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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

O VOO 313 E OS SOBREVIVENTES

Luiz Carlos Formiga
Conhecereis a verdade e ela vos fará livres, da ignorância. (1)

Políticos morreram. Desastre. Voo 313. O número treze já foi utilizado para comentar outra tristeza em agosto. (2) 

A aeronave estava lotada, na madrugada de 30 de novembro de 2016. Dia em que a Lava Jato foi arrasada. O Globo faz resumo. (3)

Cento e trinta e dois deputados escaparam, por terem votado contra o desejo da Câmara de enquadrar julgadores e investigadores. Foi um golpe na calada da noite e a procuradora Thaméa Danelon resumiu o sentimento de quem se empenhou no combate à ORCRIM: "As 10 Medidas foram jogadas no lixo. Um desrespeito a mais de 2 milhões de brasileiros".(4)

Esse novembro de 2016 parece ser um mês de desgosto, como o mês de agosto, (2). porque o Supremo disse que até o terceiro mês o aborto não é crime.(5)

Um número tão grande de mortes me lembrou o artista, que morreu de AIDS. “Meus heróis morreram de overdose. Meus inimigos estão no poder.”(6)

Meu caso é diferente, meu herói morreu crucificado (7) e antes foi torturado. (Bergeron, J.W. 2012. The crucifixion of Jesus. J. Forensic Leg Med., Apr. 19:113-116).

Enquanto o Senado vai procurar sobreviventes, vamos divulgando “ações no bem”. Um bom assunto é a imortalidade da alma e a reencarnação. Já disse antes que um professor de Psiquiatria e Neurologia é referência internacional nesse assunto.

Na década de 1960, Stevenson pesquisou na Índia casos de crianças que se referiam, com precisão, a fatos, pessoas e locais vividos em uma vida anterior. Se a alma é imortal e podemos reencarnar num novo corpo e prosseguir evoluindo, entendemos agora porque Kardec se referiu ao suicídio como um ato “estúpido”. (8)

Esse docente-pesquisador fez juízo de valor ao falar sobre um livro publicado por Hermínio, em parceria com Luciano dos Anjos.

Stevenson disse que “a obra Eu Sou Camille Desmoulins era extraordinária, incomparável e única no campo da comprovação da reencarnação”.

A boa notícia é que o livro, ricamente ilustrado, na 4ª edição em 2012 foi ampliado em pesquisas. Essas informações me foram oferecidas por Luciano Filho, com quem mantenho amizade.

Fazendo profilaxia, devo dizer que “Sobre Roustaing não posso opinar. Não encontrei tempo para ler e estudar suas obras. No entanto, isto não impede as "contaminações" pelas amizades que tenho com pessoas dele admiradoras, aqui no Rio de Janeiro“.(9)

Quando vimos o número de votos à favor da corrupção, nos lembramos de um texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na questão 932 de O Livro dos Espíritos e no Evangelho de Lucas, cap. 9,50.

“Vivemos na Terra tempos muito difíceis. Será que a humanidade é formada, em sua maioria, por pessoas más? Onde estão as pessoas de bem?

Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec propôs a seguinte questão aos Sábios do espaço:
Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
E os benfeitores responderam: “por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos”.(10)

Crooks não se intimidou diante dos intrigantes e audaciosos. (11)

Mas, os homens de bem devem orar no dia 4 de dezembro? (12)

