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domingo, 26 de julho de 2009

MEU AMIGO REINALDO NUM ENTERRO




Há uns 8 anos estive num enterro, o qual começou a atrasar porque o padre não chegava de jeito nenhum, provavelmente com algum problema importante.

A família e os amigos da mesma eram todos católicos, e pelo que me consta muitos deles fervorosos.

A Capela do cemitério estava lotada de gente.

Lá pelas tantas ouvi falarem no meu nome, no meio de mil conversas paralelas (ai meu Jesus Cristinho, pensei... que está havendo?). E rapidamente um perguntava pro outro "quem é fulano?"... "cadê fulano?"... até que uma pessoa dentre as muito poucas que eu conhecia me viu e se aproximou rapidamente me falando assim... "fulano, a Esposa do finado pede sua presença ao lado dela e dos filhos para encomendar o corpo pois o padre não vai poder vir !".

Meu coração acelerou e eu cá com os meus botôes "pôxa... todos tão católicos e ninguém se habilita a favor uma oração ao lado da família?" E lá fui eu assustado e meio sem graça pois não conhecia ninguém e não era padre! Que eu podia fazer além de rezar? Isso qualquer um deles poderia fazer pois eram tidos todos como religiosos... frequentadores de igreja católica no fim de semana afinal!

Cheguei perto da esposa e filhos, únicos que eu conhecia além do finado (pessoas que eu sempre gostei muito), abracei-os, ao lado do caixão, e olhei para todos (naturalmente meio tenso com a situação), tentando passar mentalmente para eles a idéia de pararem com o burburinho e fazer silêncio... demorou um pouco mas veio o bendito silêncio.

Aí eu fechei os olhos e deixei que algumas palavras saíssem da minha boca (pedindo mentalmente ao meus protetores espirituais que me ajudassem)... rezar em voz alta não é problema para a maioria dos espíritas... mas como eu iria conduzir aquilo? Todos atentos a mim e sem saber quem eu era... Meu íntimo avisava que eu não era católico e deveria medir minhas palavras... eu não podia dizer nada que fosse colidir com a fé daquelas pessoas !

Aí me veio a intuição de dizer somente o seguinte, após o silêncio:

- Irmãos...somos todos irmãos pois somos filhos de um mesmo Pai...
- Peço agora a todos para fazerem nesse momento silêncio ambiental e mental para dedicarmos uma prece para nossa irmão "cicrano" que agora está num novo plano de vida (bem, todos ali eram espiritualistas por serem católicos, pois crêem na continuidade da vida após a chamada "morte"... a diferença era que eu creio na reencarnção e eles não).
- Vamos todos juntos fazer a oração que Jesus nos ensinou... o Pai Nosso.

Aí comecei... e todos vieram junto, ao ponto que me calei, baixei a cabeça e fiquei fazendo a oração mentalmente durante o tempo que ela durou.

No final pairava no ar uma energia excelente e dava prá perceber até um certo "alívio" geral, pois esse é um momento tenso tradicional nos enterros.

Pronto. Não falei mais nada sobre o tema com os presentes. Apenas umas poucas palavras, em "off" com a senhora e seus filhos que estavam abraçados comigo.

Pelo que sei, ninguém tinha menor idéia de quem eu era e no fim das contas isso não pareceu ter a menor importância, graças a Deus.

Fiquei aliviado. E segui juntoamente com as pessoas (eram muitas mesmo) rumo ao túmulo para o enterro.

Conclui novamente que todas as religiões são de Deus... afinal se somos seus filhos e nós homens é que criamos as religiões usando a inteligência que ele nos deu... o problema todo está na forma e não no conteúdo... então que assim seja.

Por consequência somos livres pensadores e cada qual tem sua fé... e sendo assim... Ufa! Que alívio ser espírita! Pude me comportar de forma que ninguém soube disso. Aliás... isso teria importância... interna (prá mim) ou externa (para os outros) ?

No "frigir" dos ovos, sugiro pois uma reflexão: Reflita sobre isso.


Reinaldo Macedo

quarta-feira, 22 de julho de 2009

A UTILIZAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO (ADULTAS OU EMBRIONÁRIAS) E O TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS SÃO VALIOSAS OPORTUNIDADES PARA O EXERCÍCIO DO AMOR.


Recentemente foi realizado um transplante de órgão (traquéia) que se é um marco histórico para a ciência. A façanha foi realizada por cirurgiões britânicos, espanhóis e italianos, que lograram êxito no primeiro transplante de um órgão criado e desenvolvido em laboratório. Conforme Lygia Pereira, geneticista da Universidade de São Paulo, uma das maiores especialistas do país em pesquisas com células-tronco(1), pela primeira vez se consegue construir uma estrutura do corpo humano (traquéia) em laboratório, preenchendo-se essa estrutura com células-tronco tiradas da medula da própria paciente. O grande feito desse fato não foi apenas a reprodução das células-tronco em volta da traquéia porém a reprodução de células-tronco da paciente para se evitar a rejeição.
A rejeição é um problema claramente compreensível, pois o corpo espiritual do receptor continuará intacto, exercendo pleno governo mental sobre o mais recente órgão correspondente. O órgão transplantado, fora do governo mental que o dirigia (nos casos de retirada de órgãos de doadores), permanece com vitalidade, desde que cuidadosamente imunizado. Para tanto, o perispírito do paciente transplantado provoca os elementos de defesa do seu corpo físico, cujos recursos imunológicos, em futuro próximo, naturalmente, vão suster ou coibir de forma mais eficaz. Especialistas, a partir 1967, desenvolveram várias drogas imunossupressoras (ciclosporina, azatiaprina e corticóides), para reduzir a possibilidade de rejeição, passando, então, os receptores de órgãos a ter maior sobrevida.
Apesar da construção em laboratório da traquéia acima citada, os transplantes ainda são realizados com órgãos retirados dos doadores. Razão pelo qual , quando a célula é retirada da sua estrutura formadora, no corpo humano, indo laboratorialmente para outro ambiente energético, ela perde o comando mental que a orientava e passa, dessa forma, a individualizar-se; ao ser implantada em outro organismo - nos transplantes, por exemplo - tenderá a adaptar-se ao novo comando [espiritual] que a revitalizará e, a seguir, coordenará sua trajetória. Transferido o órgão para outro corpo, automaticamente o perispírito do encarnado passa a influenciá-lo, moldando-o às suas necessidades, o que exigirá, do paciente beneficiado, a urgente transformação moral para melhor, a fim de que o seu mapa de provações seja, também, modificado pela sua renovação interior, gerando novas causas desencadeadoras para a felicidade que busca e, talvez, ainda não mereça.(2)
É fantástico o que vem sendo realizado com células-tronco para regenerar os tecidos. No caso do coração infartado, introjeta-se a célula-tronco no coração e essa célula regenera o órgão. Mas , sem dúvida, o grande feito foi a construção de um órgão inteiro no laboratório. É uma coisa mais complexa. Começou-se com um órgão simples, no caso a traquéia, que é um tubo, quem sabe um dia se consiga fazer um coração(3), um fígado, um rim. Outra conquista científica tem sido as pesquisas com células-tronco embrionárias. Estudadas desde o século 19, embora, só há 20 anos, pesquisadores tenham conseguido imortalizá-las, ou seja, cultivá-las, indefinidamente, em laboratório. Para isso, utilizaram células retiradas da massa celular interna de blastocistos (um dos estágios iniciais dos embriões de mamíferos) de camundongos. Essas células são conhecidas pela sigla ES, do inglês embryonic stem cells (células-tronco embrionárias), e são denominadas pluripotentes, pois podem proliferar, indefinidamente, in vitro, sem se diferenciar, ou, também, diferenciam-se, uma vez modificadas as condições de cultivo. Por causa de suas capacidades, as células-tronco têm sido objeto de intensas pesquisas atualmente, "pois poderiam no futuro funcionar como células substitutas em tecidos lesionados ou doentes, como nos casos de Alzheimer, Parkinson e doenças neuromusculares em geral, ou ainda no lugar de células que o organismo deixa de produzir por alguma deficiência, como no caso de diabetes. Entretanto cabe dizer que a aplicação imediata ainda está longe."(4)
O tema (utilização de células-tronco-embrionárias) é complexo e muitas outras observações podem ser feitas. O assunto deve e pode ser debatido de forma inteligente, e livre do ranço religiosista tacanho e preconceituoso, levando-nos a conclusões futuras mais satisfatórias. Não adianta posicionamento radical, até porque, a proposta científica, aqui no Brasil, é a da utilização, em pesquisa, dos embriões excedentes nas clínicas de reprodução assistida. O geneticista Oliver Smithies, de 82 anos, prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 2007, tem alertado que o nosso País deve acelerar o processo de pesquisas com células-tronco, que já começou (graças a Deus!) com a anuência da Lei de Biossegurança pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Cabe, aqui, explicar que há diferença entre células-tronco embrionárias e células-tronco adultas no tratamento de um paciente. As células adultas têm uma capacidade limitada de se transformarem em tecidos, em que pese a façanha acima da traquéia contruída, já as células embrionárias podem dar origem a todos os tecidos do corpo humano. Será que, hoje, aqueles que se opõem às pesquisas científicas, em questão, poderão garantir, com a máxima segurança, que, no futuro, não se beneficiarão dessa inovadora proposta de terapia humana? Diante destas questões tão polêmicas, é preciso que a sociedade como um todo se manifeste através de seus legisladores, e defina o que é socialmente aceitável no uso de células-tronco embrionárias humanas para fins médicos.
Inaceitável é impedir o progresso científico, baseado na premissa de que o uso do conhecimento pode infringir conceitos arraigados em dogmas estanques, medievais, ou morais, como matizes de "defesa da vida". Não podemos permanecer na ignorância. A ciência tem que atingir a finalidade que a Providência lhe assinou. Kardec ensina que nos instruímos pela força das coisas.
Nas práticas médicas de todas as especialidades, o transplante de órgãos é a que demonstra, com maior clareza, a estreita relação entre a morte e a nova vida, o renascimento das cinzas como Fênix.(5) Sobre o assunto, temos não temos fartas informações instrutivas dos Benfeitores Espirituais, até porque, a prática do transplante é uma conquista recente da medicina.
Francisco Cândido Xavier comenta que o "transplante de órgãos, na opinião dos Espíritos sábios, é um problema da ciência muito legítimo, muito natural e deve ser levado adiante." Os Espíritos, segundo ele, "não acreditam que o transplante de órgãos seja contrário às leis naturais. Pois é muito natural que, ao nos desvencilharmos do corpo físico, venhamos a doar os órgãos prestantes a companheiros necessitados deles, que possam utilizá-los com proveito"(6)Enfim as pesquisas com células-tronco adultas ou embrionárias, o transplante de órgãos (façanha da Ciência humana) são valiosas oportunidades dentre tantas outras colocadas à nossa disposição para o exercício do amor.
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net/
jorgehessen@gmail.com

