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sábado, 26 de fevereiro de 2011

REFLEXÃO NECESSÁRIA

Há algum tempo me encontro em um estado um tanto letárgico, quanto à expressão de meus pensamentos e sentimentos.

Estou repleta de dúvidas, até porque, é preferível ter muitas dúvidas razoáveis, do que uma certeza errada.

Sinto-me desconfortável diante de críticas feitas a terceiros, assim como me parece ineficiente abusar dos elogios às virtudes deles.

O desconforto se cria a partir do fato de que criticamos os defeitos, ou imperfeições, como preferem alguns, mas não os examinamos a luz do nosso íntimo. Preferimos esconder as nossas imperfeições, porque assumi-las exige coragem e mudanças de atitudes.

Rendemos homenagens merecidas, àqueles cujas virtudes se destacam nesse nosso tempo tão conturbado. Admiramo-nos pela capacidade de aceitação de dificuldades, pela benevolência, sem nos lembrarmos que também esses seres, têm ou tiveram suas dificuldades e o que os levou às virtudes conhecidas, foram as mudanças de atitudes, de pensamentos, de sentimentos. Foi a fé, a confiança de que cada dor seria superada, com a ajuda do Pai.

É a inércia da humanidade quanto à necessidade de necessitarmos corrigir nossas imperfeições, passando a alimentar mais e mais, as virtudes, que me deixa desconfortável.

Muitas e muitas vezes, lembro de Pestalozzi, quando ele ensina que aprendemos pela repetição. É por essa razão que voltamos e voltamos...

Aprendemos muito, acredito. Mas ainda não estamos praticando o que aprendemos. Perdemo-nos pelo caminho, com muita facilidade.

Com muita facilidade e convicção, ainda olhamos ao redor, procurando alguém pior do que nós, ao invés de nos esforçarmos por copiar as virtudes daqueles que merecem nossas homenagens.

Penso que devemos relembrar aqueles que nos dão exemplos edificantes, estejam eles ainda entre nós, encarnados, ou não, mas com certeza, ser-lhes-ia bem mais gratificante se vissem eles, que seu exemplo está germinando em cada um de seus admiradores.

Vivemos um momento em que a Doutrina Espírita vem sendo apresentada ao grande público, através da televisão, do cinema, etc.

É tempo de nós Espíritas que desejamos ser, mostrarmos a cara. De assumirmos a Doutrina como Kardec ensinou. Aprendizes do Evangelho, moralizando-nos, conscientizando-nos de que o público leigo espera que Espíritas sejam perfeitos, moralizados acima de qualquer dúvida.

Se ainda não alcançamos esse estágio, e é esta a razão de ainda encarnarmos neste amado planeta Terra, não nos sirva de desculpa para um esforço menor no sentido da procura do aperfeiçoamento.

A melhor forma de divulgarmos a Doutrina Espírita, é deixarmos que ela nos penetre, ao invés de desejarmos nela penetrar.

19/08/2010
Vitoria Haubert.

EXPOSIÇÕES DOUTRINÁRIAS



Há algum tempo venho observando, com certa apreensão, o desenvolvimento das exposições doutrinárias e dos expositores.

Há uma velada e sutil competição quanto ao desempenho, nem sempre primando pelo conhecimento doutrinário, pelo teor, que deveria ser consolador e esclarecedor.

Ninguém necessita ser doutor na Doutrina, pois se assim fosse, poucos expositores estariam habilitados para a tarefa. O conhecimento tanto pode esclarecer, como cegar se o orgulho e a vaidade o acompanharem.

Preocupa-me perceber que há uma grande preocupação em torno da quantidade de público, da admiração pelo expositor, deixando em segundo plano o alcance da mensagem que deve ser transmitida.

Li em alguma mensagem recebida, que Divaldo Franco tem enfatizado, também preocupado com a direção que as exposições vêm tomando, a necessidade premente e inadiável da abordagem de temas que enfatizem a necessidade da reforma moral.

Para isso aconselha que as exposições usem de uma abordagem de auto-ajuda. Isso é viável, pois o Evangelho é uma lição constante de conselhos de auto-ajuda, que nos levam ao objetivo da nossa passagem pelo planeta: A REFORMA MORAL.

De vez em quando, são oferecidos cursos para expositores, mas a abordagem é técnica. Não há cursos DOUTRINÁRIOS para expositores. Presume-se que esses tenham ou estejam participando de grupos de estudo em suas casas de origem, mas isso nem sempre é o suficiente para preparar doutrinariamente, um expositor. Apresentar uma exposição para um público, semi ou totalmente leigo, é bem diferente de fazê-lo a participantes de grupos de estudo.

Há algum tempo comecei a fazer exposições doutrinárias e minha preocupação é sempre quanto ao conteúdo, a abordagem do tema e quanto à mensagem que estarei transmitindo, tanto quanto à maneira que eu me apresento. Nem sisuda nem inconveniente, ou excessivamente hilária. Sei que tenho muito a aprender, por isso observo a reação do público. Se absorve o que falo, a mensagem, ou se a forma como a apresento.
Não podemos esquecer o respeito que é devido ao público, tanto encarnado, como desencarnado.

