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quinta-feira, 30 de abril de 2015

FOTOGRAFIA ESPÍRITA? III


Leonardo Paixão (*)


Em nosso primeiro artigo sobre a possibilidade do fenômeno de fotografia transcendental, assim como no segundo (1), colocamos fotos e análises de profissionais da área, pessoas idôneas no que realizam e cientes da responsabilidade diante da Doutrina dos Espíritos, pesquisaram e chegaram à conclusão de não estarem diante de um fenômeno espírita.
Tendo feito este pequeno resumo introdutório, trazemos para os nossos estudos sobre os fatos de fotografia transcendental ou espírita, uma imagem em que estamos ao lado de uma amiga e irmã de Doutrina, a sra. M. F (esclarecemos que consultando a referida irmã, ela nos autorizou o uso da imagem). Parece que, quando pesquisamos com seriedade, os Espíritos – e nós alheios à sua ação – promovem fenômenos ao nosso próprio redor a fim de que nos seja melhor observável o fato ou os fatos. Na foto que abaixo colocamos, além da análise séria, ponderada, de nosso irmão Aloísio Di Donato, voluntário no IPATI – Instituto de Pesquisas Avançadas em Transcomunicação Instrumental, sendo o nosso irmão médium ostensivo, obtivemos também informação mediúnica sobre o evento, informação esta que transcreveremos de um diálogo como caro irmão através do aplicativo whatsapp pelo celular.
A sra. M. F. e eu (Leonardo Paixão) em momento de descontração no Encontro Fraterno (2) em casa de uma das irmãs do Grupo Espírita Semeadores da Paz, Campos, RJ.
Diálogo:
Aloísio Di Donato (após analisar outras fotos da mesma máquina, no caso, celular): A informação que recebi é: essas fotos foram feitas após o término dos estudos e você foi um orador elucidativo, por isso a postura de algum aparelho fonográfico para ampliação do som propagado.
Leonardo Paixão: Foi exatamente isso o que ocorreu! Mais um material para artigo. Nossa! Nem te falei que foi um encontro fraterno e que estudamos o Bastidores da Mediunidade!! (3) Interessante isso.
Aloísio Di Donato (4): É uma forma de comprovar o feito.


Aí está, a mediunidade séria, positiva, auxiliando na decifração dos fenômenos. Cabe colocar também que no Encontro Fraterno ocorrido foi percebida a presença de Espíritos ligados à falange do espírito Bezerra de Menezes e foi observado por sensitivos um clarão no ambiente. Parte deste clarão se revelou na foto? Pelo exposto, é provável que sim.
Campos dos Goytacazes, 30/04/2015
Notas:
(1)http://orebate-jorgehessen.blogspot.com.br/2015/01/fotografia-espirita.html
(2) Os membros do Grupo Espírita Semeadores da Paz, Campos, RJ, de 15 em 15 dias se confraternizam em casa de um de seus irmãos/irmãs e o estudo do Grupo é para lá transferido quando se é o caso, quando não se é há a realização de Culto do Evangelho no Lar e depois a saudável comensalidade própria destes encontros.
(3) Bastidores da Mediunidade, do Espírito Nora, psicografia de Emanuel Cristiano.
(4) Agradecemos ao nosso irmão Aloísio Di Donato a paciência de sempre e a atenção sempre dispensada.
(*) Leonardo Paixão é trabalhador espírita em Campos dos Goytacazes, colaborando com um grupo de amigos de ideal no Grupo Espírita Semeadores da Paz.