Fontes:
(1) Disponível no site http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL869063-16020,00-TRANSPLANTE+DE+TRAQUEIA+ENTRA+PARA+HISTORIA+DO+MEDICINA.html
(2) Xavier, Francisco Cândido e Waldo Vieira. Evolução em dois Mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, 5ª edição, Rio de Janeiro: Editora FEB,1972, Capítulo 5 "Células e Corpo Espiritual"
(3) Há relatos de que uma adolescente norte-americana, de 14 anos, sobreviveu durante quatro meses sem coração. Ela usou um equipamento sob medida até que se conseguisse um transplante. É o primeiro caso de uma pessoa dessa idade que sobrevive tanto tempo.
(4) Lygia da Veiga Pereira, do Centro de Estudos do Genoma Humano da Universidade de São Paulo (USP).
(5) o mitológico pássaro, símbolo da renovação do tempo e da vida após a morte
(6) entrevista, à TV Tupi, em agosto de 1964, publicada na Revista Espírita Allan Kardec, ano X, n°38

quarta-feira, 15 de julho de 2009

UMBANDA E QUEJANDOS




Gracielle: Olá Senhor Jorge,

Jorge Hessen (Olá, Gracielle!)


Gracielle: recentemente vim perguntar-lhe acerca de um tema polêmico os Pretos Velhos, nao quis ser agressiva ao dizer que Divaldo foi prepotente ao fazer comentários,

Jorge Hessen: (Da mesma forma, nós não temos a intenção de “agredir” os pretos-velhos, ao afirmarmos – eu, no meu artigo e Divaldo, na palestra que proferiu – que eles são espíritos “ignorantes” e isso já lhe explicamos em email anterior.)


Gracielle: pelo contrário, quero dizer que existem coisas que estão fora de nosso conhecimento, acredito que tem coisas que nem imaginemos na realidade espiritual. J

orge Hessen: (Eu não posso e não devo formar opinião, fazendo conjecturas sobre o mundo espiritual. O que eu faço é analisar e formar opinião sobre o que há de concreto nos livros da Codificação e no vasto acervo das obras espíritas, como as do Chico Xavier, do Divaldo Franco, de Léon Denis, e de tantos outros escritores espíritas que primam pelo bom senso, sem fantasias ou crendices sem sustentabilidade.)


Gracielle: Eu estava sim com dúvidas qdo me dirigi ao Senhor, pois sempre fui kardecista mas percebo que existem muitos preconceitos com aqueles que não o são por meio dos próprios espíritas,

Jorge Hessen: (Não se trata de preconceito, minha irmã, mas de raciocínio lógico. Ser humilde não significa mostrar-se qual preto-velho, pois a humildade não está na forma ou nos trejeitos, mas no coração.)


Gracielle: começei a estudar as religiões e li que os pretos velhos formam falanges de espiritos e muitos já evoluiram tanto em suas encarnaçoes que justamente por isso vem ajudar outros irmãos e muitos possuem grande sabedoria, eles poderiam assumir qquer outra forma que nao fosse um preto velho mas preferem vir na forma humilde de um preto velho pra se aproximar e ajudar os que necessitam.

Jorge Hessen: (Sabedoria, ainda, muitíssimo “relativa”, eu diria, pois Espíritos que já evoluíram “tanto”, não necessitam impressionar o médium, fazendo-se humildes dessa maneira. Logo, não interpretam as leis que regem o mundo espiritual de maneira fecunda. Portanto, não são “tão” evoluídos como você afirma serem. Por outro lado, pode ocorrer que o médium não se tenha preparado, convenientemente, para exercer o fenômeno mediúnico como deveria, o que depende de muito estudo e ser bem orientado pela pessoa que dirige esse tipo de trabalho nas Casas Espíritas.)


Gracielle: Sim entendo que o senhor disse que os Espiritos superiores nao se prestam a ajudar os que aqui estão

Jorge Hessen: (Sugiro-lhe que releia o email anterior que lhe enviei. Em nenhum momento eu disse que Espíritos superiores não se prestam a ajudar os que aqui estão. Eu disse que não participam diretamente, mas supervisionam cuidadosamente. Logo, participam de maneira indireta, sem que lhes seja necessária a postura de pretos-velhos.)


Gracielle: ou seja não descem, mas me diga uma coisa pq entao surgiriam esses irmaos em tantos lugares pra fazer a caridade?

Jorge Hessen: (Por que? Porque fazem parte da humanidade, ora encarnada, ora desencarnada. Por que praticam a caridade? Porque suponho que sejam bons. Sim, porque, somente a aparência de um preto-velho, não é suficiente para se afirmar que sejam bons, concorda?)


Gracielle: tudo começou com a parte cultural e social do nosso país, eles foram os ex escravos que em resgate vieram assim e qdo retornaram a espiritualidade já tendo resgatado e sofrido como escravos continuaram sua missão vindo fazer a caridade,

Jorge Hessen: (Sempre é tempo de se fazer o bem. O bem é sempre bem-vindo.)


Gracielle: entao me diga DEUS permitiu que existisse essas entidades, já tive a oportunidade de conversar com algumas e vejo que são muito esclarecidas quanto ao conhecimento espiritual,

Jorge Hessen: (Conhecimento espiritual, evolução e sapiência não se adquire, apenas, em encarnações como escravos, como pretos-velhos, ou por terem sofrido e resgatado faltas do passado. Há encarnações muito mais dolorosas no cenário humano, e, no entanto, o sofrimento não é suficiente para tornar um espírito bom, superior ou sábio.)