Não quero e nem devo fazer julgamentos. Prezo a nossa amada Doutrina e assumimos um compromisso muito sério, quando aceitamos ser divulgadores dela. Por essa razão, penso que nos devemos a autocrítica. Antes de assumirmos a palavra diante do público, seja ele do tamanho que for, seja qual for o local, peçamos ao Pai Maior que nos auxilie, que a Espiritualidade Superior nos assista e que possamos transmitir as mensagens de esperança que tanto Jesus nos ensinou.

Vitoria Haubert.

TRAGÉDIAS COLETIVAS



Nas tragédias coletivas

Inúmeras interrogativas

São descarregadas no ar

Porque Deus permite isso?

Porque o governo é omisso?

Quanto podemos suportar?



Nesta análise equivocada

A tragédia é classificada

Como descaso da divindade

Será que Deus anda ocupado?

Se somos seus filhos amados,

Porque tanta crueldade?



São tantos os questionamentos

Insensatos, barulhentos,

De pessoas que ignoram

As leis de causa e efeito,

Um Deus amoroso e perfeito

Amparando os que se aprimoram.



As tragédias coletivas

Reúnem almas cativas

De semelhante infração,

Com amigos e familiares

Que serviram de auxiliares

Ou cúmplices na mesma ação



Neste mundo de expiação e prova

A população se renova

Preparando a transição

Muitos têm débitos quitados

Outros serão recambiados

Para outra habitação



Mas não há incoerência

E Deus não pune a inocência

Tudo tem uma razão

São conseqüências criadas

Por ações desequilibradas

Em passado de perversão



Não sabemos, irmãos queridos.

O que são bênçãos ou perigos

Com nossa pobre visão

O que pra nós é desgraça

Para muitos representa a taça

Que brinda a libertação



Em tudo há lições primorosas

Vemos cenas maravilhosas

De heroísmo popular

Onde o orgulho é derrubado,

Velhos conceitos trocados

Crescimento a se concretizar



São tantos se movimentando

De algum modo procurando

Aliviar a aflição

Inúmeros voluntariados

Botando as mãos no arado

Trabalhando até a exaustão



Desenvolve-se a criatividade

Amplia-se a solidariedade

Em nobres realizações

Multiplicam-se os recursos

Aproveitando os impulsos

E a força destas multidões



E quando quisermos julgar

Procuremos silenciar

Sobre o que mal conhecemos

Troquemos a ignorância

Explorando a exuberância

Desta doutrina que temos



Pois é chegado o momento

De nos tornarmos instrumentos



Do bem que há de imperar

Vigiando os pensamentos

Produzindo bons sentimentos

Para poder trabalhar, e nos doar!

Para perceber

Que somos capazes de mudar, e melhorar,

E assim desenvolver

Nossa capacidade de amar.

Poetas do amor



Ribeirão Preto, 14 de janeiro de 2011.

Centro Espirita Jesus e Maria

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CHICO XAVIER NA SAPUCAÍ ???



Luciano Ribeiro
Foi noticiado que a escola de samba Unidos do Viradouro quer pegar carona no tema espírita para tentar passar para o grupo especial. Para isso, faria uma homenagem à figura mais expressiva e carismática do espiritismo no Brasil: Chico Xavier.


Ora, o Carnaval é uma festa pagã e, nessa festividade, sempre há álcool, fumo, tóxicos, prostituição e orgias. O trabalho de Chico Xavier foi reconhecido, inclusive por líderes de outras religiões, como forma de amor ao próximo. O espiritismo, sendo uma doutrina filosófica cujos preceitos cristãos incentivam o desprendimento das coisas terrenas, não pode aceitar que Chico Xavier seja homenageado por um monte de gente pelada, alcoolizada e drogada.


Agradecemos a intenção da escola, mas a dispensamos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

CHICO XAVIER E CARNAVAL? EIS MAIS UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA


Sobre a suposta homenagem a Chico e ao espiritismo no próximo carnaval. Que Deus nos abençõe no justo propósito que nos move: o amor ao espiritismo e o respeito ao nosso saudoso médium.

Nada mais incoerente com os verdadeiros preceitos espíritas que aproveitar-se da ocasião do carnaval para aplaudir essa suposta homenagem ao espiritismo e à pessoa de Chico. Procedendo assim, tornamo-nos coniventes, direta e indiretamente, com exageros e falta de bom senso, shows e espetáculos dentro da Sapucaí - ou mesmo em Congressos e eventos grandiosos e caros como os que temos visto - que mais alimentam a ambição e a vaidade de alguns do que cumprem com o propósito de divulgação equilibrada e sensata do espiritismo. Chico jamais aprovaria tão pretensiosas homenagens à sua pessoa, seja no carnaval, seja em eventos pomposos como vemos na mídia. Compreensivo como era, Chico entenderia os objetivos de todos os que se afeiçoam às aparências e ao proselitismo inócuo, mas certamente advertiria para os gastos extravagantes, as ocasiões inoportunas para comemorações e a supervalorização das exterioridades e convenções em detrimento da qualidade e da RESPONSABILIDADE da divulgação do espiritismo nos mais diversos segmentos. Nós espíritas que eternamente somos gratos ao Chico, pelas obras e pelo exemplo de tolerância e amor que ele nos concedeu ao longo de sua vida, não podemos ser coniventes com o oportunismo e com os exageros, ainda que a intenção real seja a de prestigiar o médium. O crescente interesse pela doutrina espírita de forma alguma justifica tamanha falta de zelo com a imagem do médium e com a preservação da doutrina que se pauta no equilíbrio, na razão e no bom senso. Nunca é demais lembrar que ser espírita é tentar melhorar a cada dia nossa conduta, estudar bastante, etc, mas também inclui zelar pela doutrina e pela memória daquele que foi o mais avesso a todo tipo de ostentação: Chico Xavier. Que as federações reflitam e se manifestem contra todo tipo de prática que atente contra a verdadeira essência dos ensinamentos espíritas, ensinamentos estes que as próprias federações têm o dever de defender.