Referências

terça-feira, 29 de novembro de 2016

A ELEVADA MISSÃO DA CIÊNCIA ESPÍRITA


Luiz Carlos Formiga

Conhecereis a verdade e ela vos fará livres, das lepras, do suicídio, das obsessões espirituais e da ignorância mediúnica.
A inteligência será rica de méritos, porque sob a condição de ser bem empregada.
Haverá responsabilidade na maturidade e conforto-prazer na realização da tarefa confiada. Não esperando receber nada em troca nos sentiremos úteis, o que nos bastará.
Moisés proibiu o intercâmbio entre “vivos e mortos”? O leitor poderá tirar conclusões examinando a Bíblia, em Deuteronômio capítulo 18 e Números 11.
Os espíritos são as almas dos homens que já deixaram a Terra. São “corações e mentes”  que não estão à nossa disposição na hora que melhor nos convier. No entanto, pesquisadores que fizeram intercâmbio e se submeteram à observação criteriosa, disciplinada e, principalmente, sem intenções subalternas ficaram diante do fenômeno. Foram inúmeros fatos, que se repetiram para a colheita de dados estatísticos ao máximo.
Em 1869, o cientista William Crookes assistiu a uma sessão mediúnica com  “raps”, levitação de corpos pesados e escrita direta. Na mesma época esteve presente a sessões onde houve a psicofonia. Em 1907 recebeu o Prêmio Nobel de Química.
Voltemos a 1870 para registrar que o cientista havia publicado “O Espiritualismo visto à luz da Moderna Ciência”. Nesse artigo lembramos o “conhecereis a verdade e ela vos libertará”, porque o Nobel de Química afirma que “o crescente emprego dos métodos científicos produzirá uma geração de observadores, que lançará o resíduo imprestável do Espiritualismo ao limbo desconhecido da magia e da necromancia”.
Na época, seus pares achavam que ele desvendaria uma farsa. Isso não aconteceu. O cientista examinou médiuns como Daniel D. Home, cujos efeitos físicos eram produzidos à luz clara, permitindo total controle. Diversos fenômenos foram catalogados como levitação; suspensão de corpos pesados; efeitos luminosos, materializações à luz do dia, transportes e outros.
Crookes considerou ser seu dever enviar os resultados à Royal Society, lançando o peso da sua reputação científica em apoio à verdade. Causou impacto. Além de Crookes, testemunharam outras pessoas de “notório saber e reputação ilibada”. Isso não o livrou de perseguições e injúrias.
Ele examinou também uma médium de nome Florence Eliza Cook.
Sua mediunidade havia surgido na infância.
Na adolescência, aconteceu com a médium em vigília a primeira materialização parcial do espírito Katie King. Posteriormente, com Florence em transe profundo, o espírito adquiriu autonomia e pode sair da cabine escura e deixar-se observar à luz do dia.
Pensando em fraude, um experimentador despreparado tentou imobilizar o espírito materializado, que se lhe escapuliu das mãos. Imediatamente verificaram que a médium estava na cabine. Encontraram-na ainda atada às amarras, com o lacre que a prendia à cadeira.  Florence adoeceu, mas depois se ofereceu para quebrar no laboratório científico outras incredulidades.
Crookes durante três anos trabalhou com o espírito Katie, em materialização total. O espírito submeteu-se a medidas de pulsação, pesagem e fotografias. Katie, numa materialização tangível, se permitiu abraçar pelo pesquisador. Diante dos fatos, Crookes declarou: “Não digo que isso é possível; digo que é real!”
Realmente, a experimentação é o método ideal de aquisição de conhecimentos positivos. Nada como uma observação provocada, em condições controladas. Afinal, o fenômeno deve repetir-se tantas vezes quantas forem necessárias para a verificação do fato. A regra geral não é observada nas ciências sociais, nem podemos reproduzir à vontade os fenômenos astronômicos e meteorológicos.
O fornecimento de uma prova científica esbarra num número apreciável de hipóteses. Assim, é necessário depurar variáveis para chegar-se à hipótese mais provável, capaz de melhor explicar o fenômeno. Nasce a relatividade, porque a ciência é feita com o uso autoconsciente de nossas faculdades mentais e o homem não possui uma medida absoluta da verdade.
Podemos dizer que a ciência é um conjunto de declarações ou afirmações que são assumidas como verdades sobre a realidade.
O observador comanda as pesquisas físico-químicas até onde as energias podem ser controladas. Nessas pesquisas o objeto é passivo e nos apoiamos na experimentação ou na analogia.
No campo das ciências sócio-morais o cientista recolhe dados e usa a Estatística. Nesta, o observador deve ser passivo. Aguardará que o fato ocorra, para observar e analisar a reincidência dos fenômenos, no tempo e no espaço. Na Psicologia, na História, no Direito, na Sociologia, o objeto é o animal racional, o socius, a pessoa, a criatura divina, o espírito, no uso do livre-arbítrio.
Na Ciência que estuda a mediunidade encontramos dois socius: o encarnado e o desencarnado, agindo e reagindo, racionalmente. O médium e o espírito se interpenetram para o efeito da ação conjunta. O Espírita quando examina o fenômeno mediúnico e depois realiza as deduções e projeções do que foi observado estará “filosofando” e, ao manter a harmonia interior e a postura ética estará exercendo a “consequência moral” espírita.
Na Microbiologia Médica, por exemplo, temos os Postulados de Koch. Observação ao microscópio, isolamento microbiano em cultura pura, reprodução da doença em modelo animal e a recuperação da mesma bactéria a partir do animal doente. Esses postulados permitiram que o pesquisador confiasse nos resultados. A etiologia bacteriana da tuberculose era altamente provável e sua negação era improvável. Estava demonstrada a origem microbiana da Tuberculose.
A pesquisa experimental, em Espiritismo, exige uma série de procedimentos, tanto prévios quanto concomitantes e posteriores, como em qualquer área das ciências estabelecidas. Antes de pesquisar, o experimentador já escolheu o objeto a ser pesquisado. Um exemplo é a comprovação da existência da faculdade mediúnica de materialização na médium Florence.
Ao realizar suas observações, Allan Kardec estabeleceu como seu objeto o mundo espiritual,  enquanto “lócus” de vivência do Espírito desencarnado, e sua interação dialética com o mundo material. Objeto extremamente ambicioso pela amplitude. O resultado foi “O Livro dos Espíritos”, uma filosofia espiritualista decorrente de um procedimento científico de observação controlada de fatos e análise do material dele derivado.
Como ponto fundamental, o pesquisador espírita deve ter claro que ele será um dos elementos essenciais da pesquisa e que não haverá condições para uma “neutralidade axiológica” absoluta, como nas “ciências exatas”. Pesquisador e objeto estarão indissoluvelmente comprometidos a nível energético. A começar pelo relacionamento psicológico e magnético com o médium, o qual poderá facilitar ou prejudicar o bom andamento das experiências.
Como os fenômenos estão ligados ao psiquismo do médium, e se produzem por seu intermédio, se ele sofrer um desequilíbrio emocional, sentir-se ferido em sua dignidade, o bom êxito da investigação estará fatalmente comprometido. Ao estabelecer os meios e as formas de controle, o pesquisador deverá fazê-lo de modo a evitar a fraude e o charlatanismo, mas levando em conta que o médium é um ser humano que deve merecer o devido respeito.
Na pesquisa mediúnica sempre se parte do fato para se chegar à teoria. Isto evitará ideias e teorias “pré-concebidas”. O experimentador que mantenha uma ideia fixa quanto à corroboração de uma teoria, a priori, irá interferir no processo.
Na Física existe a suspeita de que muitos resultados não são os que deveriam ocorrer naturalmente, mas fruto da maneira tendenciosa como a pesquisa foi conduzida.
Na investigação psíquica um fato indiscutível é que a mente do experimentador tem o poder de interferir e pode impor um resultado diverso do normal. Um grande número de experiências proporcionará massa crítica necessária para se determinar leis e princípios do fato estudado. Este foi o procedimento adotado por Allan Kardec.
Outro fator importante é a conduta moral do pesquisador. Nas ciências exatas o estado moral do cientista não tem a menor interferência no andamento da experiência. Respeitado o método requerido pelo estudo, um cientista ético e um canalha chegarão às mesmas conclusões. No estudo dos fenômenos psíquicos isso não ocorre. É necessário criar um clima de serenidade, recolhimento e pensamentos nobres, para que funcione a lei de afinidade psíquica, atraindo para colaborar com as experiências entidades honestas e confiáveis.
Cremos que mais uma vez devemos lembrar a posição de Moisés em Números, Cap XI, v.16 -39, com ênfase no v. 26. Ainda hoje a melhor referência bibliográfica sobre esse assunto  é “O Livro dos Médiuns”.
Como pesquisar o fenômeno “Jesus”?
O máximo que conseguimos foi discutir a morte na crucificação. (*)
Por ser espírito superior, o Mestre tinha um estilo de vida que estava além do limite de tempo e espaço. Poucos foram aqueles puderam se aproximar deste nível do existir.
Ele proclamava que sua vida estava além dos limites do tempo e do espaço, mas a nossa ciência trabalha dentro dos intervalos do tempo. Como estudar fenômenos que estão além desses limites?
“Como homem, Jesus tinha a organização dos seres carnais; porém, como Espírito puro, desprendido da matéria, havia de viver mais da vida espiritual, do que da vida corpora”.
A vida futura é o delineamento essencial de todo o ensinamento de Jesus. Sua trajetória revela para a Humanidade a certeza da vida espiritual aquela que aguarda a todos. O Reino que Ele nos trouxe deve ser erguido no Templo da Alma, na consciência do homem de Bem.
“Então Ele veio e disse que já era hora de seguir. Indicou o caminho tortuoso, mostrou as pedras e os espinhos. Mas quando viu que o medo assolava os nossos corações, nos fez olhar o sol atrás dos montes e disse: “confiem e vão”. Então viemos, porque ninguém resiste ao Seu chamado” (**).