Gracielle: ficam em colônias e atuam fazendo o bem. Procuro antes de tudo nao ter preconceito Jorge Hessen: (Parabéns!)


Gracielle: e estou estudando para nao julgar se esse irmão é ignorante ou não,

Jorge Hessen: (Não cabe juilgar, basta saber, mediante estudo da doutrina.)


Gracielle: acho q deveríamos conhecer e estudar muito

Jorge Hessen (Acabei de enfatizar isso!)


Gracielle: pq com certeza o Kardecismo não é a única coisa que existe de espiritualidade,

Jorge Hessen: (Com certeza, minha irmã. Há inúmeras religiões espiritualistas, mas, meu parecer é que nenhuma nos prepara melhor, para o mundo dos espíritos, quanto a Doutrina Espírita.)


Gracielle: Ramatis descreve muitas coisas a respeito do mundo espiritual, agora me diga só merece crédito aquilo que esteja colocado na codificaçao Kardequiana?

Jorge Hessen: (Dar crédito a uma ou a outra, depende de cada ser humano. Somos livres para optar pela que mais nos convence.)


Gracielle: será q não existem verdades além dessa que nos foi colocada?

Jorge Hessen: (Certamente, que sim! Hão de vir, no momento certo, quando Deus permitir. Afinal, minha irmã, qual é a sua religião?)


Gracielle: se existe a classificação dos espíritos sendo superiores inferiores e toda aquela ordem,só pq nao são superiores nao siguinifica que nao sejam bons, cada um trabalha dentro do seu grau de evolução acredito,

Jorge Hessen: (Agora você disse bem.)


Gracielle: acho q todos deveríamos ler mais e saber antes de nos colocar como únicos em verdade.

Jorge Hessen: (Sem comentários, minha irmã, só para eu não ser repetitivo, certo?)


Gracielle: Estou estudando a espiritualidade e estou lendo o livro de um médium Kardecista Robson Pinheiro, chama-se Aruanda,

Jorge Hessen: (Kardecista? Tem certeza? Creio que nem mesmo ele sabe que o que escreveu “não é Doutrina Espírita”.)


Gracielle: é incrível o tanto de informaçoes que ele nos traz, é interessante pois mostra coisas que não sabemos quanto kardecistas,

Jorge Hessen: (Doutrina Espírita ou Kardecismo, como queira, só o que está contido na Codificação, porque não foi criação do homem, e sim, do Espírito Verdade. Portanto, tudo que não estiver contido no Pentateuco Espírita, não é Doutrina Espírita, mas obra do homem.)


Gracielle: nao sei se o senhor já ouviu falar deste médium mas irá me entender caso um dia leia Jorge Hessen: (Não só já ouvi falar, como já li esse livro. Como espírita-Kardecista que sou, não o recomendo, de forma alguma.)


Gracielle: pq mostra que o conhecimento é ilimitado

Jorge Hessen: (Isso é o óbvio, minha irmã. Quem pensa que o conhecimento é limitado, é limitado também.)


Gracielle: e por isso estou buscando aprender mais e nao julgar antes de estudar sobre qualquer assunto.

Jorge Hessen: (No que faz muito bem, pois foi o que eu fiz, antes de me tornar espírita-Kardecista. Digo assim, porque tem tanta gente confundindo a designação de “espírita” por aí, que eu faço questão de enfatizar que sou espírita-Kardecista. Um dia você, também, se identificará, plenamente, com uma das tantas religiões que existem no mundo, prontas para recebê-la como adepta.)


Gracielle: Era isso que eu gostaria de passar quando mandei esse email.

Jorge Hessen: (Tudo bem, minha irmã!)

Gracielle: um grande abraço!

Jorge Hessen: (Felicitações e muita Paz!)

sábado, 11 de julho de 2009




Caro Jorge,
(Prezado irmão Ricardo Artur,)


Li hoje no CB as palavras da procuradora responsável pelo caso de criminalização ou não de aborto de anencéfalos.
(Que responsabilidade!)


Disse ela, segundo o jornal: "Até o que fazer tem que competir à gestante, que deve julgar de acordo com seus valores e sua consciência, e não ao Estado".
(Essa postura é típica de quem desconhece os mecanismos e os objetivos da reencarnação, infelizmente.)


Entendi bastante coerente a frase.
(O que eu lamento profundamente.)


Como já falei a você uma vez, permitir o aborto não é questão de o Estado decidir se pode ou não. É questão de consciência, educação, moral, etc.
(Que consciência? Que educação? Que moral? Trata-se, fundamentalmente, de que "matar alguém" é crime, tanto nas leis dos homens, quanto nas Leis de Deus. A inobservância da Lei de Ação e Reação, meu irmão, e que o homem aparenta desconhecer, quando, na verdade, não ignora de todo, pois, não somente a Doutrina Espírita explica, mas todas as religiões advertem, dá a conhecer a origem dos terríveis tormentos por que passam as criaturas. O ser humano comete os mais perversos crimes contra ele mesmo, inclusive, pois, quem dispõe da liberdade para matar alguém não deve ignorar que esse mesmo crime poderá, igualmente, exterminar-lhe o corpo, prematuramente. Seu espírito, "quando dilacerado e desditoso, grita a própria aflição, ao longo dos largos continentes do Espaço Cósmico, reunindo-se a outros culpados do mesmo jaez", (André Luiz, em Evolução em Dois Mundos). "Se há corpo animal, há corpo espiritual". (Apóstolo Paulo, versículo 44 do capítulo 15, de sua primeira epístola aos coríntios." Qual é o ser humano que, em sã consciência, concordará em dar, à mulher, o direito sobre o seu próprio corpo nesse caso? O corpo é dela, mas o ser que se forma dentro dela não pertence a ela, mas ao espírito que está ligado a um corpo em formação.)


Para que haja um feto, são necessárias, pelo menos, duas pessoas. Isso, sem contar pais, ambiente em que vivem os dois, grau de consciência etc., muitos fatores e não a carolice de quem não vive ou viveu drama semelhante.
(Para que haja um feto, é preciso que ambos – o homem e a mulher – antecipadamente, queiram um filho, seja ele como for, pois que esse filho é muito mais que uma simples reprodução de um corpo físico. Não é preciso viver ou já ter vivido esse drama para entender que praticar o aborto é atentar contra as Leis de Deus. Logo, estabelecer leis humanas contra o aborto é, no mínimo, conter os impulsos malsãos de irmãos nossos "inconscientes", "menos educados" e "moralmente imaturos" ainda, e sobretudo, estar consoante e em consonância com as Leis de Deus, e não estar em contraste com ela.


Entendo que, aos que se opõem, cabe orientar as pessoas quanto a pensar muito seriamente sobre as implicações quanto ao ato que pretendem praticar e não proibi-las simplesmente ou lançar o anátema.

(É o que eu tenho feito através dos meus humildes artigos, graças aos sublimes ensinamentos que adquiri da Doutrina Espírita e, antes disso, dos saudáveis valores morais que recebi em família, que se resumem em "Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo" e "Não fazer aos outros aquilo que não queremos que os outros nos façam").


Exemplo mais ou menos claro recebemos quanto à atuação de nossos anjos de guarda, mentores, guias ou que nome deem:
(Segundo a Doutrina Espírita, o Espírito protetor, anjo guardião ou bom gênio, é aquele que tem por missão seguir o homem na vida e ajudá-lo a progredir, mas no limite de seu poder



"Quando não queremos, eles se afastam e aguardam a oportunidade para quando viermos a procurá-los".
(Ainda, segundo a Doutrina Espírita, em O Livro dos Espíritos, "não há arrastamento irresistível: o homem pode sempre fechar o ouvido à voz oculta que o solicita ao mal em seu foro íntimo, como pode fechá-lo à voz material de quem lhe fala. As faltas que cometemos têm, pois, sua fonte primeira nas imperfeições de nosso próprio Espírito, que não atingiu ainda a superioridade moral que terá um dia, mas que nem por isso tem diminuído o seu livre arbítrio." Porém, se o homem não conhece entraves, porque se diz livre para pensar e agir, podemos, sim, dificultar-lhe o vôo, evitando que se aniquile, conforme fazem os guias espirituais.