Simone M. de Almeida Prado

AS MULHERES SEMPRE FORAM OS PILARES DO EDIFÍCIO CRISTÃO




A revista IstoÉ(1) divulgou interessante matéria sobre “As mulheres da vida de Jesus”, demonstrando que elas não foram simples coadjuvantes das passagens que marcaram o cristianismo. Os evangelistas são explícitos quanto à numerosa presença feminina na paixão e ao pé da cruz. Foram elas as testemunhas de momentos-chave dos tempos apostólicos.
Historicamente, o patriarcado ancestral tem dominado a trajetória do cristianismo. A exemplo de Deus, o “Pai” e não Mãe, Criador e não Criadora, passando pelos 12 apóstolos e não apóstolas, e culminando com Jesus, Filho e não filha. Curiosamente, contudo, são as mulheres que não só participaram, como protagonizaram boa parte dos momentos cruciais da vida de Cristo.
Foi no encontro com Maria que Isabel confirmou o projeto divino à prima, ao anunciá-la como bendita entre as mulheres, além de bendizer o fruto de seu ventre. “Isabel, idosa e estéril, mas grávida de João Batista, representaria o passado que abre caminho e dá as boas vindas ao novo, que é Maria, jovem e grávida de Jesus.” (2)
Maria de Magdala (Madalena), que foi libertada de sete algozes espirituais (desobsidiada) por Jesus passou a segui-Lo e se tornou importante no ministério cristão. A mais poderosa das demonstrações de confiança do Mestre Jesus em Madalena, e, por extensão, nas mulheres, foi o fato de tê-la escolhido para ser a primeira testemunha de seu ressurgimento após a crucificação. A história de outras duas mulheres próximas de Jesus no Evangelho é exemplo disso. Marta e Maria, irmãs de Lázaro, têm dois episódios marcantes junto ao Messias.
A importância das mulheres, aliada ao fato de que muitas não foram identificadas, alimentou um verdadeiro aluvião de lendas sobre o papel que elas tiveram nos momentos apoteóticos do Evangelho. O certo é que o legado feminino deixado pelas mulheres contemporâneas de Jesus tem valor inestimável. Os relatos de Mateus, Marcos, Lucas e João, compilados entre os anos 30 d.C. e 80 d.C., dão enorme importância à presença feminina na Boa Nova.
É fato! O Cristianismo primitivo foi o primeiro movimento histórico que tentou dar à mulher uma condição de "status" social igual à do homem. Mas com o passar dos anos, o movimento cristão fragmentou-se, e a única vertente que sobreviveu e cresceu sobre a função social da mulher foi a interpretação de Paulo de Tarso, o “Convertido de Damasco”.
O “Apóstolo dos Gentios” era formado no rígido patriarcalismo da lei judaica, mesmo tendo realizado profundas transformações morais com relação aos costumes e tradições legados de sua estirpe racial. Ainda assim, após sua conversão, não superou alguns de seus costumes cristalizados, sobretudo em referência às mulheres.
Comprovam sua rigidez em relação a elas as suas missivas a Timóteo: "Não permito à mulher que ensine, nem se arrogue autoridade sobre o homem, mas permaneça em silêncio, com espírito de submissão."(3) Ou ainda aos cristãos de Corinto, quando prescreve "Se desejam instruir-se sobre algum ponto, perguntem aos maridos em casa; não é conveniente que a mulher fale nas assembléias."(4) E aos Colossenses, admoesta: "mulheres, sejam submissas a seus maridos, pois assim convém a mulheres cristãs."(5)
Percebe-se, sem muito esforço de interpretação, que o apóstolo de Tarso não assimilou, na prática, que a liberdade de consciência que ele apregoava envolvia também os anseios femininos – distorção que o Espiritismo corrigiu , desautorizando qualquer ideia de rebaixamento da mulher em relação ao homem e vice-versa.
Em verdade, a mulher é exponencial referência do equilíbrio definitivo do Planeta. Cabe a ela influir decisivamente sobre os seres que reencarnam, transmitindo-lhes a primeira noção da vida. Sabemos que "homem e mulher são iguais perante Deus e têm os mesmos direitos porque a ambos foi outorgada a inteligência do bem e do mal e a faculdade de progredir."(6) Não existem sexos opostos, mas complementares.
“Em pleno século XXI, temos um cristianismo que, no que diz respeito às mulheres, ainda está na Idade Média.” (7) Portanto, nada mais justo que a luta pela causa de maior liberdade e direito para a mulher. Afinal, na Ordem Divina não há distinção entre os dois seres. Mas, obviamente, urge muita cautela. Os movimentos feministas, não obstante tenham seu valor, costumam cair no radicalismo, querendo fazer da participação natural uma imposição. Muitas vezes, em seus intuitos, ao lado de compreensíveis pleitos, enunciam propósitos que fariam da mulher não mais mulher, mas imitação ridícula e imperfeita do homem.
Jamais podemos deixar de lembrar que foram jovens mulheres que colaboraram intensamente com Kardec na qualidade de médiuns. Segundo informações históricas, as corajosas vanguardeiras da mediunidade chamavam-se Julie Baudin, Caroline Baudin, Ruth Japhet e Aline Carlotti. As duas primeiras psicografaram a quase totalidade das questões de O Livro dos Espíritos nas reuniões familiares dirigidas por seus pais e assistidas pelo Codificador.(8) Ruth foi a medianeira responsável pela revisão completa do texto, incluindo adições.(9) Aline fez parte do grupo de médiuns através do qual Kardec referendou as questões mais espinhosas do livro, fazendo uso da concordância dos ensinos (CUUE – Controle Universal dos Ensinamentos dos Espíritos).(10)
Atualmente, embora as mulheres ainda não usufruam do prestígio e reconhecimento que tinham nos tempos de Cristo, a força das histórias daquelas que viveram a fé de forma plena, por meio de atos e palavras, deixou sua marca e continua estimulando mudanças estruturais. No século XIX, se o Consolador Prometido não contasse com a mão-de-obra, com a grandeza, com a persistência e com a moralidade feminina, certamente a Doutrina Espírita inexistiria.