(*)  Bergeron, J.W. 2012. The crucifixion of Jesus. J. Forensic Leg Med., Apr. 19:113-116.


(**)  Chamado - Marielza Tiscate (com legenda)


sábado, 26 de novembro de 2016

FIDEL, COMO COMUNICAR A MORTE?


 
Luiz Carlos Formiga


Na madrugada, pelo rádio, tomei conhecimento da morte de Fidel Castro.
Pela manhã, verifiquei que O Plantão do Madureira dava a notícia de forma inusitada dizendo que o “difícil foi comunicar a morte ao próprio Fidel Castro” (1).
No mesmo local a equipe de O Antagonista dizia que os amigos no Brasil não foram tão rápidos, na rede social. (2)
Ainda vamos ler muito sobre o assunto. No entanto sobre o comentário do Madureira creio que talvez seja o primeiro a dar o enfoque que segue. Isso porque recentemente comentei que alguns espíritos nem percebem seu novo estilo de vida e ficam numa confusão só. André Luiz recusou o diagnóstico de suicida inconsciente. Suicídio? Creio haja engano - asseverei, melindrado -, meu regresso do mundo não teve essa causa. Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido à oclusão intestinal... (3).
Um caso é descrito por Allan Kardec.
Doutor Philippeau era materialista e formou-se em medicina por ambição e para se sentir superior aos outros. O médico além de boa remuneração possuía grande prestígio. Quando morreu revelou surpresa desagradável de ver o corpo enterrado e o espanto de, fora dele, sentir-se mais vivo do que nunca. Como avisar-lhe que havia morrido? Esta é a frase do “Madureira”.
Philippeau tentava se comunicar, mas ninguém o escutava. Espero que muitos possam ter a mesma sorte deste médico. Na vida nova, depois de se informar através da literatura espírita, pode se indagar: “seria eu, por acaso, um espírito?”
Por outro lado, o mais espetacular seria ver o Dr. Philippeau voltar a fazer cirurgia, mas, agora, utilizando um médium de materialização de espíritos. Isso nos dias de hoje seria possível, como nos descreveu um médico cirurgião que ainda está encarnado (4).
O leitor o que acha? Por onde andará Fidel?

1. Plantão do Madureira
2. O Antagonista
3.  Suicidio: veja se lhe interessa
4. Serei Eu, Por Acaso, Um Espírito?
Would I, by any chance be a Spirit?
¿Sería yo, por acaso, un Espíritu?
5. No CREMERJ: Desafiando a Incredulidade.


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Na ética cristã ou no “jeitinho brasileiro" - onde nos identificamos? (Jorge Hessen)


Jorge Hessen
Brasília – DF

Um estudo inédito realizado pela consultoria BrandAnalytics, empresa ligada à Millward Brown Optimor, um dos maiores grupos de pesquisa do mundo, revela o que os brasileiros pensam do País. Se o Brasil fosse “uma pessoa”, a principal característica, aquela que se vê logo de cara, seria a desonestidade. 

