contaminado a coletividade, pois a sociedade se espelha e justifica seus vícios morais nas tramoias dos governantes.

Diante da constrangedora deterioração da ética, da malversação do dinheiro público, do absoluto aparelhamento de todas instâncias (tribunais de justiça e câmaras legislativas), com enfoque na sustentação da impunidade, brotou no cenário brasileiro uma espécie de escárnio do povo, ganhando espaços preciosos o acovardamento e a omissão generalizada. Estamos atravessando o apogeu de um ciclo desmoralizante que a tudo e a todos tem atingido com a alienação emocional de uma sociedade indolente e visivelmente doente. 

Porém nem tudo está perdido nestas área tupiniquins. Há exemplos de cidadãos brasileiros que não se envergonham de trabalhar em patamares de honradez e honestidade. Pessoas simples do povo, que ao acharem objetos perdidos como celulares, carteiras, bolsas, cheques devolvem aos seus legítimos donos quando poderiam valer-se do famigerado “achado não é roubado” e “tirar vantagem”, mas não o fazem; Gente simples que devolve altas quantias em dinheiro encontradas em pastas, bolsas ou caixas aos donos ou às autoridades. 

Os filhos desta abençoada Pátria não podem se ajoelhar diante da putrefação moral e da corrupção que sangra o suposto coração da suposta nação do Evangelho. Urge orar, exorar a Jesus pedindo-lhe que interceda a favor dos bons cidadãos de hoje e das futuras gerações de brasileirinhos. [5]

Notas e referências bibliográficas:

[1] Lc.12:2, Mt.10:26. Mc.4:22,Lc.8:.Jo.7:4
[2] Mt 18:7
[3] Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, adotada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em 31 de outubro de 2003 foi assinada pelo Brasil em 9 de dezembro de 2003
[4] Diretores de clubes esportivos
[5] Hessen, Jorge. Artigo publicado em http://aluznamente.com.br/exaltemos-a-brasilidade-verde-amarela-na-patria-do-evangelho/

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Ciência, Mulheres e Aborto

Luiz Carlos Formiga

Orientei doutorado de duas médicas na Dermatologia e Doenças Infecciosas e de uma biomédica na Microbiologia Médica. Por que estou falando do feminino? Para reafirmar que o que vale é competência. (1)

A Professora Marisa, Doutora em Ciência Política da Universidade de Brasília, comenta o discurso de um britânico, Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia que o levou a renunciar ao cargo de pesquisador universitário, encerrando a carreira prematuramente.

Essa declaração causou uma reação bem-humorada e irônica, na internet. A Dra Marisa destacou da WEB frases:  “fiz um transplante de fígado sem chorar, estou tão orgulhosa!”. “Permaneci sexy, depois de todo um dia de culturas de células”. 

Dra Marisa comenta que “apesar dos inegáveis avanços na promoção da igualdade de gênero, sabemos que a participação de mulheres no campo da ciência continua sendo minoritária.”

No Brasil não é diferente. Ela enfatiza a importância  do  “Programa Internacional Para Mulheres na Ciência (L´Oreal-UNESCO), que desde 1998 concede bolsas e dá prêmios a mulheres cientistas (inclusive no Brasil),para ajudar a reverter essa situação de desigualdade.”(2)

As mulheres enfrentam outras dificuldades. O aborto é uma delas.

Em um debate entre duas candidatas a cargo eletivo surgiram argumentos contra e a favor do aborto. Uma delas já havia enfrentado um aborto espontâneo. Não eram religiosas, mas tinham fé no niilismo, onde não existe vida após a morte. Essa tese é defendida sem apoio científico.  Ninguém provou que não existe vida depois da morte.

Uma diz que o aborto é um direito e que a mulher pode recusar ter esse filho, pois seu corpo lhe pertence. O contra argumento foi que, desta forma, o direito de um implica na morte do outro e que não podemos nos atribuir a decisão de matar. Assim, isso se torna apenas uma questão de poder, acumpliciado a uma licença ética. É exatamente o que se dá com o político, que leva o povo à guerra; com o terrorista, com o torturador.

Poder e ausência de ética, associados, produzem perdas e danos, como o roubo, a censura, o sequestro. O aborto não é um direito, é uma possibilidade, decorrente do poder e da anestesia da consciência.