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com
Site: http://jorgehessen.net


Referências bibliográficas:

(1) Revista IstoÉ, edição nº 2146 de 22.dez.2010
(2) idem
(3) I Tim. 2, 9-13.
(4) Coríntios 14, 34-35
(5) Colossenses 3: 18
(6) Kardec, Allan. Livro dos Espíritos, RJ: Ed FEB, 2001 pergs. 817 a 822
(7) Revista IstoÉ, edição nº 2146 de 22.dez.2010
(8) Revista Espírita, 1858, jan. p.35, Edicel
(9) idem
(10) Kardec cita essa última checagem em Obras Póstumas, p.270 (26ªedição da feb).Aline era filha de sr. Carlotti, um dos iniciadores de Rivail nas coisas do invisível.em Obras Póstumas há uma mensagem do Espírito de Verdade, recebida pela srta.Carlotti( pag.281, da edição citada).mais detalhes sobre o principio da verificação universal podem ser encontrados na introdução(II) do Evagelho.Segundo o Espiritismo.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Carnaval e Doutrina Espírita


CE Allan Kardec de Vinhedo

A cada dez obras ditadas por Amigos Espirituais através de médiuns idôneos, que contenham algum material que aborde o tema carnaval, dez recomendam afastamento, prevenção e orientação à população como medida profilática.

Entretanto, com muita lucidez, o Espírito Humberto de Campos adverte-nos que “um escritor, encarnado ou desencarnado, que venha falar contra os excessos do período carnavalesco, no Rio, costuma perder o seu tempo e o seu esforço sagrados” (Novas Mensagens, 1940). Isso porque a maioria dos habitantes de nosso planeta ainda não despertou para uma verdade que, embora já descrita através de inúmeros meios, continua sendo ignorada em nome das alegrias transitórias da materialidade.

Dentro deste mesmo tema e, apesar das observações iniciais do Estimado Benfeitor, decidimos nos arriscar neste caminho da divulgação de nossas idéias, embalados pelas ponderações do mesmo Espírito que, ao final de seu artigo nos pede que “busquemos semear na ala das gerações florescentes os princípios sagrados de nossas tradições e dos nossos hábitos e, mais tarde, toda podridão terá passado na esteira do Tempo, para caminharmos pelo futuro adentro com a pureza do nosso idealismo!" (Novas Mensagens, 1940).

Pois bem.

Já não é mais novidade que certa escola de samba do Rio de Janeiro decidiu prestar “homenagem” ao Espiritismo, utilizando-se para tanto um carro inteiro contendo detalhes da cidade espiritual de Nosso Lar, a imagem de Chico Xavier e o personagem André Luiz (através do ator do filme com o mesmo nome), além de “performances de mediunidade”.

Confessamos, caros amigos, que num primeiro momento ficamos atônitos, “abestalhados”, como diria o caipira, para logo depois ficarmos em situação ainda pior.

Isso porque aguardamos (ansiosamente) uma manifestação de nossa federação (a FEB) posicionando o tema em foco, alertando a população em geral que o Espiritismo não compactua com tal festividade em hipótese alguma [mesmo que não viesse a coibir a ‘homenagem’].

Entretanto, isso [infelizmente] não ocorreu, admitindo a Instituição que não fora avisada e que “continua empenhada em promover a difusão da Doutrina Espírita, nos moldes e na forma compatíveis com os seus princípios doutrinários”, num pronunciamento “morno”, carente da firmeza que nos pedem os Espíritos Superiores.