RELIGIÃO EM PART-TIME

Margarida Azevedo

Frequentou Universidade Nova de Lisboa
Mora em Sintra

A moldura social e política em que estamos encaixados criou um tecido vivencial de tal modo compartimentado que não permite transacções entre si. Há bem pouco tempo, até meados do séc. XX, ou um pouco mais, o indivíduo íntegro era aquele que, porque sem colisões, concentrava na mesma pessoa a harmonia do conjunto de saberes, ideais políticos e religiosos, os modos de estar na família e na sociedade. Era impensável defender no altar determinado propósito e comportar-se de modo oposto.
É certo que muitos houve que faziam desta multiplicidade uma máscara, ou por incompatibilidades de ordem política, ou religiosa, ou outras, nomeadamente sexuais. O casamento, por exemplo, era uma salvaguarda social para os que não queriam casar, por um deficitário relacionamento com o sexo oposto ou outras motivações. Por exemplo, os diferentes gostos sexuais ainda hoje são profundamente discriminatórios. Homossexualidade e heterossexxualidade ainda não estão resolvidas. No entanto, estas clivagens, por verniz ou por desajustes psicológicos, por tendências diferentes ou objectivaçãoes “fora da norma”, eram representativas, também, de uma sociedade pouco aberta, ou mesmo fechada, ao muito diferente.
Ora, o séc. XXI, pomposamente, tem-se esforçado por dar uma imagem contrária, defendendo liberdades e reforçando a importância do individualismo, nomeadamente nas áreas sexual e religiosa. A par disso, deu continuidade à tão importante laicização do Estado, procurando sedimentá-la.
Perante este quadro, aparentemente tão democrático, tudo isto poderia ser, efetivamente, constituinte de um código legislativo que colocassse em pé de igualdade os grupos religiosos. Mas o vil metal, porque quem paga tem direitos, e quem mais paga mais direitos tem, relega para níveis praticamente insignificantes grupos economicamente menos favoráveis. Como é que estes sobrevivem? As teologias ficam para segundo plano, o estudo e as exegeses são letra morta, remetidas para elites intelectuais, manipulando os textos ao interesse da massa anónima de fiéis. Assim, convertem o silêncio económico em promesssas de felicidade na terra, criam um universo de esperança nos desesperados da sorte, nos desherdados do espírito; incutem-lhes o sentimento de que são os preferidos de Deus, prometendo-lhes a felicidade eterna a troco de nada. E se com dor de cabeça ninguém estuda, com a vida às avesssas pensam que também não. Desta forma, não os fazem ver que é no estudo dedicado que parte dos problemas são esclarecidos e, quem sabe, até mesmo resolvidos, ou seja, o inverso do que lhes é incutido.
Posto isto, pergunta-se: O desenvolvimento civilizacional, que colora os discursos dos nossos políticos, faz com que a liberdade religiosa deixe de ser um problema? Houve/há, efectivamente, uma laicização do Estado? Por outras palavras, todos os grupos religiosos têm igual participação na vida pública dos Estados, são igualmente chamados às suas responsabilidades cívicas? Já vimos que não, o que legitima um grupo religioso impor normas que colidam com o que, democraticamente, é votado nos parlamentos. E o contrário também se coloca: Será legítimo saírem leis que não são cumpridas, apenas para ficarem registadas no papel, cujo propósito parece ser o de apenas dar uma imagem floreada de que é democrático um Estado mas, no fundo, subjaz um resíduo de preferencialismos com implicações sociais e políticas discriminatórias?
O que herdámos do séc. XX, principalmente a partir do último quartel? A religião tenta sobreviver, parece-nos, sobre uma jangada frágil numa tempestade que está longe de passar. Confrontando-se com a sua história, as suas bases ideológicas de outrora, o universo de sentido que lhe conferiu identidade está hoje a desmoronar-se. O receio, o medo da perda de identidade, resultado de uma cada vez maior aproximação entre os crentes das várias congregações, está a conduzir a identidade religiosa para segundo plano. A religião tornou-se matéria de consumo como uma pizza: come-se rapidamente, até de pé se for preciso, e acompanha-se com um copo do mais saboroso veneno, uma gasosa cheia de açúcar.
O cidadão europeu e crente tornou-se nisto: Vai ao ginásio uma ou duas vezes por semana, vai ao cinema uma vez por outra, faz jogging aos Domingos, passa horas a navegar na internet, se sobrar tempo, e se lhe apetecer, vai à sua igreja. Se estiver de maré, é capaz de pertencer a um grupozeco lá dentro, principalmente se a vida, entretanto, estiver a dar para o avesso. Se lhe sobrar tempo, faz amor com o/a companheiro/a, mas isso não é importante. Primeiro vê o futebol ou o ténis, faz às compras, enteira-se das marcas de roupa e das novas colecções, vai a um concerto que não quer perder, e só depois poderá haver, ou não, tempo para os amores.
Por mais que ele queira, ou nem isso lhe passa pela cabeça, o que aprendeu na igreja não transpira cá para fora. Se vai para o jogging é porque passa horas sentado, o que é prejudicial para a saúde, se vai a uma igreja é porque precisa de desabafar, o que, para alguns, sempre sai mais barato do que ir ao psicólogo ou ao psiquiatra. No fundo é tudo uma questão de opção: “Vou ao baile, ou vou ao culto?” Depende do que precisar no momento.
A religião já não compromete, não faz o indivíduo sentir-se mais e melhor empenhado na sociedade, não o implica na sua renovação. Quando o indivíduo aparece na igreja já vem modificado que chegue, embalsamado por uma ideologia globalizante e castradora que não lhe dá grande margem de manobra. Ele é um cibernético, cheio de megabits, programado, à procura de um discurso frente-a-frente, para variar. Crê nalguma coisa, tem fé. não duvidamos, mas não dispõe de liberdade mental para a viver. Está tremendamente ocupado. Mesmo que não esteja a trabalhar, tem que estar concentrado na sua actividade profissional, à mínima falha a porta da rua é serventia da casa, e há milhões atrás dele. Vive-se a infalibilidade do falível, o descartável, perdeu-se o rosto, a consideração, o reconhecimento, o valor do outro e o valor que ele é em si mesmo. Que diz a religião a isto? Por outro lado, é esta a laicização tão boa, tão livre e tão democrática?
Confundir a laicização com ausência de valores, com deshumanização, caindo num economicismo gerador de pobreza para transpor para a religião o papel, o tal papel residual, de casa de caridade, é castrador para a religião, é deshumano para a sociedade no seu todo.
Com isto, o laico e o religioso disputam o poder, e disputá-lo-ão ad infinitum, se entretanto as coisas não mudarem.
Que discurso sobra para a religião? Será esta um discurso que, de terrivelmente impositivo, passou a submisso? Estará a religião condenada a ser um discurso encerrado nas suas quatro paredes, vocacionado para os desgraçados, os infortunados, continuando com uma duplicidade do tipo: bem eterno no céu, para os pobres; graças efémeras na terra, para os ricos? Ora, os pobres não terão jamais direito à terra, na qual labutam, e os ricos, porque ricos, ao céu? E onde fica o humano?