Deixam que usemos de nosso livre arbítrio, mas que arquemos com as consequências.
(Isso é óbvio, meu irmão, mas creia, só depois de esgotarem todas as possibilidades para que o "arrependimento" não nos chegue tardiamente, agravando e prolongando, ainda mais, o nosso estado de inferioridade.


Estarão prontos a ajudar-nos, de acordo com o merecimento.
(Sempre é hora de se fazer o bem, mas julgar sobre se merecemos ou não, só o PAI que está nos céus.)


Será que estou certo?
(Teoricamente, sim, mas, com essa passividade, não.)


É como padre falar em preservação da castidade para leigos. Eles sabem do que se trata? Ou, pelo que se propõem, só deveriam sabê-lo teoricamente.
(Essa comparação não se ajusta ao caso.)


Em suma, não sou perfeito, anjo, beato ou santo, mas acho que a procuradora tem um fundo de razão: Livre arbítrio.
(Nenhum de nós é perfeito, meu irmão, mas poderemos ser um dia, se abdicarmos de nossas paixões inferiores, do nosso egoísmo. Sou da opinião que a procuradora não tem razão alguma, por infringir um dos Dez Mandamentos da Lei de Deus: Não matarás!)


Abraço e obrigado pela paciência da leitura.
(Eu é que agradeço pelo diálogo franco.) Jorge Hessen

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Como é feita a lavagem cerebral nas igrejas Evangélicas

Vamos mostrar como funciona a lavagem cerebral feita nas igrejas evangélicas, começa de forma sutil até chegar ao extremo. Acompanhe com atenção e tire sua conclusão. Na Bíblia há centenas de contradições mas vamos analisar apenas algumas para que o leitor tenha noção do que há neste livro. Trabalhando somente com o subjetivo, criam imagens aterrorizantes na mente de pessoas simples e de pouca instrução.
Na Bíblia lemos que Elias foi arrebatado para o céu de corpo e alma, mas o apostolo Paulo afirmou que “a carne e o sangue não poderão herdar o reino céu dos céus”. Se formos observar atentamente há uma contradição nessa passagem, pois quem esta falando a verdade? A Ciência é o estudo feito pelos cientistas das transformações das leis naturais, não é nada além do que Deus criou. Ela nos explica que um corpo orgânico só pode se manter por meio da ingestão de alimentos orgânicos, e no mundo espiritual não há esses elementos para manter o corpo. Já que sabemos que as leis de Deus são imutáveis, não há a mínima condição deste corpo se manter fora da dimensão física. Logo não nos parece verídico Elias ter subido aos céus de corpo e alma, já que o próprio Cristo subiu aos céus em Espírito e Paulo tem a mesma posição da Ciência.

Uma outra passagem que merece nossa atenção é sobre Lázaro. A Bíblia diz; “é dado ao homem morrer apenas uma vez e depois vem o juízo (Hb 9,27)”, segundo esta passagem, Lázaro deveria esta vivo até hoje, mas como sabemos que isso não é verdade, então, Lázaro morreu duas vezes. Mas se o autor disse ser "apenas uma", então ele se enganou, e se isso ocorreu com um autor pode ter ocorrido com outros. Segundo as leis naturais, quando há falência de um órgão físico não é possível reviver um corpo e não acreditamos que Deus iria derrogar suas leis, por serem imutáveis. Mas pode ter acontecido uma outra coisa que não foi a morte de Lazaro como diz o próprio texto; " Nosso amigo Lázaro adormeceu" (Jo 11,11), e Jesus o Curou "Essa doença não é para a morte" (Jo 11, 4) e ele levantou-se do sepulcro. Esta claro que o texto diz que ele estava doente e quem sabe com catalepsia?
Admitimos que, segundo as sagradas escrituras, Deus é Infinitamente Bom, logo não pode ter a mínima parcela do mal, caso contrario, não seria Infinitamente Bom, não sendo portanto, Deus. Mas a Bíblia relata; “Assim diz o Senhor: Olhai! Estou forjando mal contra vós, e projeto um plano contra vós” (Jr 8:11). Sendo Deus infinitamente bom como pode forjar o mal contra seus filhos? Não nos consta que Jesus tenha nos apresentado um Deus que possa se contradizer, mas os autores bíblicos com certeza poderiam, pois eram pessoas muito simples e imperfeitas, passiveis de erros que uma cosia muito comum.
No livro de Samuel lemos; A ira do Senhor tornou a acender-se contra Israel, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e Judá. (2Sm 24:1), mas no livro das Crônicas lemos algo muito diferente; Então Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a numerar a Israel. (1Cr 21:1) Perguntamos; Quem deu a ordem para fazer o recenseamento, Deus ou Satanás? E o povo seguiu as ordens de quem?
Há várias passagens na Bíblia que afirma que a Terra é plana ou chata ( Apocalipse 7,1) e que os ventos são guardados em reservatórios (Salmos 135,7). Diz inclusive que os coelhos ruminam (Levitico 11,6) e que a Lua tem luz própria (Gênese 1,16) e ainda afirma que a Terra é inerte (Sl 104,5). Fazem do povo um verdadeiro rebanho de quadrúpedes sem dó nem piedade. Tudo em troca umas poucas moedas no final do mês como dízimo disfarçado de doação. Além desses líderes dizer que tudo isso são mistérios de Deus. Não existe mistério existe muita ignorância e má-fé.

Até aqui o leitor pôde perceber que há muitas contradições, mas os fiéis são induzidos a não considera-las, achando a que a inteligência do homem não é nada em relação a de Deus. De fato Deus é superior, mas isso não quer dizer que os seres humanos sejam BURROS e devam aceitar absurdos e ridículos que esta escrito num livro que eles dizem ser a palavra de Deus. Pode Deus cometer erros? pode Deus cair em contradição? Pode Deus ser menos inteligente do que nós? Pode o Criador escrever de forma que confunda a mente de seus filhos? Se Deus tivesse escrito a Bíblia ela seria um livro perfeito e não daria margem a centenas de falsas interpretações. Ela seria clara e objetiva, seria séria e direta, sem margem de erros e absurdos.

A visão dos fanáticos religiosos
O cristão evangélico fundamentalista enxerga o mundo de uma maneira muito diferente da pessoa comum. Eles o veem basicamente como um tabuleiro de xadrez gigante entre Deus e Satanás. É um campo de batalhas por almas onde um arsenal de guerra toma lugar. Deus está tentando salvar tantas almas quanto possível através da mensagem de Jesus Cristo, e os cristãos são os seus soldados para fazer isto. Satanás está tentando levar com ele para o inferno a maior quantidade de almas possível, enganando crentes e não-crentes com a dúvida, ganância, valores materiais, crenças não-cristãs, outras religiões, etc. Ambos os lados estão tentando fazer isso antes que o Dia do Julgamento venha, quando o mundo será destruído e os salvos serão enviados para o céu enquanto os não-salvos para o inferno. Os cristãos por estarem do lado de Deus veem como sua obrigação ajudar a salvar a maioria das almas que for possível. E o mundo é uma casca de nozes para cristãos fundamentalistas. Este modelo simples de mundo coloca tudo em organizadas, simples e pequenas caixas, como também dá a elas uma definição exata de propósito na vida. Isso simplifica tudo e tira a complexidade do mundo, porque no final, a artilharia espiritual é tudo o que importa, e a salvação de almas é tudo o que permanecerá pela eternidade!
Os ministros, pregadores, e pastores instilam nos cristãos um medo e uma paranóia de Satanás. É dito a eles que Satanás está constantemente procurando caminhos para fazê-los cair na fé, usando sua própria família, amigos, tentações, outras religiões, até mesmo sua própria mente, etc. Então é dito a eles para nunca confiarem em nada exceto Deus, Jesus, e a Bíblia. Todas as outras coisas podem ser usadas como uma arma de Satanás, até mesmo sua própria mente, que já esta na fase da demência. Portanto, se você duvidar de sua fé, então você é advertido, “Cuidado! Isto é exatamente o que Satanás quer que você faça! Não caia em sua armadilha! Não confie nem em sua própria mente, a qual Satanás pode usar contra você! Confie somente em Deus e na Bíblia! Quando esse medo e paranóia tornam-se inerentes em você, fica difícil abandonar a sua fé mesmo se você quiser. Você se torna escravo da religião a vai sustentar seus líderes até morrer. É assim que ocorre a lavagem cerebral no meio evangélico, a inteligência e o pensamento são cristalizados e fica somente a fascinação por coisas que só existem na mente doentia do fiel.