Temos aprendido que a forma compatível de promover a difusão da Doutrina Espírita está calcada na seriedade e congruência entre aquilo que ela ensina e sua prática. Concordamos que não há mal algum em levarmos o tema espiritismo até locais onde existam irmãos desviados do bem, perdidos em viciações. Isso é salutar. O que ocorre é que não se trata de levar os ensinamentos espíritas ao público carnavalesco, mas de levarmos o carnaval ao espiritismo!

A partir do momento em que nos permitimos (Espíritas, FEB, Produção de um filme Espírita, etc.) desfilar sorrisos e alegrias na Marquês de Sapucaí, estamos enviando ao público do Brasil e do mundo (carnal e espiritual) a mensagem de que aprovamos a festividade de momo. Participar desta festa é compactuar com ela. É dar combustível para que continue existindo, embora os avisos, alertas de tantos Amigos Espirituais!

Que os sambistas façam suas homenagens. Que se arvorem em levar este tema ao asfalto. Porém, se ali forem pessoas que de alguma maneira representam a Doutrina dos Espíritos, uma vez que cada pessoa age como achar melhor, que a FEB se manifeste a respeito, apontando a posição da Doutrina perante a situação, perante o carnaval.

Não se trata de puritanismo, mas de respeito e cuidado com uma Doutrina que nos foi enviada pelos Espíritos Superiores.

Allan Kardec, no livro Viagem Espírita em 1862 faz algumas advertências que convém não desprezarmos:

No item II do capítulo “Instruções Particulares”, anuncia o codificador que “os espíritas falam aos demais sem temor algum "em alto e bom tom". Não temem esconder suas convicções, são seguros e corajosos de afirmar sua opinião”.

Portanto, aos ‘espíritas caridosos ‘de plantão, que acham que é preciso calar para evitar-se ‘chateações’ entre alguns, afirmamos que nos achamos no direito de manifestar nosso descontentamento com este episódio, deixando clara nossa posição, em nome da Doutrina que abraçamos.

Neste mesmo texto afirma ele (Kardec, item V) que “o ponto capital do Espiritismo é o seu lado moral. Eis o que é preciso, - mesmo à custa de todo e qualquer esforço - fazer compreensível e note-se, que é assim que ele é visto, mesmo nas classes menos esclarecidas. Por esse motivo o seu efeito moralizador já é manifesto”.

Dando continuidade ao seu raciocínio, no item XIV, diz ele: “Eis porque, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a Doutrina Espírita aceita daquilo que ela repudia”.

Quanto às performances mediúnicas, em especial, temos de meditar nas palavras do Espírito Erasto:"Tende por regra que os fenômenos espíritas não servem para espetáculos e divertimento dos curiosos."

Portanto, "(...) cuidado, porque entre os chamados para o Espiritismo, muitos se desviaram da senda! Atentai, pois, no vosso caminho e buscai a verdade." (O Livro dos Médiuns - cap. XX-04).

Caro leitor, afirmamos que em hipótese alguma a Doutrina Espírita apóia as festas carnavalescas, muito ao contrário, entendendo que se trata de combustível que facilita o processo de desequilíbrio daqueles que ainda não conseguem se desviar de seu chamado sedutor, caindo em suas águas tormentosas, diretamente nos braços do sofrimento.

O carnaval traz gastos enormes para os cofres públicos de nosso país, sendo que a fome infelizmente ainda é uma realidade difícil, a falta de educação, de saúde, etc. Acaso estaria o carnaval em primeiro lugar na lista de nossas necessidades? Seria ele mais importante que tudo isso?

Além disso, nesta época verdadeiras falanges das trevas surgem no cenário, atraídas pela sintonia com aqueles que crêem seja licito enlouquecer em determinados dias. Junto desta catástrofe mental, vem a catástrofe material, uma vez que os hospitais trabalham dobrado, atendendo os acidentados, os alcoolizados, os drogados, etc. Lembremos ainda que a quantidade de abortos criminosos aumenta consideravelmente após este período.


Famílias sofrem, profissionais da saúde se desdobram, a Espiritualidade Superior trabalha, incansável. E tudo isso por quê? Porque existe um ‘acordo social' que permite, segundo os olhos do mundo, que as pessoas saiam de seu cotidiano, em nome da descontração, entrando em verdadeiros turbilhões dos sentidos, causando enormes prejuízos a si e a muitos outros.

Divertimento responsável só ocorre quando o mal não está envolvido. O resto é problema que mais adiante terá de ser resolvido.

Finalizamos nossos apontamentos, com a citação do Espírito de Verdade, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, quando nos pede: “Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.(...) No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram”.(ESE., Paris, 1860, Cap. VI, item 5.)


Bibliografia:

CAMPOS, H., XAVIER, F. C., Carnaval no Rio de Janeiro, Novas Mensagens, Ed. FEB, 1940.

GELERNTER, C., Carnaval e Os Problemas Sociais, Site Proseando, em http://claudiagelernter.blogspot.com/2011/02/o-carnaval-diante-dos-problemas-sociais.html, acessado em 21 de fevereiro de 2011.

____________ Obsessões Carnavalescas, em http://66.228.120.252/artigos/821138 acessado em 21 de fevereiro de 2011.

KARDEC, A. Instruções Particulares, A Viagem Espírita de 1862, tradução de Wallace Leal V. Rodrigues, Ed. O CLARIM, 1981.