A primeira debatedora retorna à luta, dizendo que a legislação do aborto é obsoleta, não dando à mulher a autonomia sobre seu corpo e que é preciso entrar na modernidade. Apresentando outro raciocínio, a segunda pergunta se não seria o caso de ampliar a informação sobre anticoncepção. Usar do direito de não engravidar. E, arremata lembrando que a eficiência dos anticonceptivos é próxima de 100%.

A primeira ironiza dizendo que um dia a casa cai e ela aparecerá grávida.

Da ponta da língua vem a réplica. Mas a culpa é do bebê? O óvulo é seu, o útero, também, mas o ovo fertilizado é outra pessoa!

O leitor acha que seria melhor investir numa estrutura adequada para gerar filhos, investindo em creches e oferecendo  orientação sobre contracepção? O país já possui os sistemas de comunicação bem desenvolvidos é só questão de vontade política. Não podemos colocar o aborto na lei e a consciência fora dela. (1)

Através dos argumentos, podemos inferir que uma delas está mais avançada do que a outra no domínio da inteligência espiritual (QS). Quando desencarnar estará próxima da felicidade no Mundo Maior.

O Espírito Emmanuel diz que “O alimento do coração, para ser efetivo na vida eterna, há de basear-se nas realidades simples do caminho evolutivo. As sensações empolgantes da zona fenomênica se tornam inúteis ao espírito, quando este não possui recursos interiores suficientes para compreender as finalidades.”(3)

Quando Joanna de ângelis oferece a sua visão sobre o assunto relaciona fetos anencéfalos ao suicídio. (4) Qual será o comprometimento espiritual desta gestante, com esse reencarnante? Escreve Deus por linhas aparentemente tortas?

          A ideologia de gênero que o governo quer ver implantada nos planos municipais e estaduais de educação, até o fim de junho do corrente, não é mais uma política para a aprovação do aborto no Brasil? Alberto R.S. Monteiro não tem dúvida. (5)


Leitura eventual.


1. Eleição, mulheres e voto consciente
Rev. Internacional de Espiritismo, LXXV (5): 349-351, 2000.
http://www.aeradoespirito.net/ArtigosLCF/ELEICAO-MULHERES_E_VOTO_CONSCIENTE_LCF.html

2. Mulheres, sexo e ciência.
http://noblat.oglobo.globo.com/artigos/noticia/2015/06/mulheres-sexo-e-ciencia.html

3. Livro Pão Nosso. “Nutrição Espiritual”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier – FEB.
http://www.acasadoespiritismo.com.br/livrosespiritas/PAO
%20NOSSO/134.htm

4. Anencefalia - psicografia de Divaldo Franco por Joanna de Angelis
http://www.redeamigoespirita.com.br/group/temas-espiritas/forum/topics/anencefalia

5. Governo quer impor ideologia de gênero nas escolas.
http://www.diariodoestadoms.com.br/noticia/2874,Governo

+quer+impor+ideologia++de+genero+nas+escolas

terça-feira, 16 de junho de 2015

Viver é inventar a vida.Uma visão revista e ampliada

Jane Maiolo(*)
Jales/São Paulo

"Caindo em si, ele disse: ‘Quantos empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu aqui, morrendo de fome! Lucas 15:17