Somente quem estuda este assunto com seriedade sabe que a religião em toda sua historia só fez atrasar o desenvolvimento da Ciência e a evolução intelectual das pessoas.



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domingo, 5 de julho de 2009

A ORAÇÃO UNIVERSAL


O principal sentido da oração deve ser a de evidenciar a nossa humildade diante da grandeza de Deus.
Temos o costume de realizar nossas orações com a finalidade precípua de pedir sempre alguma coisa a Deus. É comum realizarmos as nossas orações solicitando a Deus algo pessoal e esquecendo das necessidades gerais dos que nos cercam.
Na questão 659 do Livro dos Espíritos, os Espíritos Superiores nos informam que a três coisas podemos nos propor por meio da prece: louvar, pedir e agradecer.
O Sidur, livro de orações judaicas, classifica a oração em quatro tipos e a oração de pedidos é apenas um desses quatro tipos existentes. As outras são as orações de agradecimento, louvor a Deus e as preces de introspecção e confissão. Na verdade o verbo hebraico rezar – lehitpalel- não significa “rogar” ou “suplicar” a Deus, como muitos imaginam. Ele provém de um radical hebraico“palel” que significa “julgar”; portanto “lehitpalel” (rezar) pode ser traduzido também como “julgar a si mesmo”.
Não devemos esquecer que Jesus era judeu e, na sua condição judaica, Ele nos ensina no “Sermão do Monte”, contido no Evangelho de Mateus, em seu capítulo 6, versículos 9 a 13, como deve ser realizada a nossa oração.
Inicialmente, nos orienta que quando realizarmos as nossas orações, elas não sejam como a oração dos hipócritas que oravam, segundo Jesus, nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Mas recomenda que entremos em nosso quarto, fechemos a porta e oremos a Deus em secreto, pois Ele, que tudo vê, em secreto nos recompensará. Recomenda ainda, que não é pela repetição das palavras ou pelo barulho que seremos escutados, pois que Deus conhece o que nos é necessário e o que merecemos.
Apresentaremos aqui o “Pai Nosso” traduzido diretamente do texto hebraico para que você possa comparar a diferença de conteúdo frente às traduções do texto grego e do latim.
O texto hebraico aqui utilizado foi extraído do Novo Testamento da “Society for Distributing the Holy Scriptures to the Jews”- London.


TEXTO HEBRAICO

ûniybo'

:§emøH WadaqÚtiy £iyamoHÐabeH ûniyibo'
:£iyamoHÐab hoWÜvan reHÜ'Ðak ¦ÕrÃ'ÐÃb §ÙnôcÙr hÕWÓvÕy §ÕtûkølÑm '²bÃt
:ûnÐEqØx £exel £ôyah ûnol-¤eÐt
ûnEtomüHa'-te' ûnol-xalüsû
: ûnol ûmüHo' reHÜ'Ðal ûnüxanÜ' £yixül×s reHÜ'Ðak
hoÐsam yEdyil ûnE'yibÐüt-la'üw
:voroh -¤im ûnElyicah-£i' yiÐk
¤ema'

O PAI NOSSO

Tradução

Pai nosso dos Céus, Santo é Teu nome,
Venha o Teu reino, Tua vontade se faz na terra,
como também nos Céus.
Dá-nos hoje nossa parte de pão.
Perdoa as nossas culpas, quando tivermos perdoado
a culpa dos nossos devedores.
Não nos deixes entregues a provação,
porque assim nos resgatas do mal.
Amém.

A pronúncia hebraica é assim:

Avinu shebashamaim
itkadash shemechá
tavô malekutechá
ie'assé rtsonechá baárets
kaasher naassá bashamaim
ten-lanu haiom léchem chuknu
uslách-lanu et-ashmatenu
caasher solchim anachnu laasher ashmu lanu
veal-tevienu lidei massá
ki im-hatsilenu min-hará'
amén


Apresentamos a seguir as explicações referentes ao texto traduzido por nós, comparando-as com o texto tradicional.
Pai nosso= Jesus ensina como, humildemente, devemos nos dirigir a Deus. Observe que Ele não diz “Meu Pai”, mas “Pai Nosso”. Pai Nosso significa Pai de todos.. Estamos no mesmo nível de necessidades. Falamos como se estivéssemos pedindo para todos e não apenas para “Mim”. Jesus nos orienta neste sentido humilde de nos dirigirmos a Deus.
Pai nosso dos céus: e não, pai nosso que estás nos céus, como se tem dito até hoje. Deus está em toda parte, Ele é senhor de tudo, dos Céus e também da terra, e não de uma região geográfica restrita, circunscrita, limitada e determinada. Pode ser dito também “Pai Nosso que és dos Céus” mas nunca, que estás nos Céus.
Santo é teu nome ou Santo será Teu nome: e não, santificado seja o vosso nome. Deus já é santo independente de que desejemos ou não, que ELE SEJA. Na frase, o verbo hebraico – kidesh – Santificar, Consagrar, colocado no incompleto ou futuro, nos transporta para o sentido de que Deus será Santo, Será consagrado. No entanto, como para Deus não existe passado, presente ou futuro, ficamos com a tradução, Santo é Teu Nome. A Expressão – Itkadash shmchá – “Santo é o Teu Grande Nome”, está no Cadish, que é a oração recitada pelos Judeus enlutados e que consta do Sidur, o livro de orações judaicas.
Venha o teu reino: e não venha a nós o vosso reino. A preposição hebraica refere-se à segunda pessoa do singular (tu) malecutechá (teu reino). O Verbo Bá=Vir está colocado no texto hebraico, no incompleto ou futuro (tavô). No entanto, ele substitui o Bô que é a primeira pessoa do imperativo relativo (tsivui), que exprime o desejo da Tua vinda: VENHA! Portanto, Venha o teu reino, indistintamente para todos os seres do planeta. Aqui, ensina-nos Jesus que o Reino Divino vem indistintamente para os animais, plantas, aves, peixes, os seres vivos como um todo e não apenas para NÓS, os humanos. “Queira Ele estabelecer o Seu Reino e determinar o ressurgimento da Sua redenção e apressar o advento do Seu Ungido”. Esta é outra expressão incluída no Cadish, citado acima, e que parece ter sido aqui utilizada por Jesus para identificá-lo como o UNGIDO que em hebraico significa O MESSIAS, o HAMASHIÁCH - ( axyiHAmah).
Tua vontade se fará na terra como (quando) também nos céus: e não seja feita a vossa vontade assim na terra como nos céus. A vontade d`Ele é suprema e irreversível, independente do nosso consentimento, ela se fará. O que Deus determinou, desde a criação do mundo, continuará inalterável. Aqueles que, por ventura, se desviem da harmonia colocada por Ele no universo, colherão este desvio nas proporções que o provocaram.

Dá-nos hoje nossa parte de pão: e não o pão nosso de cada dia nos dai hoje.. Utilizando-se o pão nosso de cada dia nos dai hoje, tem-se a impressão de que estamos pedindo o pão de todos os dias, para hoje. Só Deus sabe do que precisamos e também quando devemos e merecemos receber. Recordemos o que diz Cristo: “Não vos preocupeis com vossas vidas: que beber ou comer?” ... Olhai as aves dos céus: elas não semeiam, não ceifam, nem armazenam em celeiros. Mas vosso pai dos Céus as alimenta”. (Mateus 6,25 e 26). O texto hebraico fala (lechém chuknu) parte de pão. Portanto, devemos pedir só uma parte do que merecemos, ou daquela que Deus decidiu nos dar, como gesto de humildade e até porque se recebermos só uma parte, sobrará alguma coisa para aqueles que não possuem, ainda, o sustento necessário.