Segundo Dulce Critelli, professora de filosofia da PUC de São Paulo, os resultados da pesquisa demonstram que grande parte da população não confia nem no País nem no compatriota. No clássico “Raízes do Brasil”, o historiador Sérgio Buarque de Holanda, ao falar do “homem cordial” destaca igualmente o que chama de “personalismo” do cidadão brasileiro. No Brasil, diz Holanda, as pessoas cultuam o mérito pessoal (o “cada um por si”), em vez do trabalho coletivo. [1]

Isso realmente corresponde à realidade? Olhemos para o lado e pensemos bem: a maioria das pessoas de nosso convívio é desonesta? Elas querem levar vantagem sobre nós? Ou como se diz: querem nos “passar a perna”, nos enganar, ludibriar, “dar o cano” ? 

Desde a Proclamação da República, construida sob os anseios dos valores da ordem e do progresso, até os nossos dias, ainda não nos ajustamos rigorosamente à honradez e à honestidade. 

Os brasileiros (ressalvadas as honradas exceções) necessitamos modificar a cultura da desonestidade, a fim de que nossa pátria progrida em ordem. Até porque, enquanto prosseguirmos conectados à tradição do “corrompido jeitinho”, o futuro desta pátria estará comprometida pela desordem e decadência geral. 

No cinismo das vis tendências desonestas trouxemos abaixo alguns cenários e práticas dos trágicos “jeitinhos” , a fim de que avaliemos se nos identificamos ou não como protagonistas. 

Vejamos, são os conterrâneos que furam a fila de carros em frente do colégio para pegar os filhos ou que colocam a viatura na vaga reservada para deficientes e idosos nos estacionamentos dos hospitais, supermercados, shopping. 

Compatrícios que furtam toalhas, roupões, talheres e outros utensilhos de hotéis, clubes, repartições públicas etc.; há os que surrupiam sinais de Internet e tv a cabo do vizinho; que oferecem dinheiro (propina) para subornar o policial, a fim de fugir da multa; que não emitem nota fiscal ao cliente; que não declaram Imposto de Renda; que bolam doenças para fraudar o INSS.

Há os conterrâneos que falsificam carteirinha de estudante (para meia entrada); que assinam a “folha de pontos” do colega; que compram produtos “pirateados”; que não restituem troco recebidos a maior; que batem o ponto pelo colega; que compram diplomas falsos para participação em concursos públicos e, mais comum ainda, há os que recorrem a falsos atestados médicos, para justificar ausências mais prolongadas no trabalho. 

Não haverá futuro promissor para um país com uma sociedade assim estruturada. É urgente uma higienização moral, aproveitando o momento histórico que estamos atravessando no Brasil, para que sejam exaltados os valores da Ética Cristã e consagrada a honestidade. 

É inconcebível um espírita desonesto. Um seguidor fidedigno do Cristo e de Kardec tem que ser fiel ao Evangelho e aos princípios que a Doutrina dos Espíritos impõem e ter noção de que honestidade é prática obrigatória para todo ser humano, principalmente para um “espírita cristão”(*). 

Cabe-nos viver e exemplificar a honestidade no lar, na vida profissional, nos negócios, na política, na administração pública, bem como nas outras situações, consultando sempre a consciência, onde estão inscritos os códigos da lei de Deus. 

O Brasil será um país bem-sucedido se cada compatriota banir da própria cultura o conspurcável “jeitinho brasileiro”.

(*). Hão “espíritas” que não se consideram cristãos

Referência:

[1] Disponível em http://istoe.com.br/360834_O+DESENCANTO+COM+O+BRASIL/ Acesso 23/11/2016

terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Verdadeiro Justo


Domingo Cocco

Em “O Livro dos Espíritos”, pergunta n° 879, Allan Kardec aborda aos Espíritos: Qual seria o caráter do homem que praticasse a justiça em toda a sua pureza? 

Eles lhe responderam: “O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, porquanto praticaria também o amor do próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça”. 

A reverência a Jesus como “o verdadeiro justo”, pelo fato de ter passado o que passou, e assim trazer-nos o “Maior” exemplo de amor que a terra conhece, é muito mais profundo do que possamos imaginar. Só quem conquistou uma superior qualidade moral-espiritual, suportaria. 

Quem bem retrata os testes, os sofrimentos físicos, as humilhações, por que passou Jesus é Emmanuel no livro “Antologia Mediúnica do Natal”,  3ª edição, cap. 7: “O maior de todos os conquistadores, na face da Terra, conhecia, de antemão, as dificuldades do campo em que lhe cabia operar.

Estava certo de que entre as criaturas humanas não encontraria lugar para nascer, à vista do egoísmo que lhes trancava os corações; no entanto, buscou-as, espontâneo, asilando-se no casebre dos animais. 

Sabia que os doutores da Lei ouvi-lo-iam indiferentes, com respeito aos ensinamentos da vida eterna de que se fazia portador; contudo, entregou-lhes, confiante, a Divina Palavra.

Não desconhecia que contava simplesmente com homens frágeis e iletrados para a divulgação dos princípios redentores que lhe vibravam na plataforma sublime, e abraçou-os, tais quais eram.

Reconhecia que as tribunas da glória cultural de seu tempo se lhe mantinham cerradas, mas transmitiu as boas novas do Reino da Luz à multidão dos necessitados, inscrevendo-as na alma do povo.

Não ignorava que o mal lhe agrediria as mãos generosas pelo bem que espalhava; entretanto, não deixou de suportar a ingratidão e a crueldade, com brandura e entendimento.