____________O Livro dos Médiuns, Da influência moral do Médium, Ed. FEB, Rio de Janeiro, 1992.

____________O Evangelho Segundo o Espiritismo, Ed. FEB, Rio de Janeiro, 1994.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

CHICO XAVIER NA SAPUCAÍ JAMAIS PODERÁ SER UM ENREDO DA RAZÃO

CHICO XAVIER NA SAPUCAÍ JAMAIS PODERÁ SER UM ENREDO DA RAZÃO

Sem querer ser “fiscal do Espiritismo” (como costumam dizer os espíritas “bonzinhos de carteira funcional e crachá”) e ditar regras de falsos purismos e extemporâneos sermões embebidos de ladainhas, não nos omitiremos em comentar a reportagem veiculada pelo jornal O Globo, assinada pelo repórter Rafael Galdo, noticiando que a escola de samba Unidos do Viradouro trará, neste ano de 2011, um carro alegórico contendo a imagem do Francisco Cândido Xavier. Tal iniciativa é para fugir do convencional, a fim de voltar ao Grupo Especial, consoante afirma o carnavalesco Jack Vasconcelos. Nesse projeto que homenageia Momo, uma das apostas da escola de samba é um setor inteiro, no fim do desfile, dedicado ao “espiritismo”(!?). No enredo “Quem sou eu sem você”, Jack fará, no último carro, uma homenagem ao Médium de Pedro Leopoldo. Chico será representado por uma escultura (em que aparecerá psicografando) cercada por 60 componentes, alguns deles “espíritas”(!?), que farão uma performance de “mediunidade” (!?). Todo espírita estudioso sabe que nenhum espírito[a] equilibrado, em face do bom senso que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada, que adormece as consciências, nas festas carnavalescas. (1) Por essa razão, consterna-nos o fato de ver ligado a festas profanas o tema “Espiritismo”, assim como a personalidade impoluta de Chico Xavier. A dita matéria afirma que a diretoria da Federação Espírita Brasileira estaria de acordo com tal projeto, desde que nenhum “preceito do espiritismo seja desrespeitado na apresentação da vermelho e branca”. A diretoria da FEB através do seu Portal na Internet “declara que respeita o direito de todos os que, no uso de sua liberdade de ação, agem no mesmo sentido de colocar a mensagem consoladora e esclarecedora dos ensinos espíritas ao alcance e a serviço de todas as pessoas, onde elas se encontrem, orientando, todavia, para que esse trabalho seja sempre feito preservando os seus valores éticos e doutrinários.
Esse comportamento light, estilo “lava as mãos” é desconsertante.
Divulgar a Doutrina Espírita é um ato de caridade para com ela, entretanto, divulgá-la através desse meio não se “preserva os seus valores éticos e doutrinários” e é, sem dúvida, deturpá-la em suas bases, causando incalculáveis prejuízos morais, com grande responsabilidade vinculada. Não há como compreender a "neutralidade" da diretoria da FEB, até porque há incompatibilidade total e absoluta entre os objetivos do folguedo momesco e os postulados da Doutrina dos Espíritos. A origem do carnaval remonta as teias primitivas de um passado remoto que devemos, por impulso evolutivo, abandonar urgentemente. O termo carnaval é oriundo de uma festa romana e egípcia em homenagem ao Deus Saturno, quando carros alegóricos (a cavalo) desfilavam com homens e mulheres. Eram os carrum navalis, daí a origem da palavra "carnaval". Há quem interprete a palavra conforme as primeiras sílabas das palavras da frase: carne nada vale. Como festa popular, poderia ser um acontecimento cultural plausível, não fossem os excessos cometidos em nome da alegria.
Acompanhar a espetacularização da imagem de Chico Xavier, de André Luiz e de tantos outros irmãos queridos nossos, que tanto contribuíram e contribuem com seus ensinamentos sublimes, aliadas a uma festa que é a própria apologia às piores viciações do ser humano, é o que podemos chamar de cúmulo do paradoxo entre a teoria e a prática Espírita. Por essas razões, recomenda o Espírito André Luiz para "afastar-nos de festas lamentáveis, como aquelas que assinalam a passagem do carnaval, inclusive as que se destaquem pelos excessos de gula, desregramento ou manifestações exteriores espetaculares, pois a verdadeira alegria não foge da temperança.” (2)
Estudos demonstram que durante os delírios e farras dos carnavalescos, para cada 100 casais que caem juntos na folia, setenta terminam a noite brigados (cenas de ciúme etc.); que, desses mesmos 100 casais, posteriormente, sessenta sucumbem ao adultério, cabendo uma média de trinta para os homens e trinta para as mulheres ; que, de cada 100 pessoas (homens e mulheres indistintamente) no carnaval, pelo menos setenta se submetem espontaneamente a coisas que normalmente abominam no seu dia a dia, como álcool, entorpecentes etc. Dizem ainda que tudo isso decorre do êxtase atingido na “grande festa”, quando o símbolo da “liberdade” e da “igualdade”, mas também da orgia e depravação, somadas ao abuso do álcool, levam as pessoas a se comportarem fora do seu normal. O Espírito Emmanuel adverte: "Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. (...) Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidades e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem." (3)
Na ribalta dos carros alegóricos, os obsessores "influenciam os incautos que se deixam arrastar pelas paixões de Momo, impelindo-os a excessos lamentáveis, comuns por essa época do ano, e através dos quais eles próprios, os Espíritos, se locupletam de todos os gozas e desmandos materiais, valendo-se, para tanto, das vibrações viciadas e contaminadas de impurezas dos mesmos adeptos de Momo, aos quais se agarram." (4)
"É lamentável que na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza [CARNAVAL] entre as sociedades que se pavoneiam com os títulos da civilização.” (5) Os foliões inveterados alegam que o carnaval é um extravasador de tensões, liberando as energias (?!) Ora!... transbordador de tensões é a capacidade de se arregaçar as mangas e colaborar em regime permanente (sem ôba-ôba) na recuperação das vítimas das cidades serranas do Rio de Janeiro, destroçadas pelas chuvas recentes). É verdade! No período carnavalesco, não encontramos diminuídas as taxas de agressividade e as neuroses. O que se vê é um verdadeiro somatório da violência urbana e de infelicidade familiar. As estatísticas registram como consequências do "reinado de Momo", por exemplo, gravidezes indesejadas e a consequente proliferação de abortos provocados, acidentes automobilísticos, aumento da criminalidade, estupros, suicídios, incremento do uso de diversas substâncias estupefacientes e de alcoólicos, assim como o surgimento de novos viciados, disseminação das doenças sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS) e as ulcerações morais, marcando profundamente certas almas desavisadas e imprevidentes.
Os três dias de folia, assim, poderão se transformar em três séculos de penosas reparações. É bom pensarmos um pouco nisto: o que o carnaval traz ao nosso Espírito? Alegria? Divertimento? Cultura? Será que o apelo de Momo faz de nós homens ou mulheres melhores? Edifica o nosso Espírito? Muitos espíritas, ingenuamente, julgam que a participação nas festas de Carnaval, tão do agrado dos brasileiros, nenhum mal acarreta à nossa integridade fisiopsicoespiritual. No entanto, por detrás da aparente alegria e transitória felicidade, revela-se o verdadeiro atraso espiritual em que ainda vivemos pela explosão de animalidade que ainda impera em nosso ser. É importante lembrá-los de que há muitas outras formas de diversão, recreação ou entretenimento disponíveis ao homem contemporâneo, alguns verdadeiros meios de alegria salutar e aprimoramento (individual e coletivo) para nossa escolha.
Não vemos, por fim, outro caminho que não seja o da "abstinência sincera dos folguedos", do controle das sensações e dos instintos, da canalização das energias, empregando o tempo de feriado do carnaval para a descoberta de si mesmo, o entrosamento com os familiares, o aprendizado através de livros e filmes instrutivos ou pela frequência a reuniões espíritas, eventos educacionais, culturais ou mesmo o descanso, já que o ritmo frenético do dia-a-dia exige, cada vez mais, preparo e estrutura físico-psicológicos para os embates pela sobrevivência.
Em síntese, se o carnaval é uma ameaça ao bem-estar social, nós espíritas temos muito a ver com ele, porque uma das tarefas primordiais de nossa Doutrina é a de lutar por dispositivos de preservação dos valores mais dignos da sociedade, sem que se violente, obviamente, o direito soberano do livre-arbítrio de cada um, mas não nos esquecendo que no carnaval sempre ocorre obsessão (espiritual) como resultado da invigilância e dos desvios morais. Somente poderemos garantir a vitória do Espírito sobre a matéria se fortalecermos a nossa fé, renovando-nos mentalmente, praticando o bem nos moldes dos códigos evangélicos, propostos por Jesus Cristo e não esquecendo os divinos conselhos do Mestre: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca''.(6)