Os paradigmas sempre existiram e sempre hão de existir.Buscando uma definição precisa recorremos ao aurélio que diz: – paradigma é modelo, padrão. Conjunto de crenças e conceitos, muitas vezes de natureza inconsciente, em que se baseiam as atitudes e os comportamentos de um grupo social.
Um dos mais antigos paradigmas que fora quebrado ao longo da história, foi em relação ao mundo plano que vivíamos e que  nos elegemos o centro do universo.Pobre, ledo e presunçoso engano.
Nicolau Copérnico,astrônomo e matemático polonês, foi um  homem corajoso e audacioso de sua época, que não teve medo de perder sua cabeça e se expôs de tal maneira que modificou , com sua descoberta, toda a filosofia, religião,astronomia, matemática , literatura, enfim toda a estrutura do pensamento universal ao declarar seus estudos sobre o heliocentrismo.
Não muito tempo se passou outros paradigmas foram quebrados e não vivemos  mais em um mundo sólido, como afirmavam os físicos modernos. Vivemos  em um mundo composto por  átomos, moléculas, elementos e compostos ,partículas que se dividem e se transformam a todo o instante.
A solidez do nosso mundo desapareceu . Surge então na nossa mente , a necessidade de conceituar o homem moderno. Um ser esquisito, neurótico, consumista, ansioso, insatisfeito, inconcluído e  por vezes feliz.
Não é de estranhar que nossa sociedade seja tão confusa, nossos conceitos, nossos valores mudam alternadamente e ora somos bons ora somos maus.Ora somos felizes, ora somos tristes.Somos todos tão pródigos.
Acredito que as mudanças sejam positivas, mas há de se achar um caminho para  o homem moderno se situar e retornar para a segurança da Casa do Pai.
As relações humanas tendem-se a  estreitar para que a sociedade  possa ser mais justa e solidária. O binômio sociedade e solidariedade deverão ser compatíveis.
Garimpar as riquezas do ser humano é buscar material sólido para nos ancorar em um mundo complexo e inconstante como o nosso. Isso é fundamental para a nossa existência enquanto coletividade.
Espero que esse Ser incrível, incansável e lutador que é o Ser humano deva surgir nas civilizações futuras .
O sofrimento e medo advindos de nossas buscas constantes não servirão como instrumentos para nossa evolução, ao contrário disso, nos deixarão mais irritados, desesperançosos e até mesmo revoltados, pois quase sempre não aceitamos as dificuldades que muitas vezes passamos.
O que nós seres humanos estamos querendo desse mundo?
Quais as reais necessidades da nossa busca?
Quais as saídas viáveis que temos para conviver em tão  avassaladora sociedade?
A neurose é crescente, o sofrimento é explícito, ai de nós pobres mortais que ainda não conseguimos agir sobre os mais profundos paradigmas do nosso ser!
A hora é chegada, é preciso encarar os fatos, as perturbações que envolvem o nosso ser e buscar o equilíbrio entre o consciente e o inconsciente.
Quebrar paradigmas, buscar soluções alternativas para viver melhor, creio seja a única saída do homem moderno.
Quando se chega aos 30 descobre-se porque a atividade física é importante e não apenas estética , aos 40 percebe-se  a magnitude da vida, aos 50 apesar de tudo, a vida pode ser bela e daí por diante, seja o Deus quiser.
O homem moderno nunca esteve tão doente e não culpem mais Adão e Eva por nossas reais desgraças. Isso já não nos cabe mais.
Os sufixos ose , ite, ismo nunca tiveram tanto em voga .
Adoecemos muitas vezes por falta de “senso de vida saudável”. O excesso de trabalho, o mundo cruelmente competitivo, o consumismo insano e outras neuras faz de nós os sofredores do momento.Nunca estivemos tão  distantes de Deus.
A religiosidade precisa ser regatada , vivenciada e sentida.Reconhecer nossa fragilidade enquanto criaturas pode ser o indício desse retorno a “Casa Paterna”.
É necessário ensinar o homem moderno a desvendar-se, a conhecer-se, pois em toda a parte a crise é inquietante, o mal- estar ronda as mais variadas classes sociais e nos sentimos acuados diante de um mundo criado e conceituado por nós mesmos.
Para melhorar a condição de vida é preciso agir sobre a inteligência e consciência pois somente nós poderemos traçar destinos gloriosos. Devemos ser seres viventes , jamais sobreviventes.
É imperioso que comecemos a trabalhar por nós, quebrando velhos paradigmas, reavaliando nossos conceitos, atribuindo valores positivos a nossa vida. Resta-nos apenas conquistar a nos mesmos, desvendar os segredos guardados n`alma para que o futuro nos reserve apenas satisfações.Talvez seja momento de reconhecermos filhos de Deus e usufruir dessa herança divina de maneira consciente.
Faze o teu  melhor hoje. Trabalhe por ti, assim tua tarefa é fazer-te conscientemente feliz. Talvez ainda ouviremos: “Vamos fazer uma festa e comemorar.
Pois este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado’. E começaram a festejar.”

Evangelho de Lucas 15:23

*Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita- Jornal O rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP -Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. janemaiolo@bol.com.br -

Nos arcabouços da misericórdia e do sacrifício

Jane Maiolo(*)
Jales-São Paulo


Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.” (João 12:35)