Permanecia convicto de que as noções de verdade e amor que veiculava  levantariam  contra   ele  as  matilhas   da   perseguição  e  do ódio; todavia, não desertou do apostolado, aceitando, sem queixa, o suplício da cruz com que lhe sufocavam a voz”. (...)

          Torna-se interessante salientar que tamanha superioridade moral- espiritual, não Lhe foi concedida por uma “concessão especial” de Deus, porém, alcançada por Seus esforços, por Seus sacrifícios lagrimosos, pelas encarnações afora, mesmo porque, Deus em sua justiça, não Lhe daria algo mais, que as demais criaturas!. Daí ser Jesus o “Modelo Justo”, a maior autoridade que conhecemos. 

Contudo, esse grandioso Espírito não veio para nos “salvar”, no sentido de nos arrastar como a força da correnteza de um rio.  Não, Ele veio para nos mostrar com o sacrifício da própria vida, como é possível todos os filhos de Deus, alcançarem pelo esforço, o “Sede perfeitos”, por Ele anunciado.  Um professor não realiza a prova pelo aluno, mostra-lhe como alcançar a sua aprovação. Ele deixou isto claro quando nos recomendou: Mateus XXII, 39 - “O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, anunciando, portanto, que seria necessário desenvolver em nós  a capacidade  de fazer o bem, e Tiago II, 17 - “Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta”, demonstrando-nos que não basta crer, porém,  “colaborar com a parte que nos toca, na obra da criação” . 
É de Santo Agostinho;  “Deus  te  criou  sem  ti,  mas não te salvará sem ti” .

Jesus, o vanguardeiro “Maior”, veio propagar a mensagem que nos induz a servir sempre, ter a consciência pura segundo o dever cumprido, rumo à felicidade meritória. 

Cachoeiro de Itapemirim, E.S.
Rua Raul Sampaio Cocco n° 30 Antiga Neca Bongosto – Bairro Sumaré
Telefone: (028) - 3522-4053 – CEP 29304-506
Cachoeiro de Itapemirim – Estado do Espírito Santo

sábado, 19 de novembro de 2016

Eras esperançosas! Brasil -corrupções ancestrais e as novas gerações ( Jorge Hessen )


Jorge Hessen
Brasília.DF

Nestes inquietantes tempos de desonra moral desabando sobre o povo brasileiro, em que políticos geram supostas manobras sorrateiras, dispondo rebaixar as atuais estruturas investigativas no âmbito policial e judicial, é urgente permanecermos em estado de vigília e oração ininterrupta em favor da paz social no Brasil.

Mas a despeito do preocupante cenário social, político e econômico, enxergamos um horizonte promissor de uma nova geração que vem surgindo em nosso país composta de executivos, professores, médicos, advogados, engenheiros, historiadores, delegados, procuradores e juízes, todos trabalhando com entusiasmo e intrepidez pela consagração da ética em nosso país. Isto nos pacifica sob a expectativa decisiva de transformação dos valores morais que tem manchado esta nação dilacerada pela corrupção destruidora.

Tal conjuntura nos envia ao último capítulo do livro A Gênese de Allan Kardec. Aí arranjamos algumas adequações para fins de comparação com a realidade supra descrita. Vislumbramos uma nova geração de brasileiros, desenfaixados dos detritos do velho sistema corrupto. Observamos pessoas mais moralizadas e possuídas de ideias e de sentimentos muito diferentes da velha geração que está sendo deportada para mundos afins. [1]

As sociedades se modificam, como já se transformaram noutras épocas, e cada transformação se distingue por uma crise moral. Contudo, nessas ebulições sociais, a fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas, inexiste fraternidade real, sem o avanço moral. Somente o progresso moral pode fazer que entre nós reinem a honestidade, a concórdia, a paz e a fraternidade.

A velha geração (daqueles atolados nas arapucas da corrupção) que está se despedindo (da Terra) levará consigo seus erros e estragos sociais; a geração que surge, imprimirá à sociedade o progresso moral que assinalará a nova fase da evolução geral no Brasil e no mundo.

Essa fase já se revela atualmente no Brasil, em razão do conjunto de práticas revolucionárias no combate à improbidade, à imoralidade, à falcatrua através de efetivas e duras punições. Nesse contexto, os espíritas estamos sendo convocados para irradiarmos compreensão, amor e paz em favor dos cidadãos de bem, a fim de facilitar o movimento de regeneração em nosso Pais.

Grande, é ainda o número dos ímprobos; que nada poderão contra a ética da nova geração que surge. Os desonestos irão desaparecer aos poucos, mas ainda defenderão palmo a palmo os seus obscuros interesses de poder e tramoias.

Não nos enganemos, haverá, um embate moral inevitável, desigual da geração degradada e já envelhecida, a cair em frangalhos, contra o futuro da nova geração de seres audazes e incorruptíveis. Hoje no Brasil vemos com clareza quem é quem nesse cenário.

Para que haja paz em nosso país, preciso é que somente a povoem espíritos bons, encarnados e desencarnados. É chegado o tempo das grandes debandadas dos que praticam o mal pelo mal. Serão excluídos, para não ocasionarem perturbação e obstáculo ao progresso.

Após a desencarnação, muitos irão expiar em mundos inferiores, outros em raças terrestres ainda atrasadas. A época atual é sem dúvida de transição; confundem-se os personagens das duas gerações. Assistimos à partida de uma e à chegada da outra. Têm ideias e pontos de vista opostos as duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém sobretudo das disposições intuitivas e inatas, cabendo-lhe (nova geração) fundar a era do progresso moral.