Jorge Hessen

Referências bibliográficas:

(1) Xavier , Francisco Cândido. Sobre o Carnaval, mensagem ditada pelo Espírito Emmanuel, fonte: Revista Reformador, Publicação da FEB fevereiro/1987
(2) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo Espirito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, cap.37 "Perante As Fórmulas Sociais"
(3) Xavier , Francisco Cândido. Sobre o Carnaval, mensagem ditada pelo Espírito Emmanuel, fonte: Revista Reformador, Publicação da FEB fevereiro/1987
(4) Pereira, Ivone. Devassando o Invisível, Rio de Janeiro: cap. V, edição da FEB, 1998
(5) Pereira, Ivone. Devassando o Invisível, Rio de Janeiro: cap. V, edição da FEB, 1998
(6) Mt 26:41

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

MILITÂNCIA POLÍTICA E ESPIRITISMO? - REFLEXÕES DE UM AMIGO ESPECIAL



Caro Jorge,
Estou trabalhando em dois andares diferentes, com pouco acesso à internet; por isso, peço desculpas pela relativa demora em ler as suas mensagens.
Mas, não fico sem elas ! São aulas de cultura, ponderação e bom senso.
Este texto, sobre a milítância política do espírita, não foge à regra: direto e certeiro.
Já escutei, mais de uma vez, irmãos alegarem que é preciso participar de certos meios para conseguir os benefícios para a seara espírita com mais facilidade.
São irmãos sinceros, trabalhadores, que somente pretendem fazer o bem, porém entendem que poderiam ajudar mais necessitados se contassem com "apoios" nos locais corretos.
Entretanto, antes disso, o espírita deve sempre lembrar-se que os fins jamais justificarão os meios.
Se o movimento espírita não consegue benefícios e facilidades, ainda que merecidos e necessários, porque não se alia a interesses menos elevados, a única explicação plausível é que, na verdade, essas benesses não são insubstituíveis nem indispensáveis para a continuidade do ideal espírita.
Endosso plenamente a sua defesa da pureza doutrinária acima de qualquer outro valor !
Grande abraço fraterno,
Sérgio Rossi
C. E. Paulo de Tarso
Brasília - DF