Perdoa as nossas culpas quando perdoarmos as culpas dos nossos devedores: e não, perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Aqui está condicionado que o nosso perdão vem como conseqüência natural do perdão prévio que nós já realizamos. É a lei de causa e efeito. É a colheita natural da nossa semeadura. Este sentido é confirmado no versículo 14 deste capítulo 6. Deus não premia e não pune, cada um colhe o que plantou.
Temos ainda a certeza de que, ao atingirmos a perfeição, no reino da plenitude evolutiva, ninguém deve nada a ninguém. Todos estão em pleno estado de harmonia pela evolução atingida e nenhuma dívida a mais nos será cobrada.
“Apressa-te em te reconciliar com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que ele não te entregue ao juiz e o juiz te enviará para a prisão ou cárcere. E Eu verdadeiramente te digo: não subirás dali até que tenhas pago o último prutá”. (Mateus 5:25 e 26.)
Não nos deixes entregues à provação: Diferente de não nos deixeis cair em tentação como se tem traduzido até hoje. A expressão hebraica “lidei massá” significa para as mãos da provação. A palavra hebraica que está aplicada no texto é “massá”. E “massá” significa prova, provação e não tentação. É a mesma palavra que se encontra em Gênesis 22:1, onde Iahvéh põe à prova Abraão. Ele não tenta Abraão ao lhe propor o sacrifício do seu filho Isaac. Iahvéh põe à prova o povo de Israel, e não o tenta. Veja as provas que Ele coloca em seu caminho Ex. 15:25; 17:7; 20:20; Dt. 6:16; 13:4; 33:7; Jó cap. 1 e 2; Mt. 4:1-11 (provação do Cristo). Passar por provações não é fácil, por isso o Cristo nos ensina solicitar de Deus toda assistência possível, frente a elas, pedindo que Ele não nos abandone nas horas da provação, ou seja, não nos deixe entregue à nossa própria sorte.
Porque assim nos resgatas do mal: Se tivermos a assistência de Iahvéh pela nossa sintonia com Ele, durante as provações, com certeza resgataremos todo o mal. A expressão “hatsilenu min-hará’” significa nos resgatará do mal ou nos libertará do mal. Assim, fica entendido que se soubermos pedir a assistência de Iahvéh durante as provações e Ele estiver conosco através da nossa sintonia, haveremos de superar todo o mal.

Amén – Palavra hebraica que significa desejo de que se cumpra o nosso pedido. Que aconteça segundo o nosso pedido. Que assim seja.
AUTORIA: SEVERINO CELESTINO DA SILVA


-- Fraternalmente Jorge Hessen
http://espiridigi.net (O ESPIRITISMO NA ERA DIGITAL)

sábado, 4 de julho de 2009

DO QUE É CAPAZ A IRRESPONSABILIDADE



Vivemos momentos difíceis na atualidade do movimento espírita brasileiro, mas o culpado disso somos nós mesmos.

Temos confundido o significado da palavra tolerância. Tolerância, não há dúvida, é um dever nosso para com todas as pessoas, mas jamais com os erros por elas cometidos. Apontar o engano, a falha, o equívoco é um bem que fazemos àquele que erra, visto que, advertido dos seus equívocos, poderá galgar novo patamar de entendimento. Evidentemente que ao fazê-lo não nos cabe expor ninguém ao ridículo ou à zombaria, porque isso fere o princípio da caridade, que é um bem precioso que nós espíritas não podemos ignorar.

Nosso segundo erro é a irresponsabilidade que tem levado muitas pessoas, não só os médiuns, a desprezar as bases fundamentais sobre que foi codificada a Doutrina Espírita. Parece até que nos esquecemos da lição que Emmanuel deu a Chico Xavier nos primórdios do seu trabalho tão admirado pelos espíritas do Brasil. Era preciso, disse-lhe o querido mentor, comparar os escritos mediúnicos com a obra de Kardec e os ensinamentos de Jesus. Em caso de discordância, o destino dos escritos seria a cesta do lixo, ainda que o autor da comunicação fosse ele próprio.

Na principal obra dirigida aos médiuns e aos dirigentes espíritas, Kardec inseriu duas lições imprescindíveis e que se mantêm atuais, uma firmada por Erasto, outra por São Luís.

A primeira compõe o item 230 d´O Livro dos Médiuns:

"Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos velhos provérbios. Não admitais, portanto, senão o que seja, aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazei-a passar pelo crisol da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom senso reprovarem. Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. Efetivamente, sobre essa teoria poderíeis edificar um sistema completo, que desmoronaria ao primeiro sopro da verdade, como um monumento edificado sobre areia movediça, ao passo que, se rejeitardes hoje algumas verdades, porque não vos são demonstradas clara e logicamente, mais tarde um fato brutal, ou uma demonstração irrefutável virá afirmar-vos a sua autenticidade.

"Lembrai-vos, no entanto, ó espíritas! de que, para Deus e para os bons Espíritos, só há um impossível: a injustiça e a iniquidade. O Espiritismo já está bastante espalhado entre os homens e já moralizou suficientemente os adeptos sinceros da sua santa doutrina, para que os Espíritos já não se vejam constrangidos a usar de maus instrumentos, de médiuns imperfeitos. Se, pois, agora, um médium, qualquer que ele seja, se tornar objeto de legítima suspeição, pelo seu proceder, pelos seus costumes, pelo seu orgulho, pela sua falta de amor e de caridade, repeli, repeli suas comunicações, porquanto aí estará uma serpente oculta entre as ervas. É esta a conclusão a que chego sobre a influência moral dos médiuns. (Erasto)."

A segunda lição pode ser vista no item 266 da obra citada:

"Em se submetendo todas as comunicações a um exame escrupuloso, em se lhes perscrutando e analisando o pensamento e as expressões, como é de uso fazer-se quando se trata de julgar uma obra literária, rejeitando-se, sem hesitação, tudo o que peque contra a lógica e o bom-senso, tudo o que desminta o caráter do Espírito que se supõe ser o que se está manifestando, leva-se o desânimo aos Espíritos mentirosos, que acabam por se retirar, uma vez fiquem bem convencidos de que não lograrão iludir. Repetimos: este meio é único, mas é infalível, porque não há comunicação má que resista a uma crítica rigorosa. Os bons Espíritos nunca se ofendem com esta, pois que eles próprios a aconselham e porque nada têm que temer do exame. Apenas os maus se formalizam e procuram evitá-lo, porque tudo têm a perder. Só com isso provam o que são. Eis aqui o conselho que a tal respeito nos deu São Luís: 'Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, uma recomendação há que nunca será demais repetir e que deveríeis ter presente sempre na vossa lembrança, quando vos entregais aos vossos estudos: é a de pesar e meditar, é a de submeter ao cadinho da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é a de não deixardes de pedir as explicações necessárias a formardes opinião segura, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro'."

Herculano Pires, que, segundo Emmanuel e Chico Xavier, era quem mais entendia da obra de Kardec, jamais deixou de apontar os erros, fosse de quem fosse, porque acima de tudo temos de preservar a Doutrina e não permitir que nos usem para denegri-la.

Divulga-se, no entanto, em nosso meio, um jornal que parece ser dirigido por não-espíritas, um jornal que usa o nome de Chico Xavier, não para endeusá-lo, como aparentemente poderíamos pensar, mas para enlameá-lo e diminuí-lo aos nossos olhos, ao atribuir a ele a defesa do aborto em casos de anencefalia e de estupro e, o que é muito mais sério e lamentável, a colocar em seus lábios a informação de que uma pessoa pode morrer e outro Espírito encarnar no cadáver, reanimá-lo e continuar vivendo.