A nova geração se distingue por coragem, inteligência e talentos precoces, tem sentimento inato da honestidade. Já os corrompidos ainda trazem a maldade, a malícia, a mentira. Em face disso têm de ser expurgados porque são incompatíveis com o império da honradez, da fraternidade e porque o contacto com eles (os corruptos e corruptores) constituirá sempre um sofrimento para os bons.

Quando o Brasil se achar livre dos desmoralizados, os homens de bem caminharão sem óbices para o futuro melhor. Opera-se presentemente um desses movimentos gerais dos tempos que chegaram, destinados a realizar uma higienização e remodelação moral da sociedade brasileira.

Referência bibliográfica:

[1]            Kardec, Allan. A Gênese, cap. 18, RJ: Ed. FEB, 1977

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

UM FIM COM SENTIDO


Luiz Carlos Formiga

“Viver no mundo sem ser do mundo”

Morreu aos 61 anos, “sem sofrimento”, em sua casa, 10 de agosto, no Rio de Janeiro em consequência de uma hepatite do tipo C. Ele era portador do vírus HIV adquirido em uma transfusão de sangue. O corpo foi velado na Assembleia Legislativa do Rio.
Num velório os íntimos sofrem e os agregados fazem terapia, se interiorizam e se reciclam diante da morte, do outro. E, dizem: não vale a pena a correria da vida, não vale a pena se estressar tanto, ou repetem o mantra de que a vida é muito curta para lutar por coisas tão banais, depois morremos e fica tudo aí. Essa terapia grupal é uma homenagem inconsciente à existência.
O pensamento do psiquiatra Augusto Cury me agrada. Ele diz que o desejo de superar o fim da existência está além dos limites das ideologias intelectuais e sociopolíticas. Procurar criar uma sociedade pregando o ateísmo como massificação cultural é um ingênuo erro intelectual, porque o desejo de superação do fim existencial é irrefreável. O homem possui uma necessidade intrínseca de procurar por Deus, explicar o mundo e ainda tem o maior desafio que é explicar a si mesmo. O efeito colateral da propaganda ateísta é o surgimento de mais religiosidade. A melhor maneira de propagar uma religião é tentar destruí-la. Leiam sobre o “Auto de fé em Barcelona”. O homem psicológico não aceita a morte. O discurso de Jesus sobre a eternidade ainda é perturbador.
Os vivos elaboram pensamentos para chegar a aceitação diante da perda de entes queridos. Dizem: ele deixou de sofrer, descansou, está em lugar melhor. Mas ninguém diz: ele deixou de existir.
Herbert de Souza, o Betinho, era "um exemplo de preocupação com os problemas sociais do país”. Realmente o sociólogo lançou, em abril de 1993, a Ação da Cidadania contra a Miséria e pela Vida.
O noticiário fez lembrar a sua participação no musical “Um Fim Sem Sentido”, produzido no Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, NUTES/UFRJ, em 1987. O vídeo colorido, 40 minutos, visava esclarecer dúvidas sobre a transmissão do vírus (1).
Depoimento impactante. Nele conta como se tornou portador, inicialmente assintomático do vírus. Mas, antes com seu olhar penetrante nos fala.
 “Vocês estão me olhando pensando. Esse cara vai morrer.”
“Eu tenho uma péssima notícia. Vocês também vão morrer!”.
Na AIDS, década de 1980, estávamos diante de uma morte anunciada. Num acidente de avião ela acontece, é uma fatalidade.
Como é a separação da alma do corpo na morte?
Num Tratado de Filosofia Espiritualista podemos encontrar explicações preciosas, em torno da questão 149. Essas questões serão úteis ou fundamentais, quando a profecia do sociólogo se realizar na nossa “vida”.  O conhecimento prévio teórico nos facilitará, como aquele que nos faz  mais tranquilos, quando entramos num laboratório de Microbiologia Médica, cercado de micróbios patogênicos por todos os lados.
O Livro dos Espíritos (2) revela que não é dolorosa a separação da alma e do corpo. Se houver aparente sofrimento do corpo na hora da morte isto será prazeroso para o Espírito. Em consequência da idade avançada a separação do corpo nem é percebida. A alma se desprende gradualmente. Os laços se afrouxam, se desatam sem se quebrar, mas não há linha de demarcação nítida entre vida e morte.
O Espírito está atado ao corpo pelo perispírito, corpo celeste, que se desprende na morte, de modo gradual, com lentidão muito variável, conforme a evolução pessoal. Com os indivíduos de intensa atividade intelectual e portadores de valores ético-morais, com boa performance na produção de pensamentos positivos e elevados, o desprendimento se iniciou, na realidade, muito antes. Na hora da morte o desprendimento periespiritual da matéria orgânica é mais rápido, quase instantâneo. Como terá sido o desligamento do sociólogo que promoveu a campanha de arrecadação de alimentos para combater a fome?
Na agonia, a separação definitiva da alma e do corpo pode ocorrer antes da cessação completa da vida orgânica. O homem já não tem consciência de si mesmo, só lhe resta um sopro de vida orgânica.
Muitas vezes a alma sente que se desfazem os laços e aí emprega todos os esforços para desfazê-los inteiramente, para gozar por antecipação do estado de Espírito.