quarta-feira, 29 de abril de 2015

EDUCAÇÃO E CONSTRUTIVISMO METAFÍSICO ? (Jorge Hessen)

Jorge Hessen
COLEÇÃO DE LIVROS GRATUITOS

Uma enquete realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), põe Brasil no topo de ranking de violência contra professores. [1] Há relatórios na “Pátria do Evangelho” advertindo que metade dos diretores de escolas primárias e jardins de infância sofreram agressões verbais e físicas de pais de alunos.

Para Miriam Abramovay, coordenadora da área de Juventude e Políticas Públicas da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais e coordenadora de pesquisas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura), os conflitos [violências] são resultado de relações sociais ruins e da falta de diálogo. A escola é muito centrada nela mesma, e muito pouco se propõe a dialogar com os jovens alunos. Isso cria um clima muito ruim. Um bom professor é o que ensina bem a disciplina, mas também o que sabe ser amigo, que sabe entender o que é ser jovem. Há abuso de professores e professoras relacionado à fragilidade do que é ser adolescente. [2]

Entendemos que dentro de uma visão espírita a escola (pública ou particular – espírita ou não) deve formar um homem novo e precisa ser uma escola inteiramente inovadora, rompendo com o sistema vigente, pois a educação tradicional, conforme aferimos, já não atende às necessidades da atual geração. A escola deve incentivar a participação, a interação, o diálogo, o debate livre, o estudo em grupo e abolir todas as formas de repressão.

Qualquer professor hoje sabe dos problemas de disciplina e desinteresse que existem nas salas de aula. Esses problemas demonstram que a escola em sua maioria não está adequada às atuais gerações. É preciso uma escola ativa em alto grau, diligente, que respeite a inteligência dos alunos, mas é também preciso uma escola que saiba que o aluno é um ser reencarnado, e a finalidade da sua educação não é apenas moldá-lo para o mercado de trabalho, mas para a sua realização humana, para o cumprimento da sua missão e para a sua transcendência.

O pensamento herculanista entroniza a liberdade como uma das facetas essenciais da pedagogia espírita. Pestalozzi, em Yverdon, praticava essa liberdade de ação em que as crianças podiam escolher atividades e até poderiam entrar e sair do castelo à vontade. Desde Rousseau sabemos que uma das exigências mais prementes para a educação é conectar o homem novamente com a natureza. Nos EUA, na década de 30, o padre Flanagan mostrou que a liberdade é fator preponderante inclusive na recuperação de crianças e adolescentes considerados delinquentes. Flanagan fundou a cidade dos meninos, onde os próprios adolescentes geriam a comunidade, trabalhavam e tinham plena liberdade de entrada e saída.