Astolfo Olegário de Oliveira Filho
(*)Diretor de Redação: Da Revista Eletrônica "O Consolador" e Editor do Jornal "O Imortal"


REFLEXÕES NECESSÁRIAS SOBRE PRÁTICAS MEDIÚNICAS (12.02.06)



..... Lembrando que e a questão fenomênica é acessória e não constitui ponto essencial para as propostas doutrinárias, Emmanuel admoesta: "São muito poucas as casas espíritas que se podem entregar ao exercício da mediunidade. Os dirigentes vigilantes devem intensificar reuniões de estudos teóricos, meditação e debates racionais para entendimentos seguros, fugindo de um prematuro intercâmbio com as forças advindas do além-túmulo."(1) Para melhor compreendermos os objetivos do exercício da mediunidade nos seus pontos básicos, temos que separar, com discernimento, a prática mediúnica, propriamente dita, dos postulados Espíritas e a partir daí definirmos fenômeno [mediúnico] por elemento material de análise e Doutrina Espírita como a base teórica que esclarece os processos fenomênicos. Esse procedimento é para nos libertamos das fantasias ilusórias, mitos e crendices. Ressaltamos a urgente necessidade do estudo continuado do Livro dos Médiuns, um compêndio monumental e insuperável para o entendimento da prática dos fenômenos psíquicos.A terminologia médium advém do latim, médium, ou seja: meio, intermediário. Pessoa que pode servir de intermediário entre os Espíritos e os homens conforme instrui Allan Kardec. Destarte, incorreremos em grave distorção doutrinária se concluirmos que todos somos mais ou menos médiuns no sentido restrito e usual da palavra, ou seja, se julgarmos que todos podemos produzir manifestações ostensivas, tais como psicofonia, psicografia, efeitos físicos etc.Outro aspecto essencial relativo à natureza da mediunidade encontra-se exposto na resposta à indagação que Kardec endereçou aos Espíritos: O DESENVOLVIMENTO DA MEDIUNIDADE GUARDA PROPORÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO MORAL DOS MÉDIUNS? "Não" disseram os mentores, "a faculdade propriamente dita prende-se ao organismo; independe do moral. O mesmo, porém, não se dá com o seu uso, que pode ser bom ou mau, conforme as qualidades do médium". (2)Infere-se do exposto que mediunidade [ostensiva] é faculdade especial que certas pessoas possuem para servir de intermediárias entre os Espíritos e os homens. Ela tem origem orgânica, e independe da condição moral do médium, de suas crenças, de seu desenvolvimento intelectual. No parágrafo 200 de O Livro dos Médiuns, Allan Kardec deixa explícito que não há senão um único meio de constatar a existência da faculdade mediúnica em alguém: a experimentação. Ou seja, só poderemos saber que uma pessoa é médium observando que efetivamente é capaz de servir de intermediário aos Espíritos desencarnados. Isso naturalmente remete-nos à importante questão do estudo metódico e educação da mediunidade.O desenvolvimento da faculdade mediúnica depende da natureza mais ou menos expansível do perispírito (3) do médium e da maior ou menor facilidade da sua assimilação das energias dos Espíritos; depende, portanto, do organismo e pode ser desenvolvida quando exista o princípio; não pode, porém, ser adquirida quando o princípio não exista.Incorre em sério equívoco quem queira forçar a todo custo o desenvolvimento de uma faculdade que não possua. Sobre isso, Emmanuel explica à pergunta 384 no livro O Consolador "A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando-se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual. (4) E reitera na questão 386: "Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade (...)." (5)Urge estarmos vigilantes quanto à prática às vezes tão recorrente em centros espíritas, onde as pessoas que aparecem nos centros espíritas devem, cedo ou tarde, ser encaminhada às chamadas reuniões de desenvolvimento mediúnico. Alguns argumentos freqüentemente alegados para esse tipo de procedimento: são os desequilíbrios múltiplos de saúde ou de comportamento que apresente, especialmente quando venham desafiando a perícia da medicina, e /ou empenho e dedicação com que alguém se interesse pelo Espiritismo, sugerindo, segundo julgam, que tem todas as condições para exercer a mediunidade.Nas reflexões que expomos recordemos que a educação mediúnica a ser promovida nos centros espíritas não deve jamais ser entendida como o aprendizado de técnicas e métodos para fazer surgir a mediunidade, em quem não possua nem indícios, mas exclusivamente como o aperfeiçoamento e norteamento eficaz e equilibrado das faculdades brotadas naturalmente, o que resulta o aperfeiçoamento moral do médium, por meio do estudo sério e de seus esforços continuados para ajustar suas práticas às recomendações evangélicas.Indaga Kardec: "OS MÉDIUNS QUE FAZEM MAU USO DE SUAS FACULDADES, QUE NÃO SE SERVEM DELAS PARA O BEM, OU QUE NÃO AS APROVEITAM PARA SE INSTRUÍREM, SOFRERÃO AS CONSEQÜÊNCIAS DESSA FALTA?" Os Benfeitores explicam que "se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e não o aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso." (6)Emmanuel no livro Encontro Marcado alerta: "O exercício da mediunidade nas tarefas espíritas exige larga disciplina mental, moral e física, assim como grande equilíbrio das emoções".(7) Por isso, a maior necessidade do médium "é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão" (8)Se mal empregada, a mediunidade significará o cultivo da confusão, da disseminação da dúvida e da mentira, do insuflamento do egoísmo e do orgulho, da vaidade. Até porque mediunidade sem um estudo sério e sem Jesus sedimenta a emissão de forças mentais deletérias abrindo espaço às perseguições dos Espíritos que teimam em permanecer nas trevas.


Jorge Hessen



FONTES:(1) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel ,RJ: Ed. FEB-2000,.questão 387(2)Idem questão. 384(3)Idem questão. 386(4)Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, RJ: Ed. FEB , 1997, parágrafo 226 (5)O perispírito desempenha papel de suma importância no processo, sendo o mesmo o agente de todos os fenômenos mediúnicos, e estes só podendo produzir-se pela ação recíproca dos fluidos que emitem o médium e o Espírito, temos como regra sem exceções que, ocorrendo um fenômeno de comunicação com o mundo espiritual, necessariamente haverá a participação de um médium. Em alguns casos, como em certas manifestações de efeitos físicos, não se nota a presença do médium, mas podemos estar certos de que haverá alguém, em algum lugar, servindo de médium, ainda mesmo que este não esteja consciente do papel que desempenha(6)Kardec, Allan. O Livro dos Médiuns, RJ: Ed. FEB , 1997, parágrafo 226(7) Xavier, Francisco Cândido. Encontro Marcado, ditado pelo Espírito Emmanuel Capítulo Examinando a Mediunidade, (8)Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo Espírito Emmanuel ,RJ: Ed. FEB-2000,.questão 387

sexta-feira, 3 de julho de 2009

PRECE E O TRABALHO SÃO OS MELHORES RECURSOS PARA QUEM QUER PARAR DE FUMAR (28.06.09)




A imprensa internacional noticiou que a exposição de cigarros nas lojas será proibida na Inglaterra e no País de Gales. Nos países onde foi adotada a proibição, por exemplo, a Islândia, a taxa de fumantes entre jovens diminuiu em até 10%. Na Inglaterra, há, pelo menos, 200 mil jovens, entre 11 e 15 anos, fumando e, consoante se sabe, os jovens estão mais propensos a ficar viciados pelo resto da vida. Pessoas que nunca fumaram vivem mais e melhor, e estudos confirmam que fumar reduz a vida humana entre 7 e 10 anos. Estudos preliminares sobre os efeitos nocivos do tabaco, em matéria publicada na mais recente edição da revista científica Archives of Internal Medicinere, registram que a saúde e a qualidade de vida do homem pioram em proporção direta com o número de cigarros fumados diariamente. Estudos científicos que relacionam o consumo do tabaco com doenças respiratórias, datam da década de 60. O termo mais usado, para definir a doença que ocorre em 85% dos tabagistas é Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - DPOC que engloba a bronquite e enfisema pulmonar.