A sensação que experimentamos no momento em que nos reconhecemos estar no mundo dos Espíritos depende, se praticamos o mal ou o bem. Se a escolha foi o mal, no primeiro momento, sentiremos vergonha. Já a alma do justo se sente aliviada de grande peso, pois não há temor diante da transparência.
No individuo cuja vida foi material e sensual o desprendimento é menos rápido, podendo durar dias, semanas ou meses. Em alguns o desprendimento pode ser penoso e até experimentar o horror da decomposição do corpo. Mas isso é excepcional a certos gêneros de vida e de morte, como entre os suicidas.
O conhecimento do Espiritismo exerce grande influência sobre essa duração, mais ou menos longa, da perturbação. porque o espírita já antes compreendia a sua situação. Mas, a prática do bem e a consciência pura são o que exercem maior influência.
Por ocasião da morte tudo a princípio pode ser confuso. O Espírito se acha como que aturdido, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono.
Na compreensão do pós-morte as Ciências Biomédicas se sentem profundamente limitadas, uma vez que pode fazer muito apenas enquanto o espírito está no corpo, mas não pode fazer nada depois que ele dele se afasta definitivamente.
Como se processou o atendimento na Colônia Nosso Lar, após o desencarne daquele médico?
Após reparador repouso, diz o Dr. André Luiz (3, 4).
Energias novas tocavam-me o íntimo. Tinha a impressão de sorver a alegria da vida, a longos haustos. Na alma, apenas um ponto sombrio - a saudade do lar, o apego à família que ficara distante. Numerosas interrogações pairavam-me na mente, mas tão grande era a sensação de alívio que eu sossegava o espírito, longe de qualquer interpelação.
Quis levantar-me, gozar o espetáculo da Natureza cheia de brisas e de luz, mas não o consegui e concluí que, sem a cooperação magnética do enfermeiro, era impossível deixar o leito.
Trajado de branco, traços fisionômicos irradiando enorme simpatia, Henrique de Luna auscultou-me demoradamente, sorriu e explicou: é de lamentar que tenha vindo pelo suicídio.
 Suicídio? Creio haja engano - asseverei, melindrado -, meu regresso do mundo não teve essa causa. Lutei mais de quarenta dias, na Casa de Saúde, tentando vencer a morte. Sofri duas operações graves, devido à oclusão intestinal...
A oclusão derivava de elementos cancerosos, e estes, por sua vez, de algumas leviandades do meu estimado irmão. A moléstia talvez não assumisse características tão graves, se o seu procedimento mental no planeta estivesse enquadrado nos princípios da fraternidade e da temperança. Entretanto, seu modo especial de conviver, muita vez exasperado e sombrio, captava destruidoras vibrações naqueles que o ouviam. Nunca imaginou que a cólera fosse manancial de forças negativas para nós mesmos? A ausência de autodomínio; a inadvertência no trato com os semelhantes conduziam-no à esfera dos seres doentes e inferiores. Tal circunstância agravou, de muito, o seu estado físico.
 “Dentre os fatores que influenciam o comportamento suicida incluem-se os socioambientais, psicológicos, biológicos e espirituais, cada um com um peso específico, entretanto, separadamente, nenhum deles pode ser suficiente para explicar tal atitude” (5).
A técnica de regressão de memória, após a hipnose, aponta no sentido de que nascer é um dever e não um prazer. “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei”.
Com esta técnica encontra-se uma variedade de experiências e motivações, sempre relacionadas com o nível evolutivo dos indivíduos ou espíritos reencarnados. No ato de nascer o que mais impressiona é o grau de tristeza experimentado pelo ser, ao emergir no mundo. As reações mais comuns são o desgosto, desconforto físico-moral e o ressentimento pela falta de amor ou de consideração da parte dos pais e da equipe de saúde. Esses são geralmente impessoais e frios, por absoluta ignorância da vida espiritual. A inteligência cognitiva desenvolvida contrasta com a inteligência espiritual embrionária. “Muitos não estão nem aí” para o medo e a dor da parturiente.
Num relato de uma pessoa em regressão de memória pode-se saber que “o médico estava numa tremenda ressaca e via no bebê um ser inconsciente, tratando-o como um objeto”.
Há o relato do desconforto diante do ar frio e da luminosidade, do esgotamento e da irritação diante dos primeiros momentos fora da câmara de materialização, útero materno. Alguns disseram que, nessas condições iniciais, a luz e o ar são ásperos. Outros reclamaram por terem sido lavados “por um idiota com uma esponja que arranhava”. Outro desconforto é “estar espremido naquele corpo diminuto” e sentir a sensação de que “a mente é grande demais para caber na calota craniana”.
Tudo parece indicar que a morte pode ser uma experiência extremamente agradável e que nascer é que é uma tragédia. Fácil entender, depois do exposto, porque os espíritas torcem o nariz para a eutanásia, o suicídio e o aborto criminoso.
Quando a profecia do Betinho estiver prestes a se cumprir, para o articulista ou o leitor, vamos ajudar com uma prece, do fundo do coração. Sugiro a que Jesus nos ensinou, enfatizando “perdoe as nossas dividas assim como perdoamos aos nossos devedores”.










sábado, 12 de novembro de 2016

A sexualidade ante o imperativo da educação, da disciplina e do emprego digno (Jorge Hessen)