A palavra misericórdia tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). "Ter compaixão do coração", significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as outras pessoas , ou seja, sentir a miséria do outro no próprio coração.
Não resta dúvida que a  evolução da espécie humana, no tempo e no espaço, sempre foi um misto entre a sombra e a luz . Horas andamos nas luzes e horas percorremos em  trevas. Andar e percorrer não é possuir.
Desse processo antagônico ,entre luz e sombra, resultará a edificação do reino de Deus em nós. Somos compelidos , muitas vezes, a julgamentos e condenações imprecisos , precipitados e descaridosos, típicos de espíritos imaturos e infantis. Espíritos em evolução que temporariamente esquecem como agem a dor e as imperfeições, frutos do livre arbítrio, assim nos afastando, num instante de rebeldia, das luzes que tanto almejamos. “Misericórdia quero, e não sacrifícios” [1] e as palavras D’Ele ecoam no tempo!
O ato de julgar o outro é marca de espíritos pouco evoluídos e nada sensíveis aos processos de burilamento do Ser Imortal, esquecido das advertências do Cristo: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” [2]
Atentemos para a recomendação do Cristo : “Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.”[3]
A Justiça Divina chama a todos para a reabilitação diante das Leis de amor e pela Divina Misericórdia somos beneficiados por essas mesmas Leis, tendo oportunidades valorosas de ajustamentos éticos, morais e espirituais , por isso a benção da reencarnação. Se pudéssemos explicar de maneira mais fácil a dádiva da reencarnação descreveríamos ouvir a voz de Deus dizendo: “ Vai Filho, vive mais um dia para acertar as pendências que ficaram no ontem!”
O trabalho incessante no bem é recurso dos mais preciosos para a iluminação de nós mesmos. Aproveitar as benções do tempo, da saúde e a oportunidade de serviço é buscar andar na luz enquanto temos luz e diminuir a ação das trevas que ainda há em nós. O anular das trevas é o afastar-nos  das más inclinações, dos desejos caprichosos e das tendências punitivas e excludentes, radicadas no arcabouço da nossa individualidade sob os açoites das  emoções.
A luz trazida pela Mensagem Imortal do Amor é sinal  extremo da  Misericórdia Divina que aguarda  possamos retribuir o amor com gestos de amor.
Sentir as misérias do outro no próprio coração é buscar recursos divinos em nós e espalhar as sementes pequeninas da misericórdia nos corações ressequidos pela dor e sedentos da água da compreensão.
Como diria o poeta: “quem me dera ter um coração para amar e outro coração para sofrer, arrancaria, assim, sem pestanejar, o sofrimento do peito e faria brotar mil corações alvissareiros para espalhar o amor e anular o domínio da dor”.[4]
Para iluminar os porões da nossa individualidade mister se faz viver diariamente com  a perfeita consciência  do Deus que existe em cada um de nós . Lembremos as lutas, as edificações e assim como do carvão mineral pode-se extrair o diamante puro,  fulguremos nossa luz na forja do destino a fim de  marcharmos com o Criador  amando e sentindo a intimidade do coração do próximo.

Nota e referências bibliográficas:
(1)          Mateus 9:13
(2)          João 8:7
(3)          João 12:35
(4)          Autor desconhecido


*Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita- Jornal O rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP -Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. janemaiolo@bol.com.br -

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Campanha Comece pelo Começo (*)


(*)Fonte: "Grupo de estudos espíritas Chico Xavier"  http://grupochicoxavier.com.br/category/artigos/

Notahermeson


Campanha Comece pelo Começo-CFN
Antonio Cesar Perri de Carvalho
A Campanha “Comece pelo Começo” tem por foco a valorização das obras da Codificação Espírita – de Allan Kardec, como indicação ao estudo e conhecimento da Doutrina Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
Historicamente, o lançamento original dessa campanha ocorreu em São Paulo, em 1972, pela USE na Capital, e, em 1975, pela USE Estadual.(1) A campanha foi idealizada por Merhy Seba. (2) Em nível nacional esta Campanha foi aprovada pelo CFN da FEB, em reunião de novembro de 2014.(3) Em maio do corrente, durante o 3º Encontro da Área de Comunicação Social Espírita do Conselho Federativo Nacional da FEB houve o lançamento da Campanha.
Numa época de proliferação de livros espíritas – e com a influência de vários modismos -, criando desfocagens na literatura básica e daquela a esta relacionada, e também pelo fato de muitos cursos se basearem em material apostilado, torna-se muito importante que os centros e o Movimento Espírita deem prioridade para a divulgação e o estímulo à leitura e ao estudo das Obras Básicas do Espiritismo.
Os espíritas, incluindo os neófitos, devem ser orientados para o manuseio e a leitura diretamente nos livros. Nas palestras públicas dos centros, deve-se criar o hábito e a orientação para os expositores, para citarem as obras de Allan Kardec. Nas ofertas de reuniões de estudos dos centros, torna-se indispensável a inclusão das Obras Básicas, orientando-se os estudos diretamente nelas, a partir de 2012. (3)
No histórico encontro inicial de Chico Xavier com o espírito Emmanuel, nos idos de 1931, esta Entidade alertou-o sobre a disciplina e para que sempre permanecesse fiel a Jesus e a Kardec. Nas reuniões públicas do referido médium, em Pedro Leopoldo e em Uberaba, as leituras para nortearem os estudos eram sempre O Livro dos Espíritos e O Evangelho Segundo o Espiritismo.
 Evidente que não foi coincidência o fato do espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, ter elaborado obras que especificamente homenagearam o Centenário da Codificação Espírita: Religião dos Espíritos, Seara dos Médiuns, Livro da Esperança, Justiça Divina.
Como espírito, Bezerra orienta para o estudo das obras do Codificador. Na mensagem “Unificação”, ele cita Kardec em sete parágrafos, como o trecho:
“[…] estabeleçamos em cada lugar, onde o nome do Espiritismo apareça por legenda de luz, um grupo de estudo, ainda que reduzido, da Obra Kardequiana, à luz do Cristo de Deus.”(4)
 