Os Espíritos que estão reencarnando para semear os novos tempos para uma nova era não estão mais se adaptando ao esquema tradicional da sovina educação coercitiva. Em face disso, alguns alunos descambam para a agressão e delitos de graves consequências. A escola deve recuperar a alegria, a vitalidade e o estímulo, e deixar de ser essa prática maçante e monótona de que nenhum aluno gosta. O educador não pode ser repressor, mas deve se empenhar para despertar um processo de aprendizagem aprazível, entretanto ajuizado e fecundo. Nenhum aluno aprende a ser “responsável” apenas obedecendo ordens sob “açoites” verbais e às vezes até físicos. Ninguém aprende a agir espontaneamente estando o tempo todo sob coerção. A virtude moral só pode brotar da livre escolha do indivíduo. Não esqueçamos que a própria pedagogia Divina age assim conosco – ela nos deixa aprender com nossos próprios erros, para alcançarmos a moralidade no clima da liberdade.

Compreendemos que o construtivismo[3] é a força pedagógica da modernidade. Tal corrente pedagógica vem desde o tempo de Sócrates e Platão, sobrevindo em Rousseau e Pestalozzi. O núcleo da tese construtivista é que o indivíduo constrói o seu próprio conhecimento e só pode fazê-lo através da ação. Essa tese é categoricamente correta. Entretanto o construtivismo comumente cultivado e estudado hoje é um construtivismo materialista, tendo como semideuses inspiradores Vygotsky e Piaget, ao passo que o construtivismo Socrático, Platônico, Rousseauniano e Pestalozziano é um construtivismo, digamos, mais espiritualista.

Será que a proposta de pedagogia espírita é um construtivismo metafísico? Está capacitada para educar, desenvolver e alforriar a consciência do aluno das injunções repressivas da educação materialista empregada atualmente?

Uma coisa é verdadeira: após Jesus, asseguramos que Allan Kardec FOI, É e sempre SERÁ o maior educador da História.


Nota e referências:


[1] Disponível em http://g1.globo.com/educacao/noticia/2014/08/pesquisa-poe-brasil-em-topo-de-ranking-de-violencia-contra-professores.html acessado em 25/04/15

[2] Disponível em http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/12/17/a-escola-tinha-que-ser-de-protecao-e-nao-de-reproducao-da-violencia.htm acessado em 23/04/15

[3] Uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio.

terça-feira, 28 de abril de 2015

Os Trunfos do Espiritismo



         Duas inteligências contribuem para o desenvolvimento do Espiritismo: a dos seus atuantes adeptos e a dos Espíritos.
         Os adeptos, como dirigentes de instituições, palestrantes, escritores, etc. Os Espíritos, espíritas, os que comungam com a Terceira Revelação, como protetores espirituais, como escritores psicográficos, etc., constituindo suas realizadoras forças. 
Daí, instituições sérias e progressistas movidas pelo eficaz trabalho de abnegados companheiros, em cumprimento aos conceitos Espiritistas, o que não acontece com muitas outras. É o que nos adverte o Espírito Bezerra de Menezes: {...} “No entanto, mesmo dentre aquelas que se dizem espíritas, muitas há que não conseguiram construir essa ponte luminosa, em função da deficiência de seus dirigentes, da insinceridade de seus membros, da invigilância daqueles que a ela se achegam, interessados em resolver problemas da Terra usando os recursos do Céu” {...} (1)
         É verdade!.. Aquele que participa do atual movimento Espírita, assiste assustado e surpreso, práticas egressas de outras doutrinas infiltradas no seio de algumas instituições!..
         Reconhecendo esse estado de coisas, seria prudente, necessário, e até mesmo urgente, ouvir os Espíritos sérios, em reuniões práticas, quanto a validade dessas estranhas e desfiguradas incursões, nunca observadas em Casas que a muito freqüentamos!
 É evidente, que não iríamos manter algum espírito à “tiracolo”, mesmo porque não estariam Eles, todo o tempo, a nossa disposição, entretanto, não nos seria proibido, muito ao contrário, seria providencial, aconselhável, provocarmos constantes contactos com os Espíritos, amigos da instituição, a busca de seguras avaliações do que estamos realizando nas Casas Espíritas!.. 
Estariam Eles, dispostos a nos atender? {...} “Uma noite, seu    Espírito  protetor, Z.,  deu-lhe,   por   um   médium,  uma comunicação  toda  pessoal,  na  qual lhe dizia, entre outras coisas, tê-lo conhecido em uma precedente existência, quando,  ao   tempo   dos  Druidas,  viviam   juntos   nas  Gálias.  Ele se chamava, então, Allan Kardec, e, como a amizade  que  lhe havia  votado só  fazia  aumentar,  prometia-lhe  esse       
Espírito secundá-lo na tarefa muito importante a que ele era chamado, e que facilmente levaria a termo”. {...} (2)