Jorge Hessen
jorgehessen@gmail.com
Brasília.DF

Atualmente estamos atravessando períodos instáveis na área da sexualidade e do sentimento humano. Em um artigo publicado no Mail, David Levy, autor de ‘Love and Sex With Robots’ (Amor e sexo com robôs, em tradução livre), diz: “Os robôs sexuais serão muito semelhantes aos humanos em tamanho e aparência. Eles terão órgãos genitais como os dos humanos, e será possível práticas sexuais com eles de acordo com a orientação e as preferências sexuais do dono.” “As máquinas em questão estão sendo desenvolvidas pela empresa Abyss Creations em sua fábrica na Califórnia. O preço estimado para o varejo é de U$ 15 mil (cerca de R$ 48 mil). [1]

Noticia-se horríveis casos de pedofilia, zoofilia, necrofilia, febofilia, pederastia, entre outros intermináveis tipos perversões sexuais. Atualmente há ativistas que copulam literalmente com a natureza para “salvá-la” da destruição(!...?...) Isso mesmo! Apareceu uma nova modalidade de comportamento sexual, o ecossexualismo, que está se disseminando especialmente no hemisfério Norte.

Narram que os ecossexualistas praticam o coito com árvores. Se penduram desnudos nos galhos e arriscam chegar à descarga orgástica. Se auto-excitam debaixo de cachoeiras ou rolam no chão, ou na grama até atingirem o ápice do prazer.

Fomos informados sobre um tipo de relacionamento afetivo em regime de poliamor ou seja, os poliamantes praticam, o desejo, ou a aceitação de ter mais de um relacionamento íntimo simultaneamente com o conhecimento e consentimento de todos os envolvidos. O praticante defende a possibilidade de se estar envolvido de modo “responsável” em relações íntimas, profundas e eventualmente duradouras com vários parceiros simultaneamente.

Existem os “relacionamentos abertos”, isto é relação afetiva “estável” (habitualmente entre duas pessoas) em que os participantes são livres para terem outros parceiros. Se for casado, se diz que é um “casamento aberto”. Parece que que, o “relacionamento aberto” e o “poliamor” não são a mesma coisa. Em termos gerais, afirma-se que "relacionamento aberto" refere-se a uma não exclusividade sexual na união, enquanto o poliamor envolve a extensão desta não exclusividade para o campo afetivo ao permitir que se criem laços emocionais exteriores à relação primordial com certa estabilidade.

Sabemos que o comportamento na área da sexualidade é essencial para o desenvolvimento individual, interpessoal e social. Também sabemos que os direitos sexuais são direitos humanos universais baseados na liberdade inerente, dignidade e igualdade para todos os seres humanos.

Conhecemos as leis humanas e sabemos do direito à liberdade sexual, à autonomia, à integridade, à segurança do corpo, à privacidade, à igualdade, à expressão sexual, à livre associação sexual, às escolhas reprodutivas livres e responsáveis, à informação baseada no conhecimento científico, à educação, à saúde sexual.
Não estamos aqui para lançar censuras a tais “direitos”, mas cumpre-nos lembrar e advertir que no Livro do Levítico, a Lei de Moisés constrói o estatuto referente às práticas sexuais, determinado as proibidas, as abomináveis e as impuras [2] Sem embargo, contudo, compreendemos que as Leis de Deus estão inscritas na consciência de cada um.

Sobre o tema sexualidade Emmanuel desenvolve conceitos doutrinários a fim de explicar que as teorias, ao redor do sexo, foram objeto de sensatas explicações por Kardec no Século XIX, na previsão dos choques de opinião, em matéria afetiva, que a Humanidade de agora enfrenta. O mentor de Chico Xavier sintetizou todas as divagações nas regras seguintes: Não proibição, mas educação. Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o devido respeito aos outros e a si mesmo. Não indisciplina, mas controle. Não impulso livre, mas responsabilidade. Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender ou reaprender com a experiência. [3]

Portanto, sem educação, sem controle, sem disciplina, sem emprego digno, será enganar-nos, sofrer e recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da reencarnação, até porque o emprego do sexo, ante a luz do amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada um.

Admoesta o autor de Vida e Sexo que em matéria de comportamento sexual todos nós nos achamos muito longe da meta por alcançar. Se alguém nos parece cair, sob enganos do sentimento, devemos silenciar e esperar. Se alguém se nos afigura tombar em delinquência, por desvarios do coração, devemos esperar e silenciar. [4]

Devemos calar as nossas possíveis acusações, ante as supostas culpas alheias, porquanto nenhum de nós, por agora, é capaz de medir a parte de responsabilidade que nos compete a cada um nas irreflexões e desequilíbrios dos outros. Não dispomos de recursos para examinar as consciências alheias e cada um de nós, ante a Sabedoria Divina, é um caso particular, em matéria de amor, reclamando compreensão. [5]

Diante de toda e qualquer desarmonia do mundo afetivo, seja com quem for e como for, coloquemo-nos, em pensamento, no lugar dos acusados, analisando as nossas tendências mais íntimas e, após verificarmos se estamos em condições de censurar alguém, escutemos, no âmago da consciência, o apelo inolvidável do Cristo: “Amai­vos uns aos outros, como eu vos amei”. [6]

Referências bibliográficas:

[1]Disponível em https://br.noticias.yahoo.com/conhe%C3%A7a-os-rob%C3%B4s-sexuais-que-ser%C3%A3o-lan%C3%A7ados-em-092237759.html acesso 09/11/2016
[2]Lv 18, 26-30
[3]Xavier, Francisco Cândido. Vida e Sexo, RJ: Ed. FEB, 1977
[4]Idem
[5]Idem

[6]Jo. 13, 14