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

O texto é sobre o Salmo 23, do hebraico para o português (sem as intersecções dos religiosos)



Salmo 23 – Salmo de David

Texto Hebraico Transliterado :

" Iahvéh ro’i lô echsar. Binôt deshé iarbitseni ‘al-mei menuchôt inahaleni.
Nafshi ishovêv iancheni bma’ glei-tsedék lema’an shemô. Gam ki-eléch beguei tsalemavet. Lô-iirá roa’ ki ata ‘imadii shvtechá umishi’antechá hemá inachamuni. Ta’arôch lefani shulchan neguéd tsorerai dishantá vashemén roshi kossi revaiáh. Ách tôv vachéssed irdefuni kôl-imei chaiai veshavti beveit-Iahvéh leoréch iamim "

Tradução Literal :

Iahvéh = Adonai ou Deus
ro’i = é meu pastor, 1ª pessoa do singular do presente-Indicativo, do vervo ra’áh - pastorear
lô = não
echsar = me faltará, sofrer falta
binôt = preposição b+construto plural de naváh – pasto, prado
deshé = verdor ou relva
iarbitseni = deitar
al = preposição sobre
mei = águas
menuchôt = descanso, tranquilidade
inahaleni = me guiará, conduzirá
nafshi =
meu espírito
ishovêv =
futuro do verbo shuv – voltar, regressar, ou seja, fará voltar
iancheni = futuro do verbo naháh – me guiará
bma’glei = trilhas
tsedék = justiça
lema’an = endereço
shemô = nome dele
Gam = também, ainda
ki = que ou porque
eléch = andar, caminhar
beguei = preposição b+guei, ou seja, no vale
tsalemavet = sombra da morte
lô-iirá = não temeria ou temerei
roa’ = maldade
ki = que ou porque
atá = tu
‘imadii = estás comigo
shvtechá = tua vara
umishi’antechá = e teu bordão
hemá = eles
inachamuni = me confortam
Ta’arôch = prepararás
lefani = diante de mim
shulchan = uma mesa
neguéd = diante, em frente
tsorerai = particípio do verbo tsarar – provocar. Aqui significa : os meus provocadores
dishantá = volumoso, cheio
vashemén = em azeite
roshi = minha cabeça
kossi = meu cálice
revaiáh = abundância
Ách = certamente
tôv = bom, bondade
vachéssed = misericórdia, bondade
irdefuni = me seguirão
kôl-imei = todos os dias
chaiai = minha vida
veshavti = e voltarei ou habitarei
beveit-Iahvéh = casa de Deus
leoréch = para extensão, por longos
iamim = dias ou anos




Expressão Traduzida Resultante do Original Hebraico :

“ Adonai é meu pastor, nada me faltará. Em verdes pastagens me fará descansar. Para a tranqüilidade das águas me conduzirá.
Fará meu espírito retornar, e me guiará por caminhos justos, por causa do seu nome. Ainda que eu caminhe pelo vale da morte, não temerei nenhum mal, pois tu estarás comigo. Teu bastão e teu cajado me confortarão. Diante de mim prepararás uma mesa, na presença dos meus provocadores. Tu ungirás minha cabeça com óleo; minha taça transbordará. Certamente, bondade e benevolência me seguirão, todos os dias da minha vida. E voltarei na casa de Adonai por longos anos.”


No entanto, observe a tradução feita pela seguinte Bíblia :

* Centro Bíblico Católico – Editora Ave Maria :

“ O Senhor é o meu pastor, nada me faltará. Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes,
restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome. Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estás comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo. Preparais para mim a mesa a vista dos meus inimigos. Derramais o perfume sobre minha cabeça, transborda a minha taça. A vossa bondade e misericórdia hão de seguir-me por todos os dias da minha vida. E habitarei na casa do Senhor por longos dias.”


Perguntamos : Na tradução da Igreja romana acima, onde foi parar a expressão " Fará meu espírito retornar " que consta do texto original em hebraico ?

Esta expressão foi substituída por : " Restaura as forças de minha alma ". É evidente que isso foi feito para esconder o sentido da Reencarnação que está contido em : " Fará o meu espírito voltar ".

A expressão
"Fará meu espírito retornar" retirada da Bíblias traduzidas mostram a interpolação dos autores
protestantes e católicos com a finalidade de ocultar os ensinos judaicos do Guilgul Neshamot, ou seja, a transmigração da alma que tem o mesmo conceito da reencarnação.


obs. Autor das transliterações dos textos em hebraico ; Prof. David José Perez, Niteroi-RJ, adaptações de outras regras de transliteração , como regras das gramáticas de Gordon Chown, Guilherme Kerr, W. Hollenberg e do Sidur (livros de orações judaicas) organizados por Jairo Fridlin.