          Sendo os Espíritos zelosos com a Doutrina, estariam  interessados em nos tirar da ignorância?
          102. “Os Espíritos, porém, fazem mais que isso; se as suas revelações são rodeadas de certas dificuldades, se elas exigem minuciosas precauções para se lhes comprovar a exatidão, não é menos real que os Espíritos esclarecidos, --- quando sabemos interrogá-los e quando lhes é permitido  --- podem revelar-nos fatos ignorados, dar-nos a explicação do que não compreendemos e encaminhar-nos para um progresso mais rápido. É nisto, sobretudo, que o estudo sério e completo da ciência espírita é indispensável, a fim de só se lhe pedir o que ela pode dar e do modo por que o pode fazer; ultrapassando esses limites é que nos expomos a ser enganados.” (3)
           Por consultá-los, certamente não abriríamos mão do nosso livre arbítrio, da “fé raciocinada”, avaliando; de usar médiuns estranhos uns aos outros, e ignorantes ao assunto a ser tratado!..
          99. “Dois meios podem servir para fixar as ideias sobre as questões duvidosas: o primeiro, é submeter todas as comunicações ao exame severo da razão, do bom senso e da lógica; ... O segundo critério da verdade está na concordância do ensino. Quando o mesmo princípio é ensinado em muitos pontos por diferentes Espíritos e médiuns estranhos uns aos outros e isentos de idênticas influências, pode-se concluir que ele está mais próximo da verdade do que aquele que emana de uma só fonte e é contradito pela maioria”. (4)  
          Se a Codificação de Allan kardec nasceu de propostas e repostas entre duas inteligências sérias, seria interessante usar agora o mesmo modelo, inquirindo amistosamente, fraternalmente os bons Espíritos, sobre o que é empregado hoje nas Casas Espíritas, prevenindo-nos de possíveis enxertos, colhidos em doutrinas terra a terra, contrários a pureza que o Consolador Prometido divulga!..

          Cachoeiro de Itapemirim, ES, 01 de maio de 2014.

                                                                                     Domingos Cocco
                                          domingoscocco1931@yahoo.com.br


(1)     -  Herdeiros do Novo Mundo –  Lucius – pág. 151 - editora “ide” - 1ª ed. – 2009
(2)     -  O que é o Espiritismo – AK – 37ª ed. – pág. 18
(3)     -  O que é o Espiritismo – pág. 190
(4)   -  O que é o Espiritismo -  pág.  185  

                                 Rua Neca Bongosto n° 06 – Bairro Sumaré
                                               Telefone: (028) - 3522-4053 – CEP 29304-590 
                                                   Cachoeiro de Itapemirim – Estado do Espírito Santo

segunda-feira, 27 de abril de 2015

CENTRO ESPIRITA VICENTE DE PAULO


domingo, 26 de abril de 2015

Planeta Terra, um gigante em plena agonia!






Arnaldo Rocha


Acorda desse sonho anestesiante
Temos a poluição dos ares
E perceba o que ocorre a teu lado;
Pela indústria de transformação
Não fujas da verdade nesse instante,
Emitindo venenosos gases,
Pois que o mundo está condenado.

Prejudicando a respiração,
Ainda é tempo de retroceder
Trazendo outros agravantes
Reparando essa grave desarmonia,
À saúde dos seres humanos
Vamos lutar para reviver
Com sintomas apavorantes
Esse gigante em plena agonia.

De doenças que causam danos.
Temos consciência e conhecimento
Temos mares e rios prejudicados
Para iniciarmos a recuperação;
Por esgotos e resíduos industriais
Não deixemos passar o momento,
Deixando os seres vivos contaminados
É hora de darmos nossa contribuição.

Que vivem por esses locais
Enquanto há vida, há esperança!
O gigante se contorce no leito
Ajamos de forma inteligente,
Vítima de nossas más ações,
Com boa-vontade e confiança
Reagindo do seu próprio jeito
Para que nosso amanhã seja diferente.

Devido a tantas profanações.
Esse mal provém da ambição desmedida
Há todo um problema climático
Do homem em busca da riqueza,
Alterando as quatro estações:
Que cego, inconsciente e sem medida
É o derretimento do gelo nos pólos
Destrói,  impiedosamente, a natureza.

As enchentes, as secas, os furacões.
Esclareçamos a toda nossa sociedade
Procuremos, agora, mudar
Sobre a utilização indevida do solo,
Essa difícil e amarga situação
Mostrando-nos por essa realidade
Para que não venhamos a chorar
Quando uma ação se transforma em dolo.

Sofrendo as consequências da inação.
Temos as queimadas criminosas
Ainda é tempo de se escolher
E o desmatamento desregrado
Entre o desequilíbrio e a harmonia;
Realizados por mãos impiedosas
Vamos lutar para reviver
Que deixam o solo desertificado,

Esse gigante em plena agonia.
Acabando com a vida dos animais,
Modificando o meio-ambiente,
Secando as fontes naturais,
Uma crueldade sem precedente.


Aprendendo com Yvonne Pereira: Desenvolvimento Mediúnico Seguro (Parte 2) – Os Passes como preparação para os candidatos às reuniões mediúnicas


        
Leonardo Marmo Moreira

        Continuando o nosso estudo baseado no último capítulo de “Cânticos do Coração – volume II” (Capítulo IX – “Considerações sobre a Mediunidade”) de Yvonne do Amaral Pereira, vale lembrar o comentário do admirável escritor espírita Hermínio C. Miranda. Diz Hermínio a respeito dessa publicação:

                “Escritos de Yvonne Pereira serão sempre bem-vindos. Por isso,  saudamos esta coletânea que, inspiradamente, os companheiros do “Léon Denis” foram buscar nas esquecidas páginas de “Obreiros do Bem”. É uma alegria esta visita da querida e devotada trabalhadora, com a qual poderemos conviver um pouco mais, através dos seus textos repletos de ensinamentos colhidos em décadas de estudo e prática  da abençoada Doutrina dos Espíritos. Ela tem o que dizer e o diz com autoridade, competência e sobriedade.” Hermínio C. Miranda

                De fato, Dona Yvonne escreve com objetividade, coerência doutrinária, além de apresentar uma opinião chancelada por vasta experiência mediúnica, de médium bem sucedida em suas tarefas, o que pode ser ilustrado simplesmente citando uma extraordinária trilogia (entre várias!) de sua lavra medianímica: “Memórias de Um Suicida”; “Devassando o Invisível” e “Recordações da Mediunidade”.

                Dando prosseguimento à análise começada no artigo anterior, vale recordar as questões que foram direcionadas à Dona Yvonne:

"O Sr. G. S. V., estudioso dos assuntos espíritas, mandou-nos as seguintes perguntas: 1 - Como ajudar o desenvolvimento prático da mediunidade? 2- Qual o método de desenvolvimento a médiuns comuns, sem forçá-los ou condicioná-los às manifestações? 3- Como devemos dirigir esta parte? 4- Qual a forma segura, sem forçar, que os predisponha a um desenvolvimento natural, sério, tranquilo?

            No trabalho anterior, nós transcrevemos e comentamos as respostas de Dona Yvonne às duas primeiras questões. Vejamos o que nossa nobre médium e espírita militante expõe a respeito das questões 3 e 4:
Yvonne: “ 3- O meio mais prudente para dirigir esta parte é o seguinte, prática esta estabelecida nos núcleos espíritas mais esclarecidos e criteriosos:
a)      Sessões teóricas para os candidatos ao desenvolvimento. Estudo indispensável de “O Livro dos Médiuns” de Allan Kardec, e de outras obras que auxiliem o esforço para a sintonização das próprias vibrações com as forças do alto.
b)      Se os candidatos forem portadores de boa moral, boa saúde e desejo de servir a Deus e ao próximo, se já frequentam sessões de estudo, aproveitando das instruções recebidas, do critério da Doutrina e da responsabilidade assumida, poderão aplicar passes, no próprio centro ou fora dele, acompanhados de irmãos mais experimentados, ao iniciarem o mister. Esse é o trabalho da fé e da coragem, desburocratizado, e nada devemos temer, pois estaremos assistidos ocultamente pelos mensageiros do Cristo (grifos meus).

Será erro, porém, supor que, para aplicar passes, necessitamos receber Espíritos e sermos médiuns desenvolvidos. Esse método é falso, infiltrações infelizes de outras correntes de ideias na lúcida Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec (grifos meus).
Aplicando passes criteriosamente, no sublime trabalho da Caridade, com fervor, responsabilidade e amor, o pretendente será, por certo, assistido pelos mensageiros do bem e, se possuir outras faculdades, desenvolvê-las-á suavemente, naturalmente, seguramente, em faixas espirituais protetoras e iluminadas, sem necessidade de passar por aqueles terríveis períodos obsessivos provocados pelas sessões de desenvolvimento, forçando a explosão da faculdade que pode não existir. Esses são os casos normais (grifos meus).

c)      Além dos trabalhos de passes, o candidato poderá assistir a reuniões práticas ditas “de caridade“ (não para desobsessões), fora da mesa, numa “segunda corrente”. Que o presidente não se incomode com ele. O dia em que ele, médium, sentir qualquer anormalidade, sente-se à mesa e, com certeza, o caso estará resolvido.
Deverá também estudar a Doutrina Espírita e o Evangelho, diariamente, evitando, porém, o fanatismo pelas obras mediúnicas e meditando criteriosamente sobre as clássicas, observando a pesquisa moderna,; orar, suplicar, oferecer seu trabalho a Jesus, aprendendo com ele a ser bom e humilde de coração e a renunciar, embora o preparo para as renúncias necessárias  à boa marcha dos trabalhos seja lento, progressivo; e fazer caridade, também sem fanatismo, antes equilibrada e útil. É uma renovação moral que se impõe para se conseguir a boa mediunidade (grifos meus).
O médium, outrossim, não deve nem pode pensar nos próprios deveres apenas ao se sentar à mesa, mas a cada hora que viver, pois é uma antena sempre desperta, que receberá tudo, e que poderá prejudicar-se e ao seu trabalho mediúnico por muitas formas diferentes,  se se descurar das próprias responsabilidades.
            Para os casos de obsessão ou atuações fortes em médiuns não desenvolvidos não convirá desenvolvê-los nessa ocasião. Nesse estado anormal, o médium torna-se um enfermo que necessita tratamento antes de mais nada. O mais prudente será passar a entidade para outro médium, conversar com ela a fim de esclarecê-la, e tratar cautelosamente do médium, inclusive esclarecendo-o também.
            Doutrinar a entidade servindo-se do médium assim atormentado é prejudicá-lo ainda mais, pois ele poderá não possuir o critério necessário a tal empreendimento, nem aguentar a responsabilidade do compromisso; desenvolver sua faculdade nessa ocasião é abrir-lhe a possibilidade para novas obsessões. O trabalho de caridade, qualquer que seja, será recurso salvador (Yvonne A. Pereira).

            É impressionante a clareza, a didática e a objetividade do texto de Dona Yvonne. Interessantíssimo, a sua recomendação para que os “candidatos à mediunidade” possam considerar a possibildade do trabalho dos passes, como preparação mediúnica, pois, de fato, tal prática, pode ajudar no chamado “apercebimento fluídico”, seja ele, positivo ou negativo. Também é interessante a recomendação de Dona Yvonne para que as práticas dos passes, sobretudo para esses iniciantes seja feita em grupo, principalmente quando for fora da Casa Espírita. Dona Yvonne também enfatiza que o passe espírita dispensa totalmente a chamada “incorporção mediúnica”. Além disso, a notável médium espírita enfatiza que tal preparação dos candidatos à mediunidade, antes da frequência ao desenvolvimento mediúnico propriamente dito, é mais segura espiritualmente para o médium, pois ocorre “...sem necessidade de passar por aqueles terríveis períodos obsessivos provocados pelas sessões de desenvolvimento, forçando a explosão da faculdade que pode não existir”.
            Subsequentemente, Dona Yvonne recomenda que quando os candidatos à mediunidade e/ou reunião mediúnica, não necessariamente ostensivos, tiverem condições e passarem a frequentar a reunião mediúnica, não fiquem necessariamente em volta da mesa. E ela reforça que o médium “...Deverá também estudar a Doutrina Espírita e o Evangelho, diariamente, evitando, porém, o fanatismo pelas obras mediúnicas e meditando criteriosamente sobre as clássicas, observando a pesquisa moderna...”. Cabe a pergunta: Estamos estudando a Doutrina e o Evangelho diariamente?! Estamos estudando, além de obras mediúnicas (e vale lembrar que a Dona Yvonne era médium de ação e produzia obras mediúnicas de grande valor, tais como “Memórias de Um Suicida”!), as ditas “obras clássicas”, tais como os livros de Léon Denis e Gabriel Delanne?! Estamos “observando a pesquisa moderna”?! São reflexões que todos os dirigentes, doutrinadores, médiuns e espíritas militantes deveriam fazer....

Continuando, vejamos a resposta que nossa admirável missionária espírita fornece ao item 4:

Yvonne: “ 4- A psicografia é muito subdividida. Há médiuns psicógrafos de vários tipos [ver “O Livro dos Médiuns”, Cap. XVI, item 193]. Não se pode, portanto, pedir ao psicógrafo aquilo que ele não poderá dar, pois ás vezes, nosso pedido poderá não corresponder à sua especialidade, e novamente advir a intromissão do chamado animismo.
            Frequentemente, entre médiuns escreventes, poderá haver o impulso vibratório do braço, mas ele, o médium, não temo que escrever porque não possui faculdade literária. Nesse caso, Kardec aconselha a fazer perguntas ao seu Guia Espiritual, sempre respeitosas e doutrinárias, de forma, porém, a provocar respostas amplas, e me nome de Deus Todo Poderoso.
            Se o médium não possui dons literários será em vão tentar, pois somente obterá produções medíocres. A literatura autêntica na psicografia é dom especial, que não se poderá provocar. Em idênticas condições a poesia: nem todos os médiuns literários produzirão poesia, pois este dom é outra especialidade na psicografia [ver “O Livro dos Médiuns”, Cap. XVI, item 193].
O modo mais seguro, portanto, natural, sem forçar a explosão da faculdade, é o que aí fica exposto, resultado de longas observações em torno do caso, dos conselhos dos Bons Espíritos e das recomendações dos grandes mestres da Doutrina Espírita.
Convém não esquecer que a mediunidade é um dom de Deus, com o qual não devemos abusar. Devemos, sim, tratá-lo com amor e respeito, cultivá-lo com método, humildade e habilidade, à base do Evangelho, dele fazer instrumento da Caridade e da Fé.
Útil lembrar que a um médium não será apenas recomendado que produza belas páginas de literatura, mas, também, e acima de tudo, que console corações sofredores, enxugue lágrimas de aflição, socorra os infelizes, fornecendo-lhes Amor e Esperança, pois para isso possui ele as credenciais de intermediário entre a Terra e o Céu (Yvonne A. Pereira)”.

            Mais uma vez ficamos impressionados com a “aula” que Dona Yvonne do Amaral Pereira fornece-nos com simplicidade e objetividade, tipicamente kardequianas, uma vez que, sendo o “Codificador” admirável professor, sua obra destaca-se, concomitantemente, pela didática e profundidade conceitual.
            Yvonne Pereira comenta sobre os “vários tipos” de médiuns psicógrafos, implicando que cada um tem características próprias, as quais não podem ser negligenciadas por dirigentes e confrades, quando criamos expectativas sobre o que os mesmos podem produzir mediunicamente. Yvonne chega a dizer que essa “pressão excessiva” dos companheiros consiste em fator gerador do fenômeno anímico.
            Yvonne também enfatiza que não basta “ser médium” para ser um bom psicógrafo: “Se o médium não possui dons literários será em vão tentar, pois somente obterá produções medíocres”. Se aceitarmos esse interessante e muito razoável comentário (do ponto e vista doutrinário), temos que admitir que Chico Xavier, Yvonne e Divaldo podem não ter tido oportunidade de desfrutarem de muitos anos de escolaridade nessa última encarnação, mas, nem na juventude, foram “indivíduos ignorantes”, como já vimos alguns indivíduos apregoarem.
            Dona Yvonne também reforça que a “mediunidade de psicografia poeta”, digamos assim, também é uma especialidade muito peculiar e difícil de ser obtida. Diz a médium: “Em idênticas condições a poesia: nem todos os médiuns literários produzirão poesia, pois este dom é outra especialidade na psicografia”.
Além de sempre frisar sua referência principal, que é nosso mestre lionês Allan Kardec; Dona Yvonne, comenta que sua discussão sobre o respectivo assunto era o “..resultado de longas observações em torno do caso, dos conselhos dos Bons Espíritos e das recomendações dos grandes mestres da Doutrina Espírita”.

Para concluir, nossa admirável confreira afirma:Convém não esquecer que a mediunidade é um dom de Deus, com o qual não devemos abusar”. E ainda acrescenta:Devemos, sim, tratá-lo com amor e respeito, cultivá-lo com método, humildade e habilidade, à base do Evangelho, dele fazer instrumento da Caridade e da Fé”.
Fica evidente que Dona Yvonne tem muito a nos ensinar sobre mediunidade e sobre Doutrina Espírita de uma forma geral.

Encerrando esse pequenino estudo, de nossa parte, gostaríamos de convidar os confrades a lerem e estudarem mais o doutrinário, esclarecedor, relevante e atual trabalho que chegou até nós através do esforço de uma de nossas maiores médiuns espíritas, Dona Yvonne do Amaral Pereira.