1)      Pela primeira vez assistimos exposição de Merhy Seba sobre o tema na II COMJESP (Marília, 1972).
2)      Informações – Merhy Seba: merhyseba@ig.com.br
3)      Durante nossa gestão na FEB.
4)      Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da Comunhão Espírita Cristã, em 20/4/1963, em Uberaba, MG. Publicação em Orientação aos Órgãos de Unificação (FEB).

domingo, 14 de junho de 2015

O Que é Preciso Para Ser Salvo (Mateus, 25: 31-46)

Arnaldo Rocha


Quando o Filho do Homem
E o rei lhes responderá:
Vier em sua majestade,
- Eu vos digo em verdade:
Seguido dos seus anjos,
Quantas vezes o fizestes
Com toda Sua autoridade,
Aos irmãos em humanidade


Assentar-se-á no trono
Foi a mim mesmo que fizestes...
De sua glória, e então
E dirá, logo após,
Frente a todas as nações
Àqueles que estarão
Reunidas, que ali estarão,
À esquerda: - Ai de vós!


Separará uns dos outros
Ide para o fogo eterno
Como faz um bom pastor,
Que foi, por fim, preparado
Apartando as ovelhas
Para o diabo e seus anjos...
Dos bodes com todo penhor,
Disse Ele aos deste lado:


E colocará as ovelhas
- Porque eu tive fome,
Guardadas a sua direita,
E não me destes de comer;
E os bodes a sua esquerda
Porque eu tive sede,
Da maneira mais perfeita.
E não me destes de beber;


Assim o rei dirá àqueles
Porque eu estive sem teto,
Que a sua direita ficarão:
E não me alojastes;
- Vinde, benditos de meu Pai.
Porque eu estive doente,
Vós outros que aqui estão,
E não me visitastes;


Tomai posse do reino
Porque eu estive sem roupa,
Que vos foi preparado
E não me vestistes;
Desde o início do mundo
Porque eu estive na prisão,
Por nosso Criador amado;
E não me assististes.


Porque eu tive fome,
Porém eles também
E me destes de comer;
Perguntarão ao Senhor:
Porque eu tive sede,
- Quando foi que vos vimos
E me destes de beber;
E não vos demos o nosso amor?


Porque eu estive sem teto,
Quando vos vimos com fome,
E me alojastes;
Com sede, ou despido,
Porque eu estive doente,
Ou doente, ou na prisão,
E me visitastes;
E deixamos de vos ter assistido?


Porque eu estive sem roupa,
Mas Ele lhes responderá:
E me vestistes;
- Eu vos digo em verdade:
Porque eu estive na prisão,
Falhastes quando deixastes
E me assististes.
De praticar a caridade.


Então os justos
Se a um desses pequeninos
Irão lhe rebater:
Deixastes de dar essas proteções,
- Quando vos vimos com fome
A Mim mesmo deixastes
E vos demos de comer?
De dar essas atenções.


Quando vos vimos com sede
E, afinal, estes serão
E vos demos bebida?
Eternamente infelizes,
Quando vos vimos sem teto
E os justos viverão
E vos demos guarida?
Eternamente felizes...


Quando vos vimos sem roupa

E vos resguardamos?

Quando vos vimos doente ou na prisão

E vos visitamos?