São vários os estudos científicos baseados em evidências que não deixam qualquer sombra de dúvida de que o tabaco é cancerígeno. Desde 1964, quando foi feita a primeira descoberta em relação ao câncer de pulmão, outros cânceres tiveram seu aparecimento relacionado ao tabaco como, por exemplo, câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rins, bexiga, colo de útero, estômago e fígado. Três equipes de pesquisadores, que publicaram estudos nas revistas Nature e Nature Genetics, "apontaram duas áreas de variações no cromossomo 15. Fumantes ou ex-fumantes que têm as duas cópias das duas variantes, uma herdada do pai e outra da mãe, que são cerca de 15%, têm um aumento entre 70% e 80% de risco de desenvolver câncer pulmonar".(1) Cientistas do Instituto de Pesquisa do Câncer, da Universidade de Cambridge e da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore (Estados Unidos), afirmam que as variantes interagem diretamente com o tabaco para causar o câncer no pulmão, face ao aumento da probabilidade de a nicotina desencadear a divisão celular descontrolada que está associada ao câncer. Lesley Walker, da instituição britânica Cancer Research UK, afirmou que "o fumo aumenta muito o risco de câncer no pulmão, causando nove em cada dez casos da doença. Esta pesquisa nos diz que existem alguns fumantes que são ainda mais vulneráveis ao câncer de pulmão devido ao seu perfil genético". (2)

Cerca de um em cinco adultos, nos Estados Unidos, fuma. Por isso, a Câmara dos Representantes do Congresso americano aprovou um projeto de lei que prevê a classificação do tabaco como uma droga, a ser regulamentada pela agência de saúde americana, Food and Drug Administration (FDA). A legislação propõe que a FDA tenha mais poderes para fiscalizar as propagandas de cigarro, sobretudo, as direcionadas às crianças, e evitar a venda do produto para menores de idade. A pneumologista Maria Cristina Alochio de Paiva, membro da Associação Médico-Espírita do Espírito Santo (AME-ES), informou que a nicotina, encontrada no cigarro, é a droga que produz mais estímulos cerebrais e que, por isso, se fosse descoberta hoje, seria considerada ilícita. Segundo ela, os efeitos nocivos do fumo atingem o perispírito, principalmente os órgãos mais atingidos pelo cigarro, como pulmão e coração. "Ele diminui os fluxos vitais para o corpo. Impregna e ocasiona falta de proteção dos amigos espirituais", declarou, afirmando, também, que "a fé nos liberta do vício." (3)

Ao desencarnar, o fumante continua desejoso de fumar e, para satisfazer o seu vício, as obsessões aí estão demonstrando uma patologia espiritual. Ex-fumantes desencarnados induzem e exploram pessoas invigilantes ou em estado de desequilíbrio a prosseguirem no vício. O tabagismo atormenta os desencarnados viciados que se angustiam ante a vontade de fumar bastante potencializada. O complicador da questão é a inexistência de indústrias de cigarros na Erraticidade para abastecer Espíritos fumantes. Em face disso, os tabagistas do Além, para materializarem suas tragadinhas, tornam-se protagonistas da subjugação, transformando-se em artífices da vampirização sobre os encarnados fumantes, que ainda se locupletam nas deletérias baforadas do cigarro.

O médium que fuma está, invariavelmente, sob uma influência obsessiva (transforma-se numa piteira humana dos fumantes desencarnados que, a cada tragada, sorvem suas baforadas "quentinhas"). "Não se sabe o que tem causado maior dano aos espíritas: se as obsessões espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou se essas "meio-obsessões" de "quase-obsidiados", despercebidas, contudo, bem mais freqüentes, "que minam as energias não só de uma criatura incauta, mas influenciam o roteiro de legiões de outras. O tabagista recebe da Doutrina Espírita, além de informações fornecidas pela medicina tradicional quanto aos males provocados pelo fumo, o alerta contra as obsessões e as desastrosas conseqüências na estrutura sutil do perispírito, fator este a exigir atenções especiais e procedimentos profundos na mentalização do fumante. " (4)

Os Espíritos Superiores classificam o tabagismo como um grande obstáculo para as tarefas mediúnicas. Sendo um gerador de patologias graves e de dependências, merece do médium uma batalha sem trégua. Porém, a tarefa de descontaminação nicotínica deverá ocorrer sem violentar a consciência, sabendo que, somente, ajudando-se com firmeza é que o médium tabagista se livrará do vício, lembrando, porém, que a solução não "cairá do céu".

Não são fartas as informações disponíveis em torno da influência do cigarro no perispírito, por se tratar de um hábito (massificado), relativamente, novo na vida social humana. "O problema da dependência continua, até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o hábito perdurou na existência física do fumante. Além disso, os vícios do cigarro e dos tóxicos atuam nos centros vitais e nas correntes magnéticas do organismo, alterando a constituição da aura da pessoa. Viciações e excessos são, também, formas disfarçadas [inconscientes] de autocídio." (5) Uma informação curiosa que pesquisei diz que "quando a vontade do interessado não está, suficientemente, desenvolvida para arredar de si mesmo o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui, gradativamente, até que ele consiga viver sem qualquer dependência ao fumo". (6) As sensações do fumante inveterado, na dimensão póstuma, "são, naturalmente, as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habitou no Plano Físico, de tal modo obsediante, que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe passam quase que despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções". (7)

Não estamos ressaltando o tabagismo como um problema de criminalidade, mas como um problema de desequilíbrio emocional, diante das Leis da Vida. O ato de fumar é um problema para os nossos irmãos que se encontram frágeis diante dos desafios da vida, que procuram uma "compensação psicológica". É óbvio que o fumante não é um criminoso, porém, sem dúvida, é alguém carente de mais proteção, mais amor, até porque, segundo cremos, se os tabagistas insistem em permanecer na estrada do vício, certamente, estão procurando esquecer algo; esse algo são eles mesmos; eles não estão conseguindo suportar a própria carga, e o cigarro, segundo crêem, os "aliviam". A explicação para esse aprisionamento psíquico, segundo estudiosos, é que a nicotina, de alguma forma ainda não compreendida pela medicina, abre certas "portas" no sistema nervoso, que ficam escancaradas. Essa substância, para agir no cérebro e provocar sensação de "bem-estar", imita a ação da acetilcolina. Como moléculas usurpadoras, a nicotina se encaixa nos receptores cerebrais que, uma vez estimulados, produzem mais neurotransmissores (dopamina) que regulam a sensação de prazer. Quando o estímulo de produção dopamínica é interrompido por alguns instantes, o sistema nervoso central se desequilibra e o fumante acende o próximo cigarro e, novamente, a nicotina se encaixa nos receptores cerebrais, recomeçando o ciclo.

Considerando que as mentes no além-túmulo não se desvinculam com facilidade deste foco que alimenta seus desregramentos de fumante terreno, é mister que o esforço para a libertação do vício comece por aqui, na atual reencarnação, e o quanto mais cedo melhor! Diante do exposto, compete-nos ajudar os nossos irmãos e irmãs (sobretudo médiuns), que se encontram sob o jugo do vício do tabaco, a se libertarem dessa forma sutil de autodestruição. "Certamente que o hábito de fumar não pode ser definido por suicídio conscientemente considerado. Será um prejuízo que o fumante causa a si mesmo, sem a intenção de se destruir, mas o prejuízo que se deve estudar com esclarecimento, sem condenação, para que a pessoa se conscientize quanto às conseqüências do fumo, no campo da vida, de maneira a fazer as suas próprias opções". (8)

Não é nossa intenção imprimir censura ou condenação aos fumantes, pois sabemos que "conseguir esquecer o hábito arraigado de fumar é, realmente, uma vitória espiritual de alto alcance, até porque, qualquer hábito prejudicial (não somente o tabagismo) cria condições anômalas para o corpo espiritual, impondo-lhe condicionamentos difíceis de serem erradicados. Certa vez, perguntado ao Chico Xavier o que é que, habitualmente, aconselha aos fumantes, enfraquecidos por derrotas sucessivas, em que pese rogarem orientação, forças renovadas e motivação para vencer a dependência física e mental criada pela nicotina, o médium de Uberaba respondeu: "A prece e o trabalho, que em meu entendimento, são sempre os melhores recursos para defender-nos contra qualquer desequilíbrio". (9)

Jorge Hessen
E-Mail: jorgehessen@gmail.com

Site: http://jorgehessen.net
Blog: http://jorgehessenestudandoespiritismo.blogspot.com


FONTES:
(1) Estudos publicados nas revistas Nature e Nature Genetics
(2) idem
(3) Disponível em<> acesso em 26-06-09
(4) Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Estude e Viva, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: ed. FEB, 2001;
(5) Extraído do livro "Moldando o Terceiro Milênio" - Vida e obra de Divaldo Pereira Franco, autoria de Fernando Worm, Ed. LEAL
(6) idem Xavier, Francisco Cândido e Worm, Fernando. Janela para a Vida, SP: Ed.Lake, 2000
(7) idem
(8) idem
(